“Deu um clarão no banheiro, tinha fumaça para todo lado, pegamos a nossa filha pela calcinha. Na hora que abrimos a porta do quarto vimos a camareira toda em chamas, a mulher da cozinha tava também.”
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O relato é da turista Jéssica Carolina Maia, 34 anos, de Belo Horizonte. Ela, o marido Tiago Félix, 34 anos, e a filha Maria Ísis, 5 anos, dormiam no segundo andar, no quarto 202 da Pousada Floratta, no bairro Avenida Central, quando a aeronave de pequeno porte caiu e o incêndio iniciou no local, em Gramado.
Eles estavam em Gramado desde a madrugada de segunda-feira (16) e o voo de volta seria nesta próxima segunda (23). “Todos os dias a gente saía bem cedo para passear com a pequena. Mas como íamos voltar amanhã, decidimos ficar mais no hotel hoje”, comenta. Agora, a família está acolhida no hotel da Gramado Parks.
Eles dormiam no momento do acidente. Ao saírem do quarto, janelas e até o box do banheiro estouraram. Num primeiro momento, imaginou inclusive que poderia ser algum móvel com muitos vidros que tivesse caído. Até que olharam pela janela. “Com o clarão da janela, meu marido abriu e viu tudo vermelho e disse que era fogo, para corrermos”, conta.
“Tava tudo branco de fumaça. A gente foi pulando, degrau por degrau. Na hora que chegamos no posto [de combustíveis], tinha um pé de uma pessoa. Foi por volta de 9h30, deu o estrondo, ouvimos gritos de criança, uma mulher gritava muito, foi o momento que levantamos e pegamos a nossa filha. Na hora que abrimos a porta do quarto, a fumaça já intoxicava, a gente foi ficando mole, querendo desmaiar”, relembra Jéssica.
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Todos os pertences trazidos para a viagem foram perdidos, com o incêndio. Ficaram apenas com a roupa do corpo. Hóspedes localizaria no empreendimento em frente, Exclusive Hotel, fizeram a doação de roupas para a família poder se vestir. “A gente não tem mais nada. E não temos notícias de outros hóspedes, das crianças que minha filha fez amizade”, relata.
A viagem, infelizmente, terminou em tragédia. “Era nosso sonho fazer essa viagem, conhecer o Natal Luz de Gramado. Essa é a nossa segunda vez aqui, viemos em 2022, mas com nossa filha a primeira”, lamenta.
Para eles, até agora a ficha não caiu. “Parece que estamos em estado de choque, ficamos pensando essa viagem era um sonho nosso e aí de repente voltamos para casa sem nada. Mas graças a Deus vamos voltar com a vida, que é o mais importante, só agradecer pelo livramento”, finaliza Jéssica.
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