Hospitais da região têm emergências adulto e pediátrica superlotadas

O aumento no número de casos de dengue e de síndromes respiratórias como gripes, resfriados e crises de asma, que se tornam mais comuns com as temperaturas mais baixas, têm resultado na superlotação das emergências de hospitais da região. Em São Leopoldo, o Hospital Centenário estava, até o final da manhã desta segunda-feira (29) com o número de pacientes internados acima da capacidade nas emergências adulto e pediátrica.

No caso da emergência adulta eram 38 pacientes internados entre as três salas amarelas e oito na sala vermelha. Juntas, as quatro salas, que suportam 21 internações, contavam com 46 pacientes, mais que o dobro da capacidade. Dentre as internações, quatro são de casos suspeitos de dengue.

Na emergência pediátrica, a situação se repete. O espaço, que conta com 18 leitos, era ocupado por 27 pacientes. Dentre os pequenos internados, de acordo com a presidente da Fundação Hospital Centenário, Gisele da Rosa Vieira, 80% são por conta de casos de síndromes respiratórias.

Além destes, há duas crianças internadas com suspeita de dengue. "Estamos utilizando todos os recursos materiais e humanos possíveis, mas, ainda assim, operamos no limite de nossa capacidade. Pedimos a compreensão e colaboração de todos os pacientes e familiares, buscando priorizar os casos mais graves e emergenciais", comenta Gisele.

Segundo ela, para dar conta da alta demanda dos atendimentos, a casa de saúde tem aumentado as equipes de médicos e enfermagem, abrindo mais espaços para acomodação dos pacientes. "É o nosso plano B", comenta.

No entanto, Gisele orienta que a população procure outros locais para atendimentos de saúde na cidade. "Casos mais leves podem seguir para as Unidades Básicas de Saúde. Urgência ou emergência, podem ser atendidas também pela UPA da Scharlau. O ideal é buscar o Hospital Centenário somente naqueles casos mais graves, como convulsão, acidentes, falta de ar", frisa a presidente.

Pela região

Na região de cobertura do Jornal VS, o cenário é o mesmo com emergências superlotadas nas casas de saúde. Em Sapucaia do Sul, o Hospital Municipal Getúlio Vargas operava, até o início da tarde de ontem com 12 pacientes internados na emergência adulta, que conta com 10 leitos. Na emergência pediátrica, com capacidade para 10 leitos, eram 10 internados.

Em Esteio, no Hospital São Camilo, a emergência adulta também estava lotada até o início da tarde de ontem. Os 13 leitos da ala amarela contavam com 33 pessoas internadas ou em observação. Na ala vermelha, onde são seis leitos, havia três pessoas internadas.

Como estratégia para amenizar a lotação da ala amarela, a casa de saúde deve abrir um novo espaço, que vai comportar mais 10 poltronas, para observação e medicação. Na casa de saúde esteiense também há superlotação na emergência pediátrica, com 15 crianças em atendimento/ observação num espaço que comporta seis leitos.

Secretário ressalta importância da vacinação

O secretário de Saúde de São Leopoldo, Julio Dorneles reforça a importância da população se vacinar para evitar a sobrecarga no sistema de saúde. “Queremos, neste momento, também reforçar para a população, especialmente aos pais e mães, que levem seus filhos para se vacinarem contra a gripe nas nossas unidades de saúde”, frisa.

Para facilitar o acesso da população às doses do imunizante, diferentes estratégias estão sendo traçadas na cidade. No domingo (28) a Unidade Móvel da Secretaria da Saúde estacionou em frente ao Santuário do Sagrado Coração de Jesus, onde está o túmulo de Padre Reus, e que é frequentado por centenas de pessoas nos finais de semana.

“A Secretaria da Saúde vai onde a população está. Abrimos unidades aos finais de semana e realizamos serviços direcionados com a Unidade Móvel. Precisamos sensibilizar a população a se proteger antes da chegada do frio rigoroso”, ressalta Dorneles.

A ação beneficiou 72 pessoas, entre elas, a pequena Melinda de Souza de Oliveira, 5 anos. Moradora do bairro Duque de Caxias, a mãe Fernanda de Souza aproveitou a facilidade de acesso para imunizar a pequena. “Ficou ótimo por ser aqui perto e num domingo. Ela estuda em dois turnos”, salientou a mãe aliviada em ver a filha imunizada.