A derrubada de uma grande araucária centenária, dentro de um empreendimento em construção, na área central, foi alvo de vídeo gravado na terça-feira (26), em Gramado, e que viralizou nas redes sociais. A cena mostra um maquinário empurrando o tronco da árvore, até ela cair.
A publicação ganhou as mídias e viralizou por diferentes perfis, tanto de moradores, quanto de pessoas ligadas ao turismo da cidade, e trouxe revolta por parte da comunidade. O exemplar ficava localizado em uma área que não foi escavada e outras araucárias, menores, ainda permanecem. O local contempla uma futura edificação, na Avenida Borges de Medeiros, próximo ao Corpo de Bombeiros.
“Uma árvore que representa tanto ao povo da região, a imagem tantas vezes retratada, em fotos, música, poesia, que encanta nosso povo e visitantes. Lamentável, triste. E nada podemos fazer”, diz uma gramadense, em rede social.
Um grupo foi criado no WhatsApp e denominado como “SOS Verde”. O intuito é organizar um protesto em direção à Câmara de Vereadores de Gramado e à Prefeitura, para manifestar contrariedade sobre o ocorrido e solicitar explicações. Ainda não há data e horário definidos.
Tinha autorização?
A Prefeitura de Gramado se manifestou através de nota. A administração municipal esclareceu que o projeto arquitetônico do empreendimento foi aprovado em 15 de janeiro de 2020. Já a licença de instalação foi emitida em 13 de março daquele ano.
No dia 11 de março de 2024, a Defesa Civil de Gramado realizou uma vistoria no local, “onde constatou que a araucária de grande porte não apresentava boa fixação com a raiz no solo, gerando risco no local e às residências vizinhas. Diante disso, foi constatado risco iminente de queda da árvore, o que poderia ocorrer risco de vida à população, sendo autorizada a supressão da mesma”. Assim, o tombamento da árvore foi autorizado pelo Executivo municipal.
Entretanto, ressalta que “a necessária autorização pela Defesa Civil não eximirá a responsabilidade de quem provocou o dano à araucária, sendo que a Secretaria do Meio Ambiente tomará as medidas administrativas cabíveis”.
Já a empresa responsável pela construção do empreendimento reiterou que “foi com pesar e muitos laudos técnicos que nossa equipe, balizada pelos órgãos legais, optou pela retirada segura de uma árvore na tarde de terça-feira”.
A incorporadora ressalta que o intuito era manter a espécime, porém, não foi possível. “A vegetação em questão constava inclusive no projeto e material publicitário, mas estava com a sua saúde e estrutura comprometidas, oferecendo riscos para todos ao seu entorno”, diz em comunicado.
Ao final da nota, informam que o “comprometimento ambiental é um dos norteadores ao desenvolver projetos, bem como a vegetação e a reposição de toda vegetação que por ventura seja impactada nas construções”.
Não há informações sobre se será necessária a retirada dos exemplares de araucárias que ainda permanecem lá.
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