PROPRIEDADES MEDICINAIS

Lavandas se tornam atrativo turístico na estrada da Linha Carahá

Produtora de Gramado começa processo de expansão do plantio e de produtos derivados

Publicado em: 13/10/2023 03:00
Última atualização: 18/10/2023 21:19

Andar por um campo de lavandas e colhê-las. A experiência parece ser remota ou até mesmo longínqua. Um dos atrativos que chama a atenção em países europeus, como na França, será disponibilizado pela Ai Colli, no interior de Gramado.

Colheita de lavanda no interior de GramadoFernanda Fauth/GES-Especial
Beatriz Flecha, proprietária do Ai Colli na colheita de lavanda no interior de GramadoFernanda Fauth/GES-Especial
Beatriz Flecha, proprietária do Ai Colli na colheita de lavanda no interior de GramadoFernanda Fauth/GES-Especial
Localizado na estrada da Linha Carahá, em direção a Três Coroas, o estabelecimento é comandado pela mineira Beatriz Flecha, de 70 anos. Ela é considerada a principal produtora da planta medicinal no município.

O sítio existe há sete anos e o campo de 1 hectare possui dois tipos de lavanda, a francesa - uma das mais comuns e que se adaptou bem ao clima brasileiro - e a inglesa, em menor escala, usada em produtos comestíveis.

"Em 2014 meu marido e eu viemos passear no Sul. E, quando cheguei em Gramado, me apaixonei pela cidade, pela energia. Quando vi o banheiro público, eu pensei 'peraí, isso não existe no mundo'. E eu queria ficar perto da terra, era um matagal aqui e começamos tudo do zero. Fomos estudando os terrenos pelo Google. Duas arquitetas, da Hungria e Portugal, vieram para ajudar e desenvolveram o projeto de ocupação", relembra Beatriz.

Com a família ligada à França, ela viu uma oportunidade. "A lavanda tem milhares de propriedades, supercriativa, resistente. Então comecei a estudar, e, na época, não tinham conteúdos em português", conta.

Três mil pés da planta

Arranjos, óleos, travesseirinhos, chás e até licores e doces são criados pela empresária, com receitas exclusivas, a partir do cultivo da lavanda. São três mil pés, que dão uma tonelada da planta para destilar. “Isso me dá dois litros e meio de óleo, por isso que a essência é considerada com custo alto”, revela Beatriz.

Para ela, o intuito, agora, é também criar um produto turístico, sob reserva, para que visitantes possam obter conhecimento dos processos e conhecer os campos.

Conforme a engenheira agrônoma e chefe do escritório da Emater/RS-Ascar de Gramado, Janete Basso, a área de cultivo da planta ainda é pequena na cidade. “Apesar de ser pequena, os produtos elaborados a partir das flores e ramos são de ótima qualidade”, afirma.

Um dos desafios para ampliar as produções diz respeito às tecnologias, que são caras. Beatriz, por exemplo, terceiriza sua extração de óleo. “No Brasil ainda temos um caminho a percorrer, carecemos de pesquisa na área para podermos dar segurança aos produtores com relação às técnicas empregadas na condução e manejo agrícolas”, complementa Janete.

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