RECONHECIMENTO
"Noite histórica": Fábricas de chocolate de Gramado recebem selo de origem
Entrega dos certificados ocorreu durante a abertura do Connection Experience, no Palácio dos Festivais
Última atualização: 26/03/2024 19:58
"Hoje é uma noite histórica. Não foi um caminho fácil para as indústrias chegarem até aqui." Essa é a declaração do vice-presidente da Associação da Indústria e Comércio de Chocolates de Gramado (Achoco), Maurício Brock, que falou em nomes das seis empresas que receberam, durante a abertura do Connection Experience, no Palácio dos Festivais, na noite de quarta-feira (17), a certificação do selo de procedência.
A partir desta entrega, a Prawer Chocolates, Planalto/Caracol, Gramadense, Lugano, Miroh Chocolates e a Chococia (Chocolataria Gramado), passam a ter, de forma oficial, "chocolate artesanal de Gramado".
"Chegamos no ponto de satisfação. É um trabalho de anos, nos preparamos, adequamos receitas, mas nosso foco foi sempre a qualidade. Por isso, estamos sempre brigando para que seja um produto de excelência. E essa é a essência do chocolate de Gramado", diz o empresário da Chocolate Gramadense, Ezequiel de Lima.
A indicação de procedência (IP) do chocolate produzido na cidade tem chancela do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) desde 2021. Gramado também é considerada, por lei federal, a Capital Nacional do Chocolate Artesanal no País.
Processo
As fábricas precisaram se adequar, através da matéria-prima que é utilizada, assim como pelos processos que o chocolate deve passar. Uma auditoria contratada pela Achoco revisou o regulamento interno criado e avaliou as indústrias ainda em 2022. Por isso, neste primeiro momento, seis receberam a certificação.
Entre as medidas estabelecidas para ser apto a ter o selo está, por exemplo, a proibição de gorduras substitutas em massas de chocolates puros, podendo ser usado somente manteiga de cacau. Quantidade mínima de cacau e outros padrões de boas práticas também são exigidos.
Para o representante da Achoco e também diretor da Prawer, o selo só reforça a busca constante por melhorias do setor. "Além de produzirmos um símbolo da cidade, o setor responde por 20% dos empregos formais. Por isso, este é um ponto alto da história e precisamos celebrar esta conquista", reforça Maurício.
Presença e reconhecimento de 27 Indicações Geográficas
Foi em 2002 que o Rio Grande do Sul, mais precisamente, o Vale dos Vinhedos, recebeu a primeira certificação de Indicação Geográfica no Rio Grande do Sul. Após duas décadas, o Estado já possui 102 indicações, reconhecidas pelo INPI no Brasil. No evento, participam 27, que receberam homenagens durante a abertura e contam com um espaço especial na Rua Coberta, denominado de Alameda Terroirs.
O crescimento e a ligação de produtos tradicionais de determinadas localidades que possuem identidades únicas - os terroirs - com o setor turístico trouxe o tema da 6ª edição do Connection Experience, que ocorre até o domingo, dia 21.
"Não há desenvolvimento sem conhecimento. Com o Connection, queríamos conectar pessoas, provocar negócios e gerar valor para o futuro. Nesta edição, trabalhamos um assunto que não tínhamos conhecimento. Trazer para cá, o Brasil de Norte a Sul, para nós, foi uma grande escola", conta a CEO do evento, Marta Rossi.
"A identificação de um produto com uma região se deve a muito trabalho e à criatividade em tornar algo como referência. Em Gramado, se lembra do chocolate, do fondue", comenta o vice-prefeito, Luia Barbacovi.
Rodada de negócios e palestras estão na programação
Até domingo, dia 21, das 13 às 19 horas, o Centro de Gramado está voltado ao tema terroirs com exposição e degustação de mais de 30 produtos especiais e únicos certificados com Indicação Geográfica e representantes dos seis biomas brasileiros.
Conexões internacionais estão previstas através de palestras, que ocorrem desde a quinta-feira. Nesta sexta, dia 19, às 8h30, o assunto será a estratégia de posicionamento da Itália. Às 9h20, biodiversidade e sustentabilidade envolvem Brasil e Peru. Já às 11h05, com a França, a cozinha de Terroir será abordada.
Ainda nesta sexta, das 14 às 18 horas, na Sociedade Recreio, será realizada a primeira rodada de negócios entre trade turístico e regiões com Indicação Geográfica do País.
Primeiro dia superou expectativas
Em questão de poucas horas, expositores da Alameda Terroirs quase tinham esgotado seus estoques de produtos devido à demanda na comercialização. A movimentação no primeiro dia do Connection Terroirs do Brasil, surpreendeu, inclusive, a organização do evento.
Desde quando os expositores iniciaram os trabalhos na Rua Coberta e parte da Praça Major Nicoletti, a movimentação de turistas e comunidade foi se intensificando ao longo do dia. A amostra de produtos como queijos, vinhos, cafés, azeites, artesanato em cerâmica, cosméticos, joias, entre outros, encantou quem passava pelo local, tendo a oportunidade de conhecer, degustar e experimentar produtos de diferentes partes do Brasil e únicos.
O apicultor Gilberto Santos, do Pantanal, recebeu uma demanda inesperada nesta tarde. “Um cliente me pediu mil frascos de mel, primeiro me assustei, depois entendi a ideia e certamente faremos negócios”, comenta o produtor de mel que tem há 6 anos seu apiário. De todo seu estoque, ficou com dez frascos de mel para comercialização até o fim do evento.
A conquista do IG do produtor ocorreu há um ano, após a reativação do selo que já existia. “Tudo foi graças ao Sebrae, esse processo valorizou ainda mais meu trabalho e o produto, podendo inclusive agregar valor e, com isso, investir mais na produção”, aponta Santos, que espera colher entre 6 a 8 mil quilos de mel neste ano.
"Hoje é uma noite histórica. Não foi um caminho fácil para as indústrias chegarem até aqui." Essa é a declaração do vice-presidente da Associação da Indústria e Comércio de Chocolates de Gramado (Achoco), Maurício Brock, que falou em nomes das seis empresas que receberam, durante a abertura do Connection Experience, no Palácio dos Festivais, na noite de quarta-feira (17), a certificação do selo de procedência.
A partir desta entrega, a Prawer Chocolates, Planalto/Caracol, Gramadense, Lugano, Miroh Chocolates e a Chococia (Chocolataria Gramado), passam a ter, de forma oficial, "chocolate artesanal de Gramado".
"Chegamos no ponto de satisfação. É um trabalho de anos, nos preparamos, adequamos receitas, mas nosso foco foi sempre a qualidade. Por isso, estamos sempre brigando para que seja um produto de excelência. E essa é a essência do chocolate de Gramado", diz o empresário da Chocolate Gramadense, Ezequiel de Lima.
A indicação de procedência (IP) do chocolate produzido na cidade tem chancela do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) desde 2021. Gramado também é considerada, por lei federal, a Capital Nacional do Chocolate Artesanal no País.
Processo
As fábricas precisaram se adequar, através da matéria-prima que é utilizada, assim como pelos processos que o chocolate deve passar. Uma auditoria contratada pela Achoco revisou o regulamento interno criado e avaliou as indústrias ainda em 2022. Por isso, neste primeiro momento, seis receberam a certificação.
Entre as medidas estabelecidas para ser apto a ter o selo está, por exemplo, a proibição de gorduras substitutas em massas de chocolates puros, podendo ser usado somente manteiga de cacau. Quantidade mínima de cacau e outros padrões de boas práticas também são exigidos.
Para o representante da Achoco e também diretor da Prawer, o selo só reforça a busca constante por melhorias do setor. "Além de produzirmos um símbolo da cidade, o setor responde por 20% dos empregos formais. Por isso, este é um ponto alto da história e precisamos celebrar esta conquista", reforça Maurício.
Presença e reconhecimento de 27 Indicações Geográficas
Foi em 2002 que o Rio Grande do Sul, mais precisamente, o Vale dos Vinhedos, recebeu a primeira certificação de Indicação Geográfica no Rio Grande do Sul. Após duas décadas, o Estado já possui 102 indicações, reconhecidas pelo INPI no Brasil. No evento, participam 27, que receberam homenagens durante a abertura e contam com um espaço especial na Rua Coberta, denominado de Alameda Terroirs.
O crescimento e a ligação de produtos tradicionais de determinadas localidades que possuem identidades únicas - os terroirs - com o setor turístico trouxe o tema da 6ª edição do Connection Experience, que ocorre até o domingo, dia 21.
"Não há desenvolvimento sem conhecimento. Com o Connection, queríamos conectar pessoas, provocar negócios e gerar valor para o futuro. Nesta edição, trabalhamos um assunto que não tínhamos conhecimento. Trazer para cá, o Brasil de Norte a Sul, para nós, foi uma grande escola", conta a CEO do evento, Marta Rossi.
"A identificação de um produto com uma região se deve a muito trabalho e à criatividade em tornar algo como referência. Em Gramado, se lembra do chocolate, do fondue", comenta o vice-prefeito, Luia Barbacovi.
Rodada de negócios e palestras estão na programação
Até domingo, dia 21, das 13 às 19 horas, o Centro de Gramado está voltado ao tema terroirs com exposição e degustação de mais de 30 produtos especiais e únicos certificados com Indicação Geográfica e representantes dos seis biomas brasileiros.
Conexões internacionais estão previstas através de palestras, que ocorrem desde a quinta-feira. Nesta sexta, dia 19, às 8h30, o assunto será a estratégia de posicionamento da Itália. Às 9h20, biodiversidade e sustentabilidade envolvem Brasil e Peru. Já às 11h05, com a França, a cozinha de Terroir será abordada.
Ainda nesta sexta, das 14 às 18 horas, na Sociedade Recreio, será realizada a primeira rodada de negócios entre trade turístico e regiões com Indicação Geográfica do País.
Primeiro dia superou expectativas
Em questão de poucas horas, expositores da Alameda Terroirs quase tinham esgotado seus estoques de produtos devido à demanda na comercialização. A movimentação no primeiro dia do Connection Terroirs do Brasil, surpreendeu, inclusive, a organização do evento.
Desde quando os expositores iniciaram os trabalhos na Rua Coberta e parte da Praça Major Nicoletti, a movimentação de turistas e comunidade foi se intensificando ao longo do dia. A amostra de produtos como queijos, vinhos, cafés, azeites, artesanato em cerâmica, cosméticos, joias, entre outros, encantou quem passava pelo local, tendo a oportunidade de conhecer, degustar e experimentar produtos de diferentes partes do Brasil e únicos.
O apicultor Gilberto Santos, do Pantanal, recebeu uma demanda inesperada nesta tarde. “Um cliente me pediu mil frascos de mel, primeiro me assustei, depois entendi a ideia e certamente faremos negócios”, comenta o produtor de mel que tem há 6 anos seu apiário. De todo seu estoque, ficou com dez frascos de mel para comercialização até o fim do evento.
A conquista do IG do produtor ocorreu há um ano, após a reativação do selo que já existia. “Tudo foi graças ao Sebrae, esse processo valorizou ainda mais meu trabalho e o produto, podendo inclusive agregar valor e, com isso, investir mais na produção”, aponta Santos, que espera colher entre 6 a 8 mil quilos de mel neste ano.