EM GRAMADO

Impasse entre União e concessionária pode atrasar reabertura do Aeroporto Salgado Filho, diz Eduardo Leite

Governador falou sobre reequilíbrio financeiro que será necessário com enchentes; ainda afirmou que solicitou estudos "sobre todas as intervenções possíveis no aeroporto de Canela"

Publicado em: 01/06/2024 10:02
Última atualização: 01/06/2024 10:15

O governador do Estado Eduardo Leite esteve em Gramado na tarde de sexta-feira (31), para vistoriar os pontos atingidos e realizar reunião com os prefeitos da região. Na oportunidade, aproveitou a presença da imprensa para publicizar sua preocupação em relação ao Aeroporto Salgado Filho.

Reunião com o governador Eduardo Leite em Gramado após catástrofe climática Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

Um impasse entre a União e a concessionária, a Fraport, pode atrasar ainda mais a reabertura do estabelecimento. Isso se deve à necessidade de reequilíbrio financeiro, devido aos custos não previstos com a enchente.

"No contrato está estabelecido que fatos como esse têm um seguro, que cobre R$ 200 milhões até. Para as reformas, o custo pode chegar até R$ 1 bilhão para o que precisará ser feito. E o que é além do seguro, vai precisar ter intervenção do governo federal, é um reequilíbrio de contrato", explica Leite.

De acordo com o governador, o receio da Fraport ocorre devido ao que ocorreu durante a pandemia de Coronavírus, quando também foi necessário o reequilíbrio, devido à queda do número de passageiros.

"A concessionária quer ter certeza que isso está reconhecido. Na pandemia houve também o processo, a necessidade foi reconhecida, mas o governo federal não pagou. Então a concessionária faz questionamentos. O governo federal fala que a concessionária tem que sair fazendo e depois a gente acerta o reequilíbrio", coloca e reitera que "esse impasse pode fazer demorar mais o aeroporto”.

Leite pontua que é isso que a administração vem fazendo quando o assunto são as estradas concessionadas. “Tem que ajudar a construir a solução, como fazemos com qualquer área das estradas concedidas do Estado”, diz.

Canela e recebimento de aeronaves maiores

O administrador também falou sobre o Aeroporto Internacional das Hortênsias, que voltou à pauta nas últimas semanas. Por ser algo a longo prazo, afirma que está levantando o que é possível fazer na estrutura do aeródromo que existe no município canelense.

“Já determinei que sejam encomendados os estudos sobre todas as intervenções possíveis no aeroporto de Canela, para que possa receber aeronaves maiores. Ele é um aeroporto de condições limitadas. Mas se houver algum tipo de intervenção que possa ser feita rapidamente e receber aeronaves maiores, isso tem que ser visto e sendo possível, nós faremos, vamos viabilizar tudo e o que for necessário, para ter o menor impacto nesse evento climático e naturalmente deixando legado para qualquer tipo de outro evento que venha pela frente", explica.

O governador também contou que solicitação às equipes da Setur e da Comunicação, que uma campanha turística seja criada, para atrair o turismo.

"É uma campanha de turismo com responsabilidade, que podemos receber os turistas, acolher e receber com tranquilidade, mas de forma segura. É preciso lembrar que as pessoas não planejam turismo da noite para o dia, planejam para um mês", corrobora.

A ideia, assim como as entidades da região e prefeituras já vêm fazendo, é atrair os visitantes dos estados e países vizinhos. "Será preciso ir identificando os públicos, pois o aeroporto de Porto Alegre vai ficar um tempo fechado, por mais fortemente que a gente lute para ampliar os voos em outros", lamenta.

A pasta estadual do segmento também criou um Comitê de Retomada e Recuperação da Serra Gaúcha. "Vamos nos encarregar para que o Brasil e todos turistas estejam cientes que estamos prontos para receber o carinho e conforto de cada um dos visitantes, para que a gente possa continuar girando a roda da economia", afirma.

Entidade diz que em 60 dias para Salgado Filho retomar

O presidente do Sindtur Serra Gaúcha, Claudio Souza, mostrou sua preocupação em relação aos empregos. Trouxe para apresentar ao governador o acordo laboral firmado entre os sindicatos que representam setores que podem ser diretamente impactados pela movimentação baixa, como gastronomia e hotelaria.

"São 1,3 mil pessoas que não perderam emprego por 60 dias. Esse é o prazo que temos para restabelecer o Salgado Filho. Todos os aeroportos nos ajudam muito, mas são paliativos. O Salgado Filho dá credibilidade que o Estado está aberto", pontua.

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