EM GRAMADO

"Temos um longo caminho pela frente", diz Paulo Pimenta sobre aeroporto Salgado Filho

Demanda por equipamentos e ajustes contratuais estão na pauta do governo federal

Publicado em: 05/06/2024 20:06
Última atualização: 06/06/2024 08:32

O governo federal, através do ministro do Turismo, Celso Sabino, e do ministro extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, estiveram em Gramado e se reuniram com autoridades, empresários e imprensa, nesta quarta-feira (5).

Ministro extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, esteve em Gramado Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
O intuito da visita foi ouvir as reivindicações do setor turístico da Serra gaúcha. A principal delas, a retomada da operação do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. “Nós não podemos, em hipótese nenhuma, ter o aeroporto Salgado Filho reaberto só em dezembro”, aponta o CEO do grupo de hotelaria e entretenimento Gramado Parks, Ronaldo da Costa Beber.

O ministro Paulo Pimenta adianta que estão sendo buscados caminhos para abreviar o cronograma apresentado pela Fraport.

Ele aponta que alguns dos equipamentos necessários, e que foram danificados pelas chuvas, precisam ser importados na Alemanha e Estados Unidos. Por isso, Pimenta pondera que entrou em contato com as embaixadas brasileiras para pedir celeridade das empresas na entrega.

“Não é mais uma encomenda de equipamentos, mas que a gente possa tratar o tema do Rio Grande do Sul com grau de prioridade. Estamos mobilizando todo o esforço necessário para que a gente possa ter uma resposta mais rápida”, corrobora.

Outro ponto citado por ele é que não se espere o aeroporto “estar 100%” para voltar a funcionar. “Eu entendo que, garantindo as questões de segurança, nós conseguimos improvisar algumas coisas. Nós temos que colocar o aeroporto em funcionamento”, ressalta.

Como ainda há água no entorno da pista, a Fraport pediu 45 dias para concluir o processo de análise das condições da pista, através de sondagens. “Só vamos poder ter minimamente um cronograma depois”, garante. “Várias áreas do aeroporto foram bastante comprometidas, muitos equipamentos foram totalmente perdidos. Para o aeroporto voltar a ser o que ele era, temos um longo caminho pela frente”, lamenta.

Contrato de concessão

De forma paralela, estão sendo estudadas readequações no contrato de concessão com a Fraport. “Esses contratos preveem que despesas não previstas do contrato original, não podem ser creditadas a eles sem que haja algum tipo de compensação. Esse debate começou na pandemia. Já houve processo de aferição, passou pelo Tribunal de Contas e há um reconhecimento de que eles têm um crédito em torno de R$ 290 milhões. E existe um cronograma estabelecido para que eles recebam esse crédito até 2025”, explica.

Contudo, com as novas despesas, novos investimentos serão necessários e, com isso, outras compensações. “Parte dos equipamentos possuem seguros. Outros não. Hoje, ninguém sabe dizer exatamente qual será o investimento. Portanto, haverá um litígio, que vai ser arrastado por um determinado tempo para que a gente chegue nesse número. Mas não se pode deixar de fazer aquilo que precisa ser feito agora, esperando uma conclusão desses litígios administrativos que serão resolvidos. Tem que resolver isso trabalhando”, acentua.

Agora, o governo federal estuda maneiras que essas compensações podem ser realizadas, como antecipando o cronograma de pagamento ou até adiantando valores do que se tem certeza que será gasto.

Para atuar nessas demandas, Milton Zuanazzi, gaúcho que já foi secretário de Turismo do Estado, foi a pessoa designada pelo governo federal para trabalhar a área do turismo e a temática dos aeroportos neste período de retomada.

Alternativas

O ministro Celso Sabino comenta que tem atuado para continuar ampliando a capacidade área do Estado, aumentando as estruturas já existentes, como em Caxias do Sul, Canela e Torres. Ele também está se inteirando sobre a situação do projeto do futuro aeroporto de Vila Oliva, em Caxias.

Com a baixa oferta de voos no Rio Grande do Sul, o que se percebe é o aumento do custo das passagens áreas. Sabino enfatiza que há duas soluções pragmáticas. “Uma intervenção federal para tabelar o preço, que eu não acho que isso seria muito operacional. E a segunda é aumentar a oferta, aumentar a frequência de voos, aumentar a disposição de assentos para o público em geral”, salienta.

“Nós vivemos um momento de economia livre, e ela diz que tem demanda e oferta. Infelizmente, nós fomos colocados em uma situação que a demanda está extremamente acima da oferta”, conclui. 

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Matérias Relacionadas