Com o objetivo de construir mais de dez quilômetros de rede de esgoto em Gramado, a Corsan iniciou, na sexta-feira, dia 18, as obras no bairro Planalto. A primeira etapa do projeto engloba também Piratini e Floresta e deve ser concluída até o final de 2025.
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Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
Com um investimento inicial de R$ 8 milhões, serão implementadas, ainda, cinco estações de bombeamento de esgoto (EBEs). A estimativa é de que o serviço chegue a mais de 6 mil pessoas das três localidades, atingindo 1,3 mil economias, com aproximadamente 800 ligações.
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As obras fazem parte do compromisso assumido pelos municípios de todo o Brasil para atingir o Marco Legal do Saneamento até 2033, garantindo que 99% da população tenha acesso à água potável e, 90%, ao tratamento e à coleta de esgoto.
Seguindo rumo a esses percentuais, o superintendente da Corsan da Regional Nordeste (Surne), Lutero Cassol, conta que estão sendo atualizados os projetos para incrementar a rede de esgoto em outros três bairros de Gramado: Centro, Pórtico e nas imediações do Lago Negro. Ele reforça que serão mais oito quilômetros de rede e seis EBEs, que devem ser concluídos mais ou menos um ano depois do início das obras. Serão R$ 6 milhões de investimento, R$ 14 milhões nas duas etapas.
“A conclusão dessas duas bacias apresenta um passo gigante para Gramado. Vamos atender a parte da Cascata Véu de Noiva e vai melhorar o cheiro de esgoto das bocas de lobo, que sabemos que há muitas reclamações. Nós temos um cronograma para chegar aos 90% de coleta e tratamento o mais breve possível. Inclusive, se der para fazer antes do prazo regulatório, nós vamos fazer”, atesta.
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Responsabilidade social
Foto: Divulgação
Em paralelo com os investimentos em obras físicas, a Corsan está trabalhando na responsabilidade social junto com a comunidade. Há um setor específico para tratar do tema, que foi criado a partir da concessão da companhia para a controladora Aegea.
Lutero afirma que é preciso gerar conscientização na população. “Não adianta os investimentos e o cuidado com o meio ambiente por parte da empresa, se nós, como usuários, não tivermos a responsabilidade de interligarmos a rede”, pondera.
“A partir de 2025, nós vamos fazer um trabalho muito forte de conscientização das pessoas sobre a importância de se interligar no sistema para tirar o cheiro da boca de lobo, para limpar água do arroio. Mas, para isso, tem que ter um conjunto de ação, que passa pela responsabilidade da empresa de fazer a obra e pelas pessoas com a interligação”, aponta. “Precisamos atuar agora para que as próximas gerações não tenham problemas sérios de abastecimento de água e de poluição”, completa.
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Tratamento biótico prejudicado
Nos últimos anos, foram construídas estações de tratamento de esgoto (ETE) na cidade. Lutero cita que as instalações funcionam em um sistema de fossa e filtro, semelhante aos das casas. “É um tratamento biológico e nós dependemos da carga biológica para fazer a eficiência do tratamento. Caso contrário, a gente não tem tratamento”, explica. Com isso, algumas estruturas não operam em plena capacidade.
Outra observação do superintendente é em relação ao despejo de gordura e ácidos diretamente pia, que acabam indo à rede. “As pessoas jogam a gordura e, depois, largam os ácidos, como a soda, para limpar. Isso mata todo o sistema biótico. Além disso, essa combinação se transforma em sabão, que endurece, tranca a rede e transborda”, salienta.
Como está o abastecimento de água na cidade
Lutero trabalhou por três anos na região, como responsável pela Unidade de Saneamento Especial (USE) das Hortênsias. Nesse período, anunciou obras para melhorar a capacidade de armazenamento de água em Gramado, que enfrentava problemas de abastecimento.
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O gestor declara que o bombeamento de água bruta foi duplicado na região, assim como construído um reservatório no bairro Várzea Grande com 300 mil litros, e espaço para ampliar para até 500 mil litros. Ainda, está em fase final a duplicação da estação de tratamento de água (ETA) em Canela, já em etapa de testes.
Atualmente, está sendo executada a construção da nova adutora, que leva água de Canela até o Carazal, passando pelo Expogramado. O superintendente adianta que a obra está cerca de 70% concluída. Nesta semana, houve a interligação entre as duas cidades. “Teremos um aumento de 250 litros por segunda para esse verão”, garante.
A tubulação, após Canela, passaria pela Rua Emílio Leobet. Contudo, por causa do deslizamento de terra que atingiu a área em maio deste ano, a Corsan está projetando um novo traçado, que passará pelo bairro Dutra até o Expo. “É a parte que precisa ser concluída. As obras foram finalizadas entre o Expogramado e o Carazal”, salienta Lutero.
Para finalizar, também precisa ser construído o reservatório no Carazal, que terá capacidade de armazenar mais de 1 milhão de litros de água.
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Centro de treinamento
Nesta sexta-feira, dia 25, será inaugurado, em Gramado, um centro de treinamento da Corsan. Responsável por 54 municípios gaúchos, Lutero frisa que está difícil conseguir mão de obra para trabalhar na empresa. E, por isso, está investindo na capacitação desses novos colaboradores. “O funcionário ficará os primeiros 30 dias acompanhando a equipe da rua e aprendendo nesse centro, que vai ter um profissional com expertise para ensinar os processos e ter efetividade no trabalho”, corrobora.