Infraestrutura regional preocupa empresários do turismo, diz relatório

A 35ª edição do Festuris reuniu, em Gramado, empresários, trabalhadores do turismo e líderes do setor. Novos empreendimentos, detalhes de operações e também dados foram apresentados durante a feira de negócios. 

Focado nas cidades de Gramado, Canela, Nova Petrópolis e São Francisco de Paula, o relatório cita que a região conta com 18 atrativos públicos e naturais, 66 parques e museus, 19 atrativos gastronômicos, nove hoteleiros e cinco de eventos. Os dados de entretenimento levaram em conta a premissa de que “se o público reconhece que vale uma foto na rede social, é um empreendimento que se tornou um atrativo”.

Para os próximos dois ou três anos, já estão oficialmente anunciados mais sete hotéis temáticos e resorts, três atrativos de grande porte e um shopping outlet. O relatório aponta, segundo dados oficiais, que 90% do Produto Interno Bruto (PIB) de Gramado em 2020 foi decorrente do turismo. Em Canela, 73%. Nova Petrópolis e São Chico possuem, respectivamente, 30% e 25%.

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O medo de um colapso na estrutura, especificamente falando de Gramado, é presente para 57,1% dos entrevistados, o que pode colocar a indústria do turismo em cheque e fazer com que medidas emergenciais sejam tomadas.

Entretanto, os mesmos 57,1% se mostram otimista em relação ao futuro, acreditando que haverá um longo ciclo de sustentabilidade do destino, mesmo enfrentando percalços.

Embora o receio, 77,1% diz que espera a chegada de muitos atrativos de alto nível, inclusive, de marcas internacionais, com grandes investimentos na região. Ainda, 62,8% do grupo afirma que grandes marcas querem proporcionar experiências ao consumidor e que a Região das Hortênsias é uma vitrine para isso.

Com a porcentagem de 80%, os empresários e líderes entrevistados ponderam que a chegada de empreendimentos de altíssimo padrão agregarão um público de alto poder aquisitivo, mas que a região não deixará de atender os atuais visitantes, de médio padrão.

Dentre os três principais problemas e gargalos para o crescimento sustentável da Região das Hortênsias, evidenciam-se: mobilidade viária (88,6%), falta de mão de obra qualificada (62,9%) e saneamento insuficiente (54,3%).

"Eu não tenho receio do colapso"

Dentre as ações já em prática, o vice-prefeito salienta a revisão do Plano Diretor, que tem um enfoque também na descentralização. “O Município já adquiriu uma área para levar, posteriormente, o centro administrativo, rodoviária e serviços para desafogar a região central”, comenta ao falar do terreno próximo à delegacia.

Ainda, Luia cita projetos de mobilidade urbana, como a ligação viária entre os bairros Piratini e Prinstrop e entre a RS-235 e RS-115, além das pavimentações na Linha Araripe e na Estrada do Caracol, interligando a cidade com Nova Petrópolis e Canela. “Esses investimentos vão ajudar no trânsito, porque as pessoas vão poder se deslocar de uma região a outra sem passar pela área central”, reforça.

No saneamento e abastecimento de água, o gestor ressalta o aditivo de contrato assinado com a Corsan, sendo que a companhia se compromete a universalizar o esgoto na cidade até 2033, e está realizando obras para ampliar a distribuição e armazenamento de água no município.  “Em breve, também vamos ter as concessões do Parque das Orquídeas e do Parque dos Pinheiros, que proporcionarão mais opções de lazer e convívio com a natureza para a população”, complementa.

Sobre os grandes empreendimentos que estão se instalando em Gramado, Luia cita que o Executivo tem constantes conversas para que os empresários tenham a preocupação de construir habitações para seus trabalhadores. “Falamos que é importante para que eles retenham a mão de obra e deem condições aos funcionários”, descreve o vice-prefeito. “Temos percebido a preocupação também dos empresários com a sustentabilidade”, finaliza Luia.