POSSE RESPONSÁVEL
Número de cães e gatos abandonados na região cresce durante o verão
Em Gramado, dezembro teve registro de cerca 15 gatos e 22 cachorros recolhidos, quase todos filhotes
Última atualização: 11/01/2024 12:08
No final de um ano e início de um novo é comum que apareçam nas redes sociais diversas postagens a respeito de gatos e cachorros encontrados, ninhadas inteiras de filhotes que foram abandonadas à própria sorte. Em Gramado e Canela, a situação não é diferente.
Conforme o vereador canelense e voluntário da ONG Amigo Bicho, Jerônimo Rolim, é notório o aumento do número de cachorros nos bairros e Centro em dezembro. "A época de final de ano é um verdadeiro assombro para todos que atuam na causa animal", salienta.
O médico veterinário da Posse Responsável de Gramado, Altair Medeiros, explica que durante o ano costumam ocorrer dois períodos com o aumento do número de animais. Isto é devido ao cio das cadelas, que ocorre a cada seis meses, sendo comum ocorrer no outono e primavera. O cio dos gatos também costuma ocorrer durante a primavera. Com os períodos de gestação, o verão acaba por ser uma estação repleta de filhotes, alguns desejados, e outros não.
As prefeituras das duas cidades oferecem castração gratuita dos animais. Para Altair, o problema do abandono e de maus-tratos é cultural. "Não é só 'ter um bicho'. É preciso pensar diferente, ser tutor de um animal", coloca.
Além do alto número de filhotes, outras questões do verão também podem influenciar no abandono. "Não são poucas as pessoas que procuram a ONG falando que precisam viajar e não têm onde deixar o animal. São animais que provavelmente aparecem abandonados porque as pessoas não deixam de se mudar ou ir para a praia, mas não hesitam em abandonar o bichinho", declara Jerônimo.
Percepção
Os números exatos de animais abandonados em Gramado e Canela não são conhecidos, visto que as prefeituras não contabilizam. O que existe é uma percepção entre aqueles que trabalham com a causa animal a partir dos pedidos e relatos de ajuda que chegam a eles.
"Não temos dados, mas o que temos é uma percepção generalizada. Três cachorros que apareceram abandonados no brechó da ONG em duas semanas. Fora os relatos e pedidos no Facebook que são diários de abandono, muito maior nessa época", conta Jerônimo.
Viviane Pelissari, da ONG Amor Sem Raça, de Canela, levanta outro ponto. "Abandonos ocorrem no ano todo, mas nessa época do ano pessoas sem responsabilidade que querem viajar acabam abandonando. Muitos também fogem devido aos fogos de artifício. Temos recebidos muitos pedidos de ajuda para as duas situações", destaca.
Embora a Prefeitura de Gramado não forneça dados oficiais, conforme Altair, a média de animais resgatados por mês costuma ser de 10 a 20 na cidade. Em dezembro, foram cerca 15 gatos e 22 cachorros recolhidos, quase todos filhotes. Foram 212 adotados em 2022.
Mais informação
Para ele, as pessoas não sabem que podem tratar bem, mas as conversas rendem e dão frutos.
Participação da comunidade
Um dos trabalhos da Posse Responsável de Gramado é atender aos pedidos do Fala Cidadão. São cerca de dez por dia que são atendidos, vários relacionados ao abandono e maus-tratos. "A partir do Fala Cidadão temos nos feito presentes em todos os locais necessários. Fazemos tudo que está ao nosso alcance. Teria que ser feito mais, mas temos limitações", coloca Altair.
Para complementar o trabalho, a comunidade deve agir também em prol dos animais, através de ONGs, doações de ração, e até a 'adoção' de um animal comunitário pelos moradores de um local.
Cuidados para a adoção
Adotar um animal é um ato de responsabilidade. Para Altair, as pessoas devem sempre conversar e se informar a respeito. Algumas questões básicas devem ser observadas, como fornecer sempre alimentação adequada e deixar água fresca disponível, não deixar o animal sem abrigo para se proteger do sol e da chuva, e providenciar cuidados veterinários quando necessário. Animais disponíveis para adoção pela Prefeitura de Gramado podem ser vistos através do Instagram @cachorrogramadinho, bem como informações sobre feiras de adoção.
No final de um ano e início de um novo é comum que apareçam nas redes sociais diversas postagens a respeito de gatos e cachorros encontrados, ninhadas inteiras de filhotes que foram abandonadas à própria sorte. Em Gramado e Canela, a situação não é diferente.
Conforme o vereador canelense e voluntário da ONG Amigo Bicho, Jerônimo Rolim, é notório o aumento do número de cachorros nos bairros e Centro em dezembro. "A época de final de ano é um verdadeiro assombro para todos que atuam na causa animal", salienta.
O médico veterinário da Posse Responsável de Gramado, Altair Medeiros, explica que durante o ano costumam ocorrer dois períodos com o aumento do número de animais. Isto é devido ao cio das cadelas, que ocorre a cada seis meses, sendo comum ocorrer no outono e primavera. O cio dos gatos também costuma ocorrer durante a primavera. Com os períodos de gestação, o verão acaba por ser uma estação repleta de filhotes, alguns desejados, e outros não.
As prefeituras das duas cidades oferecem castração gratuita dos animais. Para Altair, o problema do abandono e de maus-tratos é cultural. "Não é só 'ter um bicho'. É preciso pensar diferente, ser tutor de um animal", coloca.
Além do alto número de filhotes, outras questões do verão também podem influenciar no abandono. "Não são poucas as pessoas que procuram a ONG falando que precisam viajar e não têm onde deixar o animal. São animais que provavelmente aparecem abandonados porque as pessoas não deixam de se mudar ou ir para a praia, mas não hesitam em abandonar o bichinho", declara Jerônimo.
Percepção
Os números exatos de animais abandonados em Gramado e Canela não são conhecidos, visto que as prefeituras não contabilizam. O que existe é uma percepção entre aqueles que trabalham com a causa animal a partir dos pedidos e relatos de ajuda que chegam a eles.
"Não temos dados, mas o que temos é uma percepção generalizada. Três cachorros que apareceram abandonados no brechó da ONG em duas semanas. Fora os relatos e pedidos no Facebook que são diários de abandono, muito maior nessa época", conta Jerônimo.
Viviane Pelissari, da ONG Amor Sem Raça, de Canela, levanta outro ponto. "Abandonos ocorrem no ano todo, mas nessa época do ano pessoas sem responsabilidade que querem viajar acabam abandonando. Muitos também fogem devido aos fogos de artifício. Temos recebidos muitos pedidos de ajuda para as duas situações", destaca.
Embora a Prefeitura de Gramado não forneça dados oficiais, conforme Altair, a média de animais resgatados por mês costuma ser de 10 a 20 na cidade. Em dezembro, foram cerca 15 gatos e 22 cachorros recolhidos, quase todos filhotes. Foram 212 adotados em 2022.
Mais informação
Para ele, as pessoas não sabem que podem tratar bem, mas as conversas rendem e dão frutos.
Participação da comunidade
Um dos trabalhos da Posse Responsável de Gramado é atender aos pedidos do Fala Cidadão. São cerca de dez por dia que são atendidos, vários relacionados ao abandono e maus-tratos. "A partir do Fala Cidadão temos nos feito presentes em todos os locais necessários. Fazemos tudo que está ao nosso alcance. Teria que ser feito mais, mas temos limitações", coloca Altair.
Para complementar o trabalho, a comunidade deve agir também em prol dos animais, através de ONGs, doações de ração, e até a 'adoção' de um animal comunitário pelos moradores de um local.
Cuidados para a adoção
Adotar um animal é um ato de responsabilidade. Para Altair, as pessoas devem sempre conversar e se informar a respeito. Algumas questões básicas devem ser observadas, como fornecer sempre alimentação adequada e deixar água fresca disponível, não deixar o animal sem abrigo para se proteger do sol e da chuva, e providenciar cuidados veterinários quando necessário. Animais disponíveis para adoção pela Prefeitura de Gramado podem ser vistos através do Instagram @cachorrogramadinho, bem como informações sobre feiras de adoção.
Conforme o vereador canelense e voluntário da ONG Amigo Bicho, Jerônimo Rolim, é notório o aumento do número de cachorros nos bairros e Centro em dezembro. "A época de final de ano é um verdadeiro assombro para todos que atuam na causa animal", salienta.