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AGRICULTURA

Safra de pêssego deve chegar a 170 toneladas em Gramado; família Cavichon cultiva a fruta há 30 anos

Árvore nativa da China e do Sul da Ásia, o pessegueiro tem ganhado destaque pelo interior de Gramado

Fernanda Steigleder Fauth
Publicado em: 20/12/2024 às 12h:44 Última atualização: 20/12/2024 às 12h:45
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Das flores rosas no inverno à fruta entre a primavera/verão. Árvore nativa da China e do Sul da Ásia, o pessegueiro tem ganhado destaque pelo interior de Gramado. A beleza das folhas se transforma em uma fruta doce e suculenta.

Na propriedade, colheita deve ultrapassar os 10 mil quilos



Na propriedade, colheita deve ultrapassar os 10 mil quilos

Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

O pessegueiro iniciou a safra ainda em novembro em Gramado. Até janeiro, 170 toneladas devem ser colhidas nas 28 propriedades que cultivam o pêssego. São 17 hectares pela cidade, dedicados à espécie. Ainda, há 15 agroindústrias, regularizadas, que trabalham com o pêssego em calda, geleias, doces cremosos e passas.

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“Para este ano de 2024 a expectativa de produção é de níveis normais entre as cultivares mais tardias como a Eldorado, BRS Fascínio, Chiripá, Chimarrita e BRS Regalo. Já os cultivos precoces como a BRS Citrino, sofreram quebra, em razão do excesso de chuva ou umidade na fase de floração”, comenta a engenheira agrônoma e chefe do escritório da Emater-RS/Ascar em Gramado, Janete Basso.

Dificuldades no cultivo

Engana-se quem pensa que os pessegueiros não requerem grandes cuidados. “O cultivo do pessegueiro é sempre exigente em tratos culturais e fitossanitários para a expressão do potencial produtivo que a cultura tem, e, em períodos chuvosos e úmidos, como o que vivenciamos este ano, a atenção deve ser maior”, justifica Janete.

Família Cavichon trabalha há 30 anos com produção de pêssego em Gramado



Família Cavichon trabalha há 30 anos com produção de pêssego em Gramado

Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

O pessegueiro pertence à família botânica Rosacea, do gênero Prunus, uma espécie de clima temperado. Ou seja, necessita de determinadas horas de frio durante o inverno. “Após a dormência, a planta terá as fases de floração, brotação, frutificação e maturação dos frutos, completando assim o seu ciclo produtivo. Em cada uma são necessárias condições climáticas específicas”, complementa a engenheira agrônoma.

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A chuva frequente tem atrapalhado o processo. “Há vários anos estamos convivendo com condições climáticas alteradas, calor no inverno, excesso de chuva, falta de chuva, frio na primavera/verão, e estas condições afetam o metabolismo da planta. Condições adversas em qualquer uma das fases do ciclo podem afetar negativamente a produtividade do pessegueiro.”

De geração em geração

A família Cavichon, na Linha Furna, trabalha com a produção de pêssego, há, pelo menos, três décadas. Eles cuidam de quatro variedades. A história vem de geração em geração. “Vem lá de trás, do pai do meu pai. Pé por pé foi sendo plantado. A gente se criou desde pequeno assim, e tu vai ganhando gosto pelo trabalho, tu vê o negócio crescendo, com a vontade de sempre querer fazer o melhor”, conta Edson.

Além dos pêssegos, trabalham com morango, parreiras de uvas, plantação de cáqui e figo. “Temos ainda a agroindústria. Mas com o pêssego, temos que diminuir a produção, pois não tem mão de obra suficiente”, revela.

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O trator para pulverizar e fazer tratamentos, e a roçadeira inserida no maquinário auxilia o trabalho rotineiramente. “Hoje vamos melhorando as variedades, temos uma escala diferente, não é mais tão manual, foi tudo modernizado. E a gente vai ficando na colônia, mesmo às vezes dando vontade de desistir, porque é uma rotina puxada, não tem sábado, domingo, é da manhã até noite, não tem moleza. Mas os incentivos da Emater e da Secretaria da Agricultura nos auxiliam a continuar”, cita.

Expectativas e cuidados

Cerca de 8 mil quilos já foram colhidos e a expectativa é ultrapassar os 10 mil nos dois hectares. “Temos que estar antenados 24 horas com os pêssegos. Tem o cuidado com os insetos, é preciso fazer as podas, adubar, tratar. Esse ano está sendo bom, mesmo com manhãs mais frias. A chuva mais regular é o que ajuda, ano passado não conseguíamos quase nem tratar”, coloca.

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Os trabalhos iniciam cedinho, entre 5 e 6 horas. O começo pelo amanhecer se deve, principalmente, pelo sol. “Tentamos fazer o melhor possível, mas quem comanda tudo é o chefe lá em cima, Deus, tudo depende se o tempo vai ajudar”, diz.

Após colhidos, os pêssegos são encaminhados aos mercados, fruteiras, à Casa do Colono e também, destinados à merenda escolar.

Entre os segredos para a qualidade do fruto, está a poda próxima da colheita, para que o sol ajude a adoçar o pêssego.

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