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PREOCUPAÇÃO COM SAÚDE PÚBLICA

MEGA DOMO: Ministério Público ingressa com ação civil coletiva para que lona seja retirada por risco de dengue

Estrutura possui acúmulo de água e promotor justifica ser "inadmissível" que local seja potencial criadouro de mosquito

Fernanda Steigleder Fauth
Publicado em: 08/02/2024 às 17h:38 Última atualização: 08/02/2024 às 17h:39
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A Promotoria de Justiça de Canela ingressou com ação civil coletiva no início deste mês contra a empresa que é responsável pelo Mega Domo. O Ministério Público solicita que seja retirada a lona, devido ao acúmulo de água na estrutura.

Mega Domo, em Canela, acumula água na lona desde que foi desinflado, em outubro de 2023



Mega Domo, em Canela, acumula água na lona desde que foi desinflado, em outubro de 2023

Foto: Aureo Oliveira/Redes Sociais

Para o promotor de Justiça, Matheus Cargnin, o local é de grande risco de proliferação de mosquitos e potencial criadouro da dengue. Recentemente, o ABCMais mostrou a preocupação de moradores sobre a situação do local. O domo foi desinflado em outubro do ano passado. A empresa responsável, Histórias Incríveis Entretenimento, responde por processos na justiça, desde questões ambientais – como dano em áreas de preservação permanente – até inadimplência de aluguéis e IPTU do terreno, de propriedade da rede Sky Hotéis. 

O MP solicitou ao Judiciário que a empresa responsável retire a lona, bem como toda e qualquer estrutura que possa favorecer o acúmulo de água no prazo de cinco dias, a contar da decisão judicial, sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil. Também deverá realizar todas as medidas necessárias para a sanitização do local.

Caso não haja o cumprimento integral da decisão no prazo determinado, o Ministério Público ainda requer que seja concedida à Prefeitura autorização judicial para que, por seus próprios meios, retire do local a lona, qualquer estrutura que possa favorecer o acúmulo de água e tome todas as medidas necessárias para a sanitização do local, sem prejuízo do posterior ressarcimento dos custos pelas demandadas.

Ao ingressar com a ação, o promotor levou em consideração que já há uma ação civil pública. Nesta terça-feira (6), em outro processo – de despejo -, o magistrado Vancarlo Anacleto, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Canela, emitiu despacho com nova data para a retirada da estrutura. Devido às dificuldades apresentadas pela empresa para a retirada do material, prorrogou a ordem do despejo até o dia 10 de março deste ano. Caso o material não saia do terreno até este dia, o proprietário do local possui autorização judicial para tirar. 

O Mega Domo reitera que o local possui vigilância 24 horas e que “nunca esteve abandonado” e que a estrutura está com cronograma de retirada de suas estruturas em andamento. O cronograma, contudo, não é divulgado, por se tratar de um “documento interno, sujeito às intempéries”.

A Vigilância Sanitária de Canela já realizou vistoria no local e ficou constatado que, além das irregularidades que implicam danos ambientais, há larvas de mosquitos na água acumulada na lona.

Para o promotor “é inadmissível que a estrutura do Mega Domo seja um potencial criadouro de mosquito Aedes aegypti, bem como para outros diversos insetos, colocando em risco iminente a saúde pública”.

O representante do MP diz ainda que atualmente, o País inteiro está preocupado com a dengue, inclusive, com duas pessoas que morreram no Estado em decorrência da doença. “Não precisamos esperar que ocorra casos em Canela para tomar atitudes. É melhor eliminar locais que possam gerar este problema”, finaliza.

“Temos aplicado produtos repelentes”

A reportagem entrou em contato com a empresa na terça-feira (6), que encaminhou comunicado. Conforme os responsáveis, “regularmente o domo vem sendo inflado, com o objetivo de retirar a água que se acumula em decorrência das fortes e frequentes chuvas que tem acometido a região”.

“Além disso, sobre a água que eventualmente empoça, por orientação das autoridades sanitárias, temos aplicado produtos repelentes, evitando assim a proliferação dos mosquitos e outras pragas”, explicam em nota.

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