ABORDAGEM EM ENTREVISTA
'Peço perdão caso alguém tenha se ofendido', diz coordenador após denúncias sobre falas
Wendel Cardoso foi intimado pela Defensoria Pública e será realocado de cargo
Última atualização: 22/01/2024 14:14
O coordenador do museu Casa do Major, Wendel Cardoso, fez uma retratação pública, em uma rede social, na quarta-feira, dia 1º. No último dia 26, o servidor deu depoimento ao defensor público Igor Menini, após denúncias de supostas falas racistas e antidemocráticas, em um programa de rádio veiculado no dia 11 de janeiro.
Denúncias
Conforme a Defensoria Pública, mais de 200 mensagens chegaram ao órgão questionando a entrevista. "Peço perdão caso alguém tenha se ofendido, jamais pretendi me referir à cultura de quem não é daqui. Falava de atendimento ao público", cita o coordenador.
O defensor público destaca que o servidor foi questionado em três blocos de perguntas. O primeiro sobre a menção de que pessoas que desejam se instalar em Gramado deveriam se adaptar aos valores da cidade. "Quem denunciou entendeu que ele estava dizendo que as pessoas, principalmente do Nordeste, não tinham os mesmos valores que os gramadenses", cita Igor. Foi, então, que Wendel afirmou que estava mencionando o atendimento que o público que vem para o município espera receber.
Informações falsas
Depois, foram abordadas as manifestações ditas pelo coordenador sobre infiltrados nos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília no início de janeiro, onde ele cita informações falsas, como a de que uma idosa havia morrido depois de ser detida pela Polícia Federal. Segundo o defensor, as indagações foram para que, se o servidor tivesse alguma prova, que os fatos fossem investigados.
“Mas ele disse que se informou de maneira equivocada em grupos pela Internet, que acabaram disseminando informações falsas, e que ele não teve a cautela de verificar a veracidade das informações. Mencionou que após a repercussão da entrevista, foi pesquisar e viu que não eram verdadeiras as informações”, complementa Igor. O coordenador frisa que é contra os atos de vandalismo que ocorreram da capital brasileira.
Já o terceiro bloco de perguntas foi sobre as falas de Wendel, citando que os ministros do STF teriam feito campanha para o presidente Lula. De acordo com Igor, o servidor também alegou que não havia se informado corretamente sobre os fatos citados. Na ocasião, o secretário da Cultura de Gramado, Ricardo Bertolucci Reginato, foi ouvido e reiterou, conforme o defensor público, que as falas não representam o pensamento da atual administração, que preza pela inclusão e que entende como legítimo o resultado das urnas
Manifestação
A partir da retração e da audiência, o defensor público aguarda a manifestação da Prefeitura de Gramado sobre quais providências serão tomadas em relação aos fatos. "Baseado no que a Prefeitura decidir, a Defensoria dará o encaminhamento administrativo. Precisamos saber se foi aberto um procedimento administrativo, se ele vai passar por algum tipo de curso de reciclagem, por exemplo", cita Igor. Com isso, o processo pode ser arquivado ou então interposta uma ação civil pública, com encaminhamento dos fatos para investigação da Polícia Civil, Polícia Federal e Ministério da Justiça.
Para a procuradora-geral de Gramado, Mariana Reis, a audiência realizada foi satisfatória, pois o servidor esclareceu os pontos controversos da entrevista. "A medida que será tomada pelo Poder Executivo é a realocação do pessoal responsável pelos museus, incluindo o Wendel", ressalta.
Boicote ao turismo
O defensor frisa que instituições e organizações de nível nacional questionaram as falas de Wendel, que estava sendo entrevistado na condição de coordenador do museu Casa do Major e, consequentemente, como servidor público.
“A preocupação da Defensoria Pública é garantir que Gramado continue sendo uma cidade de acolhimento universal – a todas as culturas, raças, etnias, credos e, principalmente, a todas as orientações políticas e ideológicas. Havia, inclusive, uma organização de boicote ao turismo pelas entidades entenderem que o turismo da cidade tinha um preconceito ideológico”, conclui Igor.
O coordenador do museu Casa do Major, Wendel Cardoso, fez uma retratação pública, em uma rede social, na quarta-feira, dia 1º. No último dia 26, o servidor deu depoimento ao defensor público Igor Menini, após denúncias de supostas falas racistas e antidemocráticas, em um programa de rádio veiculado no dia 11 de janeiro.
Denúncias
Conforme a Defensoria Pública, mais de 200 mensagens chegaram ao órgão questionando a entrevista. "Peço perdão caso alguém tenha se ofendido, jamais pretendi me referir à cultura de quem não é daqui. Falava de atendimento ao público", cita o coordenador.
O defensor público destaca que o servidor foi questionado em três blocos de perguntas. O primeiro sobre a menção de que pessoas que desejam se instalar em Gramado deveriam se adaptar aos valores da cidade. "Quem denunciou entendeu que ele estava dizendo que as pessoas, principalmente do Nordeste, não tinham os mesmos valores que os gramadenses", cita Igor. Foi, então, que Wendel afirmou que estava mencionando o atendimento que o público que vem para o município espera receber.
Informações falsas
Depois, foram abordadas as manifestações ditas pelo coordenador sobre infiltrados nos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília no início de janeiro, onde ele cita informações falsas, como a de que uma idosa havia morrido depois de ser detida pela Polícia Federal. Segundo o defensor, as indagações foram para que, se o servidor tivesse alguma prova, que os fatos fossem investigados.
“Mas ele disse que se informou de maneira equivocada em grupos pela Internet, que acabaram disseminando informações falsas, e que ele não teve a cautela de verificar a veracidade das informações. Mencionou que após a repercussão da entrevista, foi pesquisar e viu que não eram verdadeiras as informações”, complementa Igor. O coordenador frisa que é contra os atos de vandalismo que ocorreram da capital brasileira.
Já o terceiro bloco de perguntas foi sobre as falas de Wendel, citando que os ministros do STF teriam feito campanha para o presidente Lula. De acordo com Igor, o servidor também alegou que não havia se informado corretamente sobre os fatos citados. Na ocasião, o secretário da Cultura de Gramado, Ricardo Bertolucci Reginato, foi ouvido e reiterou, conforme o defensor público, que as falas não representam o pensamento da atual administração, que preza pela inclusão e que entende como legítimo o resultado das urnas
Manifestação
A partir da retração e da audiência, o defensor público aguarda a manifestação da Prefeitura de Gramado sobre quais providências serão tomadas em relação aos fatos. "Baseado no que a Prefeitura decidir, a Defensoria dará o encaminhamento administrativo. Precisamos saber se foi aberto um procedimento administrativo, se ele vai passar por algum tipo de curso de reciclagem, por exemplo", cita Igor. Com isso, o processo pode ser arquivado ou então interposta uma ação civil pública, com encaminhamento dos fatos para investigação da Polícia Civil, Polícia Federal e Ministério da Justiça.
Para a procuradora-geral de Gramado, Mariana Reis, a audiência realizada foi satisfatória, pois o servidor esclareceu os pontos controversos da entrevista. "A medida que será tomada pelo Poder Executivo é a realocação do pessoal responsável pelos museus, incluindo o Wendel", ressalta.
Boicote ao turismo
O defensor frisa que instituições e organizações de nível nacional questionaram as falas de Wendel, que estava sendo entrevistado na condição de coordenador do museu Casa do Major e, consequentemente, como servidor público.
“A preocupação da Defensoria Pública é garantir que Gramado continue sendo uma cidade de acolhimento universal – a todas as culturas, raças, etnias, credos e, principalmente, a todas as orientações políticas e ideológicas. Havia, inclusive, uma organização de boicote ao turismo pelas entidades entenderem que o turismo da cidade tinha um preconceito ideológico”, conclui Igor.