Das flores rosas no inverno à fruta entre a primavera/verão. Árvore nativa da China e do Sul da Ásia, o pessegueiro tem ganhado destaque pelo interior de Gramado. A beleza das folhas se transforma em uma fruta doce e suculenta.
O pessegueiro iniciou a safra ainda em novembro em Gramado. Até janeiro, 170 toneladas devem ser colhidas nas 28 propriedades que cultivam o pêssego. São 17 hectares pela cidade, dedicados à espécie. Ainda, há 15 agroindústrias, regularizadas, que trabalham com o pêssego em calda, geleias, doces cremosos e passas.
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“Para este ano de 2024 a expectativa de produção é de níveis normais entre as cultivares mais tardias como a Eldorado, BRS Fascínio, Chiripá, Chimarrita e BRS Regalo. Já os cultivos precoces como a BRS Citrino, sofreram quebra, em razão do excesso de chuva ou umidade na fase de floração”, comenta a engenheira agrônoma e chefe do escritório da Emater-RS/Ascar em Gramado, Janete Basso.
Dificuldades no cultivo
Engana-se quem pensa que os pessegueiros não requerem grandes cuidados. “O cultivo do pessegueiro é sempre exigente em tratos culturais e fitossanitários para a expressão do potencial produtivo que a cultura tem, e, em períodos chuvosos e úmidos, como o que vivenciamos este ano, a atenção deve ser maior”, justifica Janete.
O pessegueiro pertence à família botânica Rosacea, do gênero Prunus, uma espécie de clima temperado. Ou seja, necessita de determinadas horas de frio durante o inverno. “Após a dormência, a planta terá as fases de floração, brotação, frutificação e maturação dos frutos, completando assim o seu ciclo produtivo. Em cada uma são necessárias condições climáticas específicas”, complementa a engenheira agrônoma.
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A chuva frequente tem atrapalhado o processo. “Há vários anos estamos convivendo com condições climáticas alteradas, calor no inverno, excesso de chuva, falta de chuva, frio na primavera/verão, e estas condições afetam o metabolismo da planta. Condições adversas em qualquer uma das fases do ciclo podem afetar negativamente a produtividade do pessegueiro.”
De geração em geração
A família Cavichon, na Linha Furna, trabalha com a produção de pêssego, há, pelo menos, três décadas. Eles cuidam de quatro variedades. A história vem de geração em geração. “Vem lá de trás, do pai do meu pai. Pé por pé foi sendo plantado. A gente se criou desde pequeno assim, e tu vai ganhando gosto pelo trabalho, tu vê o negócio crescendo, com a vontade de sempre querer fazer o melhor”, conta Edson.
Além dos pêssegos, trabalham com morango, parreiras de uvas, plantação de cáqui e figo. “Temos ainda a agroindústria. Mas com o pêssego, temos que diminuir a produção, pois não tem mão de obra suficiente”, revela.
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O trator para pulverizar e fazer tratamentos, e a roçadeira inserida no maquinário auxilia o trabalho rotineiramente. “Hoje vamos melhorando as variedades, temos uma escala diferente, não é mais tão manual, foi tudo modernizado. E a gente vai ficando na colônia, mesmo às vezes dando vontade de desistir, porque é uma rotina puxada, não tem sábado, domingo, é da manhã até noite, não tem moleza. Mas os incentivos da Emater e da Secretaria da Agricultura nos auxiliam a continuar”, cita.
Expectativas e cuidados
Cerca de 8 mil quilos já foram colhidos e a expectativa é ultrapassar os 10 mil nos dois hectares. “Temos que estar antenados 24 horas com os pêssegos. Tem o cuidado com os insetos, é preciso fazer as podas, adubar, tratar. Esse ano está sendo bom, mesmo com manhãs mais frias. A chuva mais regular é o que ajuda, ano passado não conseguíamos quase nem tratar”, coloca.
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Os trabalhos iniciam cedinho, entre 5 e 6 horas. O começo pelo amanhecer se deve, principalmente, pelo sol. “Tentamos fazer o melhor possível, mas quem comanda tudo é o chefe lá em cima, Deus, tudo depende se o tempo vai ajudar”, diz.
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Após colhidos, os pêssegos são encaminhados aos mercados, fruteiras, à Casa do Colono e também, destinados à merenda escolar.
Entre os segredos para a qualidade do fruto, está a poda próxima da colheita, para que o sol ajude a adoçar o pêssego.
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