CRIME NA SERRA
Homem preso por manter trabalhadores argentinos em situação análoga à escravidão é solto
As quatro vítimas, inclusive uma menor de idade, foram resgatadas no último final de semana em uma propriedade rural da Serra
Última atualização: 01/03/2024 09:31
O homem preso em flagrante, responsável pela contratação dos trabalhadores argentinos que foram resgatados sob condições de trabalho análogo à escravidão em Nova Petrópolis, foi liberado da prisão após pagar fiança condicionada em R$ 5 mil pela Justiça Federal. O suspeito de 30 anos foi detido no sábado (1º), na localidade de Pinhal Alto e tinha sido recrutado pelo dono da terra, para a contratação dos estrangeiros para trabalhar na mata.
Conforme o delegado da Polícia Federal (PF) em Caxias do Sul, Adriano Amaral, o suspeito deverá cumprir o que foi determinado em juízo. "Foi estabelecido um valor de R$ 5 mil para responder em liberdade. Ele também deverá comparecer à audiência quando designado", afirma.
Ainda segundo investigação, os trabalhadores entraram de forma irregular no Brasil. A suspeita é que o grupo tenha cruzado a fronteira por Santa Catarina. Em conversas iniciais após o resgate, os argentinos teriam demonstrado interesse em permanecer no País. Contudo, horas mais tarde, em contato com o consulado argentino, a PF foi informada que o quarteto deve retornar ao seu local de origem. "O Ministério Público do Trabalho está trabalhando na indenização dos estrangeiros. Após, eles devem voltar para a Argentina", conta o delegado Adriano. Atualmente, os quatro estão em uma casa de apoio, em Caxias do Sul.
As quatro vítimas, inclusive uma menor de idade, filho de um dos trabalhadores, foram libertadas no final de semana. Eles foram encontrados em condições insalubres, totalmente desassistidos, segundo a PF. Eles trabalhavam no corte de árvores para lenha. O resgate aconteceu depois que dois argentinos procuraram a Brigada Militar e relataram que foram abandonados, sem dinheiro, em frente a um hotel em Bom Princípio. Os homens foram, inclusive, ameaçados de morte caso contassem a condição em que viviam: sem água, comida, banheiros e energia elétrica.