O MDB e o PSDB de Gramado organizam reuniões com as executivas dos partidos para analisar o resultado das eleições de 2024. As duas siglas perderam suas cadeiras na Câmara de Vereadores para o próximo mandato.
Ao todo, os quatro parlamentares que tentaram a reeleição não conseguiram. Os tucanos Celso Fioreze e Professor Daniel, e os emedebistas Cícero Altreiter e Rodrigo Paim, além de Renan Sartori, que almejava o cargo de prefeito de Gramado.
Assim como já repercutido nas semanas anteriores, a próxima composição do Legislativo gramadense não terá oposição ao prefeito reeleito Nestor Tissot (PP). Foram sete cadeiras conquistadas pelos progressistas e as outras duas pelo Republicanos, que é da base aliada. Para os partidos que perderam seus espaços, o momento é para estruturar as estratégias já pensando nas eleições de 2028.
Cícero Altreiter é o atual presidente do MDB gramadense. Ele cita que as eleições não possuem uma fórmula e que vários fatores influenciaram para que o partido não conseguisse mais votos. Entre eles, cita a baixa de alguns filiados, que não se candidataram ou que acabaram indo para outros partidos.
“Essa pulverização não foi benéfica. Também na questão majoritária, por decisões tomadas em um curto espaço de tempo – pela conjuntura que se apresentou no final de abril/maio – acabamos tendo pouco tempo para trabalhar, levar ao conhecimento da comunidade nossos candidatos, nossa mensagem. Enfim, vários fatores envolvidos”, declara o presidente.
Cícero destaca que as vitórias e derrotas trazem ensinamentos. “Primeiramente, precisamos digerir tudo isso e traçar objetivos concretos, trabalhando com os que nos ajudaram nesse período e buscando fortalecer nosso grupo. É difícil? Logicamente, mas há muitas pessoas do bem e competentes que, apesar da derrota, já se colocaram à disposição para trabalharmos juntos numa reconstrução”, atesta.
Com o MDB sem representantes na Câmara pelos próximos quatro anos, Cícero aponta que vão trabalhar para reocupar o Legislativo. Ainda, adianta que o partido terá novamente candidato a prefeito em 2028.
Buscar alianças
Pelo lado do PSDB, o partido está se ajustando para o futuro político. Em uma análise, Professor Daniel aponta que a sigla aumentou a votação, mas, por causa das regras eleitorais, acabou não conseguindo conquistar uma cadeira.
“Não termos uma majoritária prejudica, questão de recursos, agenda”, avalia o vereador. “É importante ter alianças. Vamos organizar e estruturar uma aliança desde agora para 2028. E pensar em 2026. O partido vai avaliar a possibilidade de ter candidaturas da cidade [cargos de deputados] e trabalhar os apoios”, completa.
Sobre a próxima eleição municipal, o parlamentar afirma que é cedo para apontar se haverá ou não uma candidatura à Prefeitura de Gramado.
“Tem que fazer o partido crescer, trazer mais pessoas, trabalhar as que querem se candidatar para fazer um trabalho de quatro anos para dar mais potencialidade a essas candidaturas”, salienta. Daniel se coloca como um dos possíveis nomes para a presidência no partido em Gramado, a partir do próximo ano.
Dois pré-candidatos pelo PP
As eleições municipais de 2024 terminaram há quase três semanas, mas se engana quem pensa que a movimentação política pela região diminuiu. Dois dias depois do pleito, Gramado já tinha dois pré-candidatos a prefeito pelo PP. O vereador Rafael Ronsoni e o vice-prefeito Luia Barbacovi colocaram seus nomes à disposição e afirmam que querem ser o próximo chefe do Executivo.
“Vou continuar fazendo o que eu sempre fiz. Para quem tem 50 anos de história em Gramado, que conhece Gramado de ponta a ponta, é natural seguir esse caminho. Por tudo que eu tenho de conhecimento, experiência, história e eu vou ajudar muito a quarta gestão. Fizemos um trabalho histórico e eu sou pré-candidato a prefeito e quero ser prefeito de Gramado”, comentou o vice-prefeito em coletiva de imprensa, após a vitória nas urnas.
Rafael Ronsoni que novamente o vereador mais votado da cidade também deve entrar na disputa. “Foi minha última eleição como vereador. Como uma votação histórica, estou vendo que está indo ao natural para esse caminho [para se candidatar a prefeito]”, salienta. Para a reportagem, refletindo sobre o futuro, afirma que não aceitaria o cargo de vice. “Sou parceiro do partido e não vou atropelar ninguém, mas acho que a comunidade deu a resposta”, reforça.
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