A FESTA DA COMUNIDADE

Toneladas de batata já possuem destino certo em Gramado: a Festa da Colônia

Bolinhos de batata são atração e o evento significa renda extra para famílias do interior. Saiba mais sobre a programação

Publicado em: 26/04/2024 09:24
Última atualização: 26/04/2024 09:24

O clima de celebração já toma conta de toda a cidade de Gramado. A Festa da Colônia começou na quinta-feira, dia 25, e promete dias de muita música, cultura e gastronomia típica. Centenas de produtores rurais das mais diversas localidades chegam no Expogramado para mostrar o melhor do interior. Oportunidade também de garantir uma renda extra.

Família Coliselli faz a venda de batata para a Festa da ColôniaMônica Pereira/GES-ESPECIAL
Pavilhão fica localizado na Linha Schneider, em GramadoMônica Pereira/GES-ESPECIAL
Até mesmo quem não está diretamente ligado com a festa é beneficiado. O exemplo é a família Coliselli, da Linha Schneider. Com 30 anos de história com a batata, o período de festa é para incrementar as vendas. E esse é um dos insumos mais utilizados. O querido bolinho feito com o tubérculo é famoso. Em 2023, foram mais de 75 mil unidades comercializadas.

Mas para que a batata chegue até o Expo, é longo o caminho. Paulo Coliselli tem 57 anos e desde criança atua com o cultivo. Na companhia do pai, plantavam e colhiam. Mas, nas últimas décadas, decidiu ficar na etapa final, a de lavagem, seleção e vendas.

Expectativa

Família está no ramo há 30 anos Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
A expectativa para esta edição do evento é superar os três mil quilos vendidos no ano passado. Em um ritmo intenso, cargas e cargas têm um endereço nos próximos dias: a Festa da Colônia. O tipo mais pedido é a batata rosa asterix, mais indicada para frituras, pois tem baixa umidade. Mas eles trabalham também com a coquinho e a branca, que são distribuídas em supermercados e restaurantes.

O negócio é tocado por Paulo, a esposa Carmen, e o filho Augusto. As batatas chegam de diferentes locais, desde cidades da região, como São Francisco de Paula, até de outros Estados, como São Paulo e Minas Gerais.

Segundo Paulo, a decisão de focar nas vendas é devido aos vários fatores que influenciam na qualidade do produto. O clima ideal é mais ameno, com a temperatura na casa dos 20°C. O frio e a geada prejudicam. “E não pode colher a batata muito verde, porque ela perde a casca e não tem como usar”, destaca Augusto, que tem 29 anos e decidiu seguir os passos dos pais.

Como é o processo

Sacas de batata são entregues no pavilhão da família, na Linha Schneider Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
As sacas de batata chegam ao pavilhão construído pela família com bastante terra e até mesmo pedras. Elas passam por um tanque com água para a primeira lavagem e seguem por esteiras com escovas na parte de baixo. Depois, são secas pela própria máquina e vão para o processo de classificação por tamanho, que também é automatizado. Após, há o trabalho manual de seleção dos produtos que estão aptos para consumo. Por fim, as batatas são ensacadas e estão prontas para a entrega.

Processo de lavagem das batatas Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
Conforme Paulo, a média de venda é de 300 sacos por semana, mas a demanda varia bastante, até conforme a movimentação turística da cidade. “Melhor coisa quando chega o frio e a cidade lota. A gente vende bem mais”, brinca Augusto.

Tendo a batata como principal fonte de renda, Paulo lembra que vende o produto para a Festa da Colônia desde as primeiras edições. “Já foi em vários lugares, ali perto da igreja do Centro, no Lago Joaquina Rita Bier e agora no Expogramado”, salienta.

Outro evento em que é possível apreciar o produto vendido é a Kartoffelfest, em Santa Maria do Herval, que inicia no dia 10 de maio.

Mas nem só de trabalho se vive, não é mesmo? Por isso, o casal também tira um tempinho para curtir os dias de festa. “Quando tem uma banda boa a gente vai dançar”, adianta Paulo.

Muitas opções

Programação cultural é marca registrada Foto: Cleiton Thiele/SerraPress/Divulgação
Toda a animação da Festa da Colônia segue até o dia 12 de maio, diariamente. De segunda a sexta, funciona das 10 às 22 horas. Nos sábados, domingos e feriados, das 10 às 23 horas. Somente no dia 8 de maio não haverá programação. O ingresso e o estacionamento são gratuitos. Durante estes 18 dias, são esperadas mais de 300 mil pessoas no evento.

Além dos espaços de Biers Platz, com os bolinhos, pastéis e muito chope, a festa conta com as Cozinhas da Oma e da Nonna, com culinárias alemã e italiana, servidas em fogão campeiro. O autêntico café colonial. E, claro, os fornos de barro com o pãozinho com linguiça, cucas, pães, biscoitos e apfelstrudel. E a gastronomia não para por aí.

Há, ainda, a feira das agroindústrias de Gramado, que estão comercializando compotas, licores, embutidos, facas artesanais, mel, queijos, chás, geleias, vinhos, cervejas e artesanato rural.

Para que empresas possam confraternizar com seus colaboradores, a Gramadotur está concedendo um desconto de 10%, nas segundas e terças-feiras. A promoção é válida na alimentação e bebidas nos restaurantes da Oma e da Nonna, nos biers platz e no kaffeehaus. Para garantir o voucher, é necessário realizar o agendamento através do telefone (54) 9 9681-5313, com Rosana.

Música não pode faltar

As bandinhas e os grupos folclóricos são presenças confirmadas na festa. Nesta sexta-feira, dia 27, às 19h30, o show do palco principal será conduzido pela banda Portal da Serra. No sábado, dia 28, a agitação, às 19 horas, será com a Show Brasil. Fechando o final de semana, no domingo, dia 29, às 17 horas, tem apresentação com Fagundes Show e Arte e grupo de dança do CTG Manotaço e, às 19 horas, Banda 0800.

A programação completa está disponível em festadacolonia.net.br.

Para enaltecer a história

A história dos povos que colonizaram Gramado é enaltecida durante o evento. No Expogramado, foi montado o Museu das Etnias, local em que é possível conhecer mais sobre os alemães, italianos e portugueses.

Para a criançada, há a Escolinha Rural, com programação especial. Oficinas de brinquedos artesanais, contação de histórias e até momentos gastronômicos estão programados. As atividades ocorrem quase que diariamente, das 14 às 16 horas.

Para tornar as ações acessíveis, a Gramadotur promoveu uma capacitação para integrantes da autarquia, Secretaria da Agricultura e para a monitora da Escolinha Rural. A Oficina Atitude Acessível foi ministrada pela doutora em Diversidade Cultural e Inclusão Social, Alini Mariot. Na oportunidade, foram abordados os conceitos relacionados à acessibilidade e diversidade.

Neste primeiro final de semana de programação, ocorre a Festa dos Espantalhos, ao longo da Avenida Borges de Medeiros. No sábado, a partir das 16 horas, empresas da cidade irão decorar seus bonecos, em uma oportunidade de embelezar ainda mais uma das principais vias do município. O mais bonito receberá como prêmio um Espantalho de Cristal.

Nos sábados e domingos, às 9 horas, os jogos rurais integram os colonos.

Feito em Gramado

De forma paralela com a Festa da Colônia ocorre, nos pavilhões do Expo, mais uma edição da feira que celebra os trabalhos e as aptidões dos gramadenses: a Feira Feito em Gramado. Nesta 12ª edição, inserções artísticas, através de shows de música tradicionalista gaúcha, vão animar o público. As apresentações serão sempre nas sextas-feiras e sábados, a partir das 18 horas. O primeiro grupo a subir no palco é o Retruco.

Transporte gratuito para os eventos

Haverá transporte gratuito do Centro de Gramado até o Expogramado, em uma ação beneficente. Para quem quiser utilizar o serviço, basta fazer a doação de alimentos não perecíveis ou agasalhos. Os pontos de embarque e desembarque serão na Rua Coberta (com saída na Rua Garibaldi) e no Expogramado. De segunda a sexta, o transporte será de hora em hora, sendo o primeiro horário às 10 horas e o último às 20 horas; nos finais de semana, o transporte será a cada 30 minutos, com o primeiro horário às 10 horas e o último às 20h30.

 

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