A Feira do Livro de Gramado encerrou no domingo, dia 15, com grande movimentação no último final de semana. O tempo ensolarado contribuiu para a visitação e participação do público, tanto nos estandes, quanto nas programações. Apesar do evento ter encerrado, a Secretaria da Cultura trabalha em um planejamento de curto a longo prazo para tornar Gramado a cidade berço da literatura.
Documento
Um debate foi iniciado durante a feira para trabalhar na construção do Plano Municipal do Livro, da Leitura e Literatura (PMLLL) de Gramado. Além de auxiliar com editais na área, ele estabelece objetivos para a cidade.
“O município hoje não tem esse plano e, cada vez mais, a gente quer consolidar a literatura como um eixo sustentável e socioeconômico da cidade. E, para isso, precisamos ter indicadores e metas”, pontua o secretário da pasta, Ricardo Bertolucci. Diversos representantes municipais participaram da primeira conversa, que contou, ainda, com o diretor do Departamento de Livro, Leitura e Literatura da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, Benhur Bortolotto.
Etapas
A primeira conversa definiu os caminhos que serão feitos, através de estudos, levantamentos e buscando referências externas. Bases deverão ser discutidas para a construção do plano. “Democratização do acesso, fomento à leitura e formação de mediadores e leitores, valorização da leitura e comunicação e apoio à criação e consumo de bens de literatura são alguns dos eixos”, diz Ricardo.
Para ser elaborado, o documento também precisa fazer um diagnóstico da situação atual. “É a conexão do ponto A ao B, onde o A é o diagnóstico do que temos hoje e o B onde queremos chegar, e as pontes são as ações que precisamos construir”, complementa o secretário. O intuito é que esse plano seja construído até o final deste ano ou início do próximo. Ainda será decidido se o documento será anual, bienal ou decenal.
Construir o futuro
O documento, após finalizado e aprovado, servirá de base para todo o segmento. “Para a gente poder construir o futuro da literatura em Gramado. Hoje, temos diversos projetos sendo desenvolvidos”, amplia Ricardo. Um deles que será lançado, é o Literatura-se Gramado.
Ele abrangerá a própria Feira do Livro, o FiliGram, além do Clube de Literatura Fantástica, Cafezinho Literário e Clube da Melhor Idade Entre as novidades, está a retomada do Abraço Literário, deverá ser lançado no FiliGram 2024 e uma nova edição da Semana Internacional do Livro.
Outra iniciativa, que deve ser estreada neste mês é a Lê aí. Em quatro pontos diferentes, haverá pequenas bibliotecas, em locais comunitários, como o Postão, na Prefeitura, no centro de saúde do bairro Várzea e centro de cultura.
“A ideia é que as pessoas que estão aguardando possam, ao invés de mexer no celular, por exemplo, pegar o livro e ler. Ela pode levar para a casa e devolver em outro ponto após”, frisa. O acervo virá da Biblioteca Cyro Martins. Também haverá pontos de coleta, para quem quer doar livros.
“O intuito é conectar todos esses projetos, que ocorrem hoje de forma separada, a partir do Literatura-se Gramado. E esse programa terá um papel superimportante no plano, pois eles estarão correlacionados para formar o diagnóstico e termos dados no futuro”, explica o secretário da Cultura.
A cidade da literatura
Um dos objetivos de Ricardo Bertolucci é mostrar como o desenvolvimento econômico e turístico de Gramado está diretamente ligado com a literatura. “A leitura é um canhão de desenvolvimento intelectual, acelera o raciocínio e se aproxima de outras realidades. Gramado hoje é uma cidade que tem a literatura como base para desenvolvimento econômico, porque conta histórias em muitos lugares”, afirma.
“E mesmo que não seja visível, em algum momento foi literatura, partiu dela. Atrativos como Cara de Mau, Vila da Mônica, Hector, Fantastic House, Criamigos, são empresas que o produto é uma história, tem um storytelling. O processo formativo para escritores, profissionais que trabalham com isso, pode criar um novo mercado importante em Gramado”, finaliza o secretário.
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