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MEGA DOMO: Água parada em estrutura incomoda moradores e despejo tem nova data

Empresa responsável pela estrutura afirma que está com cronograma de retirada das lonas e equipamentos em andamento

Fernanda Steigleder Fauth
Publicado em: 06/02/2024 às 18h:02 Última atualização: 06/02/2024 às 18h:41
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 O Mega Domo, maior domo inflável de entretenimento da América Latina, que foi desinflado em final de outubro do ano passado, é tema de novas polêmicas nas últimas semanas. Após o caso ter dez pessoas indiciadas em inquérito policial, agora, com a chegada das altas temperaturas devido ao verão e às chuvas ocorridas, a estrutura, que ocupa ainda o terreno, se tornou motivo de preocupação de moradores de Canela e da comunidade em geral, inclusive Gramado. 

Mega Domo, em Canela, acumula água na lona desde que foi desinflado, em outubro de 2023



Mega Domo, em Canela, acumula água na lona desde que foi desinflado, em outubro de 2023

Foto: Aureo Oliveira/Redes Sociais

E os problemas não giram em torno da questão estética do espaço, mas sim, da saúde pública. O local acumula e tem problemas com água parada – principal fonte de reprodução do mosquito Aedes aegypti, que pode contaminar o ser humano com a dengue

Em meio a um crescimento de casos da doença e recente óbito no Estado, residentes principalmente que moram próximos questionam quando que o domo será retirado. Também relatam o crescimento no número de larvas e insetos nas propriedades. 

“Várias cidades do Brasil decretando estado de emergência devido ao avanço da dengue! Enquanto isso o polêmico domo segue ‘esvaziado’, literalmente no chão, servindo de um verdadeiro criatório de mosquitos”, comenta nas redes sociais um canelense.

A Histórias Incríveis Entretenimento, responsável pela gestão e estrutura, responde por processos no Judiciário, desde questões ambientais  – como dano em áreas de preservação permanente – até inadimplência de aluguéis e IPTU do terreno, de propriedade da rede Sky Hotéis. 

A reportagem entrou em contato com a empresa, que encaminhou comunicado. Conforme os responsáveis, “regularmente o domo vem sendo inflado, com o objetivo de retirar a água que se acumula em decorrência das fortes e frequentes chuvas que tem acometido a região”. 

“Além disso, sobre a água que eventualmente empoça, por orientação das autoridades sanitárias, temos aplicado produtos repelentes, evitando assim a proliferação dos mosquitos e outras pragas”, explicam em nota. 

Em contato com a Prefeitura de Canela, a Secretaria de Saúde informou ao ABCMais que desde dezembro vem notificando o proprietário do imóvel e a empresa H.I, “solicitando a retirada de todo material ainda depositado no terreno.”

“Em relação a possíveis focos do mosquito Aedes aegypti no local, transmissor da dengue, a equipe da Vigilância Ambiental realiza semanalmente vistoria na área, na qual não foi constatado nenhum foco do mosquito”, diz em nota o Executivo municipal. 

A pasta da saúde ainda reitera que o terreno está sendo monitorado constantemente e “que todas as medidas administrativas cabíveis estão sendo executadas, visando o bem-estar da comunidade e dos moradores do entorno do terreno”. 

Saída da estrutura

O domo que está desinflado ganhou nova data para ter a estrutura retirada do terreno nesta terça-feira (6), em despacho da 1ª Vara Judicial da Comarca de Canela. O magistrado Vancarlo Anacleto, devido às dificuldades apresentadas pela empresa para a retirada do material, prorrogou a ordem do despejo até o dia 10 de março deste ano.

“Decorrido o prazo, sem cumprimento da liminar, a parte autora (Sky Hotéis) fica autorizada a efetuar a retirada da estrutura, ficando isenta de responsabilidade por qualquer dano causado com a retirada”, complementa o juiz na decisão. 

No final do ano passado, a Histórias Incríveis chegou a entrar com um agravo de instrumento na 15ª Câmara Cível, em Porto Alegre, para tentar aumentar o período de tempo de prorrogação para tirar as lonas. Entretanto, o desembargador Roberto José Ludwig negou o recurso.

Na mesma nota emitida sobre a saúde pública, o Mega Domo reitera que o local possui vigilância 24 horas e que “nunca esteve abandonado”. A estrutura está com cronograma de retirada de suas estruturas em andamento, conforme justifica a H.I. 

O cronograma, contudo, não é divulgado, por se tratar de um “documento interno, sujeito às intempéries”. Segundo a empresa, “as chuvas frequentes tem atrapalhado muito, pois a lona precisa estar completamente seca, depois de alguns dias de sol, para que possa ser manuseada”. 

“Sua retirada, contudo, demandou negociações entre diversas empresas, instituições e pessoas, além de exigir altos recursos financeiros, que somente agora puderam ser obtidos”, finaliza. 

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