DESLIZAMENTOS

Operação para retirar bens das casas de moradores do bairro Piratini começa a ser realizada; veja fotos do local

Equipe especializada em resgates após terremotos e em estruturas colapsadas está realizando o trabalho

Publicado em: 13/06/2024 19:10
Última atualização: 13/06/2024 19:14

Histórias, sonhos, registros de uma vida inteira embaixo de escombros. A realidade de famílias do bairro Piratini, em Gramado, ganha um sopro de esperança. Para quem teve que sair de casa às pressas e não tem mais como voltar, cada objeto recuperado faz a diferença.

Equipes iniciam retirada de bens materiais de casas colapsadas no bairro Piratini, em Gramado Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
Desde a quarta-feira, dia 12, uma força-tarefa está atuando para resgatar bens materiais em residências afetadas pelo desmoronamento no local. O grupo é formado por uma equipe especializada em resgates após terremotos e em estruturas colapsadas, com apoio da Scientology Volunteer Ministers, voluntários estrangeiros que oferecem ajuda humanitária, da Defesa Civil e da Prefeitura.

Depois que máquinas acessaram a Rua Guilherme Dal Ri para retirar o material acumulado e limpar a área, essas equipes iniciaram o trabalho de avaliação das estruturas. No primeiro momento, sete famílias foram chamadas para que informassem quais os itens prioritários que gostariam de recuperar. A escolha foi porque as casas já desabaram ou, muito provavelmente, terão que ser demolidas.

Na tarde da quinta-feira, dia 13, todos se reuniram para iniciar de fato a operação, que exige o máximo de cuidado. O coordenador operacional da Defesa Civil de Gramado, Cássio Júnior, afirma que o grupo tem táticas e procedimentos já estabelecidos para estar nessas áreas de risco. “Eles vão avaliar casa a casa e a ação precisa ser rápida”, aponta.

Esperança

Moradores da Rua Guilherme Dal Ri acompanharam a operação, na tarde da quinta-feira Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
Apreensiva com a situação que está vivendo, Eronita de Souza Martins, de 75 anos, acompanhava a movimentação. Ela morava na localidade há quase 60 anos. Foi lá que criou os seis filhos e que, atualmente, garantia a renda, pois tinha casas de aluguel. “Tudo o que conseguir ajuda. Tudo conseguido com muito esforço. Não é fácil”, desabafa. Entre os pedidos, um aparelho que usa para medir a glicose no sangue. “Vamos colocar nas mãos de Deus, que tudo vai dar certo”, pondera.

Daniela dos Reis, de 38 anos, morava com a mãe, Judila da Silva, de 70. A icônica casa rosa está com a estrutura comprometida. “É triste ver essa cena”, relata Daniela. Com sacolas na mão, aguardava para saber o que poderia ser levado. Um tanque de lavar roupas, lençóis e um bule estavam entre os principais pedidos. “Lutar para começar tudo de novo”, frisa.

Lenira Fetzner queria recuperar os instrumentos musicais do filho. Há três anos, ele foi morar em Lisboa para estudar. “Tem a bateria e o teclado que têm um valor sentimental”, desabafa com lágrimas nos olhos.

Avaliação técnica

Equipes iniciam retirada de bens materiais de casas colapsadas no bairro Piratini, em Gramado Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
A coordenadora da Defesa Civil de Gramado, Juliana Fisch, salienta que depois que essa primeira etapa for concluída, outras famílias também poderão solicitar a retirada de itens. Contudo, tudo é baseado nas avaliações da BSE Engenheria, que foi contratada pela Prefeitura para realizar os estudos na área. Os especialistas em geotecnia, os engenheiros Luiz Bressani e Eduardo Simões, realizam o monitoramento diário no local.

A Prefeitura ressalta que somente após os estudos, que devem levar de dois a três meses, é que será definido o futuro da localidade. “O que a gente está oportunizando é retirar alguma coisa que esteja fazendo falta, por exemplo, uma documentação, um medicamento, um aparelho. Isso não significa que a casa foi condenada”, complementa a secretária do Meio Ambiente, Cristiane Bandeira.

Retorno para casa

Unindo as famílias das ruas Santo André, Henrique Bertoluci, Afonso Oberherr, Guilherme Dal Ri e Getúlio Vargas, 687 pessoas estavam fora de casa, no início desta semana. Entre a terça e a quinta, de 11 a 13, parte das famílias puderam retornar. Atualmente, são 52 lotes que ainda estão evacuados.

O número de desabrigados em Gramado não foi atualizado pela Prefeitura. Porém, segundo o Executivo, não há mais gramadenses em abrigos. Todos estão alojados na casa de parentes, amigos ou conseguiram uma nova moradia.

Resíduos

Os resíduos das construções do Piratini estão sendo levados, de forma emergencial e temporária, para o bairro Prinstrop, próximo da antiga Rádio Excelsior. Segundo Cristiane, a medida atende a legislação estadual e, após a conclusão dos trabalhos, o material será destinado para uma empresa especializada que fará o devido encaminhamento.

Equipes iniciam retirada de bens materiais de casas colapsadas no bairro Piratini, em GramadoMônica Pereira/GES-ESPECIAL
Equipes iniciam retirada de bens materiais de casas colapsadas no bairro Piratini, em GramadoMônica Pereira/GES-ESPECIAL
Equipes iniciam retirada de bens materiais de casas colapsadas no bairro Piratini, em GramadoMônica Pereira/GES-ESPECIAL
Equipes iniciam retirada de bens materiais de casas colapsadas no bairro Piratini, em GramadoMônica Pereira/GES-ESPECIAL
Equipes iniciam retirada de bens materiais de casas colapsadas no bairro Piratini, em GramadoMÃŽnica Pereira/GES-ESPECIAL
Equipes iniciam retirada de bens materiais de casas colapsadas no bairro Piratini, em GramadoMônica Pereira/GES-ESPECIAL
Equipes iniciam retirada de bens materiais de casas colapsadas no bairro Piratini, em GramadoMônica Pereira/GES-ESPECIAL
Equipes iniciam retirada de bens materiais de casas colapsadas no bairro Piratini, em GramadoMônica Pereira/GES-ESPECIAL
Equipes iniciam retirada de bens materiais de casas colapsadas no bairro Piratini, em GramadoMônica Pereira/GES-ESPECIAL

 

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