A tarde de sábado, dia 21, promete ser especial para a comunidade da Linha Pedras Brancas, interior de Gramado. Há quatro meses, a catástrofe climática devastou a localidade. Quedas de barreiras, de árvores de grande porte e deslizamentos de terra atingiram casas, comércios e até mesmo a sociedade da comunidade.
Seis pessoas morreram na tragédia. As residências das famílias foram destruídas e elas ficaram em meio aos escombros.
Homenagem
A partir das 14 horas, o padre Neimar Pies fará a primeira missa na Capela Nossa Senhora do Caravaggio, que não foi atingida pelos deslizamentos, mas precisou ficar fechada pelas interdições e situação à época das chuvas. O barro e árvores, ali, chegaram a três metros da fachada da igreja. Com a reabertura, o momento promete ser de emoção e recomeço, para as famílias que, aos poucos, voltam à área onde residem.
“A data para reiniciarmos foi acordada com a comunidade há cerca de 15, 20 dias. Foi uma parada para vivenciar o luto, mas não podemos desistir da caminhada. Precisamos recomeçar e reerguer a cabeça”, coloca o padre,
Além da liturgia do final de semana, que falará sobre união, o religioso afirma que haverá uma fala diferenciada destinada ao ocorrido e aos falecimentos, como forma de homenagear aqueles que não estão mais presentes.
“Quando há uma tragédia, se recorre muito mais à fé. É preciso vivenciar a fé enquanto união, comprometimento, ela gira em torno da comunidade. Que seja um recomeço com mais união”, pontua.
Participação
As missas na Capela do Pedras Brancas costumam ocorrer a cada 15 dias, intercalando com a Linha Furna, nas proximidades Conforme o padre Neimar, cerca de 25 pessoas costumam participar. Entretanto, neste sábado, a capela deve lotar.
“Por ser um momento de recomeço e ter um significado, devemos ter muitas famílias presentes de outras regiões de Gramado, aqueles que tinham suas raízes ali, amigos. Todos são convidados”, justifica.
Outras estruturas
A tragédia climática atingiu outras estruturas católicas na cidade. Na Linha São Roque, a capela precisou ser demolida. “Houve um deslocamento de terra, que abalou as estruturas, com rachaduras grandes. As missas lá ocorrem na sociedade em frente, que cedeu o espaço. A ideia, ainda, é encontrarmos uma foto da capela originária, para construirmos uma nova estrutura. Mas antes, precisamos dos laudos dos geólogos”, diz o padre.
Já a primeira capela do Pedras Brancas, há cerca de 200 metros da atual, foi levada pelo deslizamento de terra. O local já não recebia missas, mas por sua arquitetura histórica e possibilidade de tombamento, foi mantida. Ainda conforme o padre Neimar, havia planos para reformar e, inclusive, a construção de um jardim. Infelizmente, a terra levou o prédio e os sonhos embora.
Obras na localidade
Trabalhos ainda são realizados na localidade do Pedras Brancas pela Prefeitura de Gramado. Conforme o Executivo municipal, foi feita a limpeza de toda a área, com retirada de diversas quedas de barreiras, remoção e supressão de árvores e vegetação comprometidas. Os escombros da sociedade também foram levados e a rede de água foi refeita. O traçado da estrada foi refeito e as obras de pavimentação avançam, passando há cerca de 800 metros da sociedade.
Na Capela, o padre comenta que há uma proposta de lavar e fazer uma nova pintura da capela. A ideia já vinha antes mesmo das chuvas e foi reforçada, devido aos deslizamentos próximos.
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