Qual o caminho você gostaria de trilhar em 2024? E para o futuro próximo? Para Gregory Enrique Torres Pargas, de 13 anos, o ano deve ser de colher as conquistas obtidas durante o ano passado. Venezuelano, mora em Gramado desde outubro de 2021. Mas antes mesmo de pisar em solo gramadense, já tinha correndo em suas veias a música erudita.
Foto: Arquivo pessoal
“A cidade onde nasci na Venezuela, Barquisimeto, é conhecida como a Capital Musical do país. Acho que gostar de música está em meu sangue”, afirma o jovem.
Gregory toca percussão e entrou na Orquestra Jovem de Gramado no início de 2022. “Meus pais e eu assistimos ao concerto do aniversário de dez anos da Orquestra Sinfônica. Lá conhecemos o diretor, Allan John Lino, que me informou que tinham vagas abertas para ingressar no grupo jovem. Minha mãe combinou de fazer uma audição”, relembra.
Desafios
A história do pequeno músico não iniciou com a percussão. Quando criança, mais precisamente quando tinha 6 anos, fez aulas de estudos gerais de música e o instrumento que praticava era um violino, conservado até hoje.
Foi na Colômbia, quando entrou na Banda Sinfônica de San Antônio, que a percussão bateu forte no coração. “O ritmo e o movimento encantaram”, pontua.
Em 2017, eles saíram do país venezuelano e moraram por quatro anos na Colômbia. No Brasil, escolheram o Rio Grande do Sul, mas antes de chegar em Gramado, residiram em Venâncio Aires. “Meu pai é chef de cozinha e logo foi convidado a trabalhar aqui em Gramado”, diz.
Foto: Arquivo pessoal
Para este novo ano, o percussionista Gregory terá um novo desafio: tocar na Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), fundada em 1950 e vista como uma das mais importantes do Estado e do País. Ainda, é reconhecida como bem integrante do patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul.
“Nosso diretor informou sobre as vagas finais no ano passado. Fiz a audição e fui aceito. As aulas iniciam no dia 4 de março e agora vamos morar em Porto Alegre”, conta o jovem.
O teste para a escola de música na capital foi realizado no final do ano passado e os resultados foram divulgados em dezembro. Gregory foi um dos dois selecionados na modalidade de percussão, em sua faixa etária.
Foto: Arquivo pessoal
Para a mãe, Florinda Pargas Gabaldon, de 51 anos, e o pai, Gregory Antônio Mora, de 49, a palavra que define o momento é orgulho. “Sempre nos estimulamos em casa escutando música e participando em concertos e espetáculos musicais. Fazer parte da escola de música da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre é uma grande oportunidade, de continuar este aprendizado de vida”, justificam.
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Para Gregory, o amor pela música reflete em todo o trabalho desenvolvido até então. “Eu me sinto apaixonado pela música, gosto muito de tocar com outras pessoas, fazer música juntos, pois a final de contas, a música é arte e a arte é divertida”, coloca.
A rotina do jovem, que já era puxada, deve ficar ainda mais nos próximos meses. “É muita correria. Tenho escola pela manhã, aulas de música durante as tardes e quero seguir participando dos ensaios da Orquestra Jovem de Gramado aos sábados”, afirma.
A mãe Florinda complementa que todas as oportunidades obtidas no Brasil são motivos de agradecimento.
“Em nossa família temos a tradição musical. Acreditamos que é uma forma maravilhosa de desenvolver a mente e o espírito. Tem muitos estudos que indicam as vantagens da música para o desenvolvimento neurológico e social das crianças. O Brasil tem sido maravilhoso conosco, temos muito a agradecer, primeiro por fazer parte da Orquestra Jovem, e agora na escola de música da Ospa. Somos abençoados”, finaliza.
Quando questionado sobre o que pretende fazer no futuro e se a música será seu único caminho, ele responde de forma enfática. “Gostaria de seguir estudando música e também gostaria de praticar e experimentar outras formas de artes”, conta Gregory.
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