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TURISMO

Sindicatos divergem sobre ampliação de prazo para flexibilização de leis trabalhistas em Gramado

Patronal quer estender acordo até setembro, mas há resistência da entidade trabalhista; entenda

Mônica Pereira
Publicado em: 26/07/2024 às 14h:03 Última atualização: 26/07/2024 às 17h:34
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A flexibilização de leis trabalhistas para os setores de hotelaria e gastronomia de Gramado causa um novo embate entre os sindicatos. Em maio, devido à catástrofe climática, um acordo foi firmado entre o patronal Sindtur Serra Gaúcha e o Sindicato dos Trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia de Gramado (Sintrahg), prevendo manutenção dos postos de trabalho. Foram diversas rodadas de negociação.

Movimentação turística na Rua Coberta, em Gramado



Movimentação turística na Rua Coberta, em Gramado

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

Entre as ações, antecipação de férias e feriados e a possibilidade de suspensão do contrato de trabalho por 60 dias, na modalidade de bolsa de qualificação. A medida vale até 31 de julho e o Sindtur encaminhou uma proposta para ampliar o prazo até setembro.

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Segundo o sindicato patronal, a proposta não está sendo aceita pelos representantes dos trabalhadores. “Sempre tivemos o objetivo em deixar tudo o mais claro possível, e poder preservar os empregos de muitos. E é o que estamos querendo fazer nesre momento ainda crítico”, comenta o presidente Claudio Souza, citando que os empresários não tiveram acesso a benefícios públicos e que precisam de “fôlego”.

Estamos preocupados, a hotelaria e gastronomia terão muita dificuldade. Estamos falando de um número significativo de colaboradores”, afirma a executiva do Sindtur, Lisa Gottschalk. “Estamos trabalhando para que o nosso turismo retome sua força e precisamos deste acordo fechado e ampliado. As empresas precisam e muito, temos esta certeza”, conclui.

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O Sintrahg, por sua vez, afirma que tem buscado diálogo para manter os postos formais de trabalho e a renda da categoria. Entretanto, reforça que, mesmo com o acordo vigente, mais de 1,6 mil pessoas foram demitidas em Gramado, somente em maio. A estimativa é que haja em torno de 7 mil trabalhadores nos dois setores no município.

“O atual debate proposto tem um único objetivo: garantir a sustentação financeira das empresas, em detrimento dos direitos dos trabalhadores. Renovar o acordo neste momento significaria apenas permitir que as empresas passem por um período de movimento fora do ideal, mas existente – já que Gramado tem estado lotada nos finais de semana – às custas do direito dos trabalhadores ao seu seguro-desemprego, o qual poderá fazer muita falta às famílias no futuro”, declara o presidente Rodrigo Callais. “Reforçamos nosso compromisso com a proteção dos direitos dos trabalhadores e seguiremos atentos e atuantes na defesa de seus interesses”, acrescenta. 

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