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SERRA GAÚCHA

Guias de turismo querem regulamentar lei em Gramado para que ocorra fiscalização do exercício da profissão

Associação busca apoio da Prefeitura e da Câmara de Vereadores; entenda

Fernanda Steigleder Fauth
Publicado em: 10/11/2023 às 03h:00 Última atualização: 16/11/2023 às 16h:20
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Um dos pilares de Gramado busca regulamentar o exercício da profissão na cidade. São os guias de turismo, que através de uma associação, buscam construir um projeto de lei municipal para tratar e cuidar do setor.

Durante alta temporada, Gramado recebe muitos visitantes



Durante alta temporada, Gramado recebe muitos visitantes

Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

A proposição foi apresentada ao Executivo e Legislativo municipal e agora é construída de forma conjunta com a Secretaria de Turismo, para que após seja encaminhada para apreciação na Câmara de Vereadores.

Entre as necessidades mais urgentes na elaboração da lei, encontra-se a fiscalização, para que profissionais não regularizados no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur) não depreciem a qualidade do atendimento oferecido.

Apoio público

A Associação dos Guias de Turismo da Serra Gaúcha foi constituída em 2019. Porém, com a pandemia, as reuniões se tornaram menos frequentes. Com a retomada turística e o consequente crescimento no número de visitantes, a entidade viu a necessidade de, novamente, discutir a regularização de forma regional.

“Os guias nos procuraram trazendo uma sugestão de projeto de lei. É uma atividade superimportante e já fizemos o encaminhamento para a Procuradoria e consultamos órgãos que nos assessoram na área jurídica para fazermos a verificação. Nos próximos dias devemos encaminhar à Câmara para que seja discutido”, comenta o vice-prefeito e secretário de Turismo, Luia Barbacovi.

Quem também auxiliou no processo da construção do projeto antes de ser apresentado à Prefeitura foi o vereador Renan Sartori (MDB). “É um projeto extremamente importante, principalmente, pela qualificação do nosso turismo. Para que esses guias regionais possam estar mais atuantes e atender às excursões que chegam na cidade, passando informações reais”, pontua.

Para o parlamentar, é preciso fiscalizar de forma mais atuante o setor. “Quem está no meio sabe que tem sido passado cada dado equivocado para tantos que visitam e isso gera às vezes uma experiência negativa do nosso turismo. E a qualificação passa também pelo bem-receber”, complementa Renan.

Lei federal

Uma legislação a nível federal já existe e está vigente desde 1993 no País. A lei 8.623 coloca que o guia de turismo deve, obrigatoriamente, ter o registro. Cabe a esse profissional exercer atividades de acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais, internacionais ou especializadas.

A regulamentação nacional também determina as penalidades, no caso do desempenho irregular das atribuições. Estão previstas advertência e até mesmo cancelamento do registro. Cadastur Há alguns anos, a plataforma única se tornou o Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur). Por lá, pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor podem fazer sua regularização de forma gratuita. O sistema é gerenciado pelo Ministério do Turismo.

O cadastro é obrigatório para os próprios profissionais guias turísticos, além de: acampamentos turísticos; agências de turismo; meios de hospedagem; organizadoras de evento; parques temáticos; e transportadoras turísticas.

“A voz do guia é o futuro da cidade”

Luciano Rosa



Luciano Rosa

Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

A associação conta, atualmente, com 22 profissionais. São cerca de 400 na Serra gaúcha e de 1,8 mil a 2 mil no Estado. Conforme o presidente, Luciano Rosa, a legislação ajudará na regularização e qualificação do serviço que é oferecido. “Queremos que seja cumprida a lei. A voz do guia é o futuro da cidade, 80% dos roteiros que existem foram criados por guias, cada um tem seus conhecimentos, proporciona isso, adapta conforme o cliente, que levará isso adiante”, frisa.

Hoje, a lei federal estabelece que, para uma excursão a partir de oito pessoas, já existe a necessidade da presença de um guia. Luciano também comenta a possibilidade de faltar profissionais no mercado. “Vai faltar guia? Bem possivelmente. Mas a responsabilidade de contratação é das agências. Também é preciso ter incentivos do Município, com cursos, capacitações. E a partir disso, eles ficarão aqui”, diz.

A parte financeira também é beneficiada com a permanência do profissional na região. “O guia local irá valorizar e deixar parte do recurso na própria cidade, obtido pelas comissões. Também ajudará a combater os ‘guias-piratas’, que não possuem crachás, mas exercem a profissão”, justifica o presidente da entidade, que trabalha desde 1992 no turismo e mora em Gramado há 12 anos.

Ideias da associação

A Associação dos Guias de Turismo da Serra Gaúcha trabalha com projetos para fomentar o turismo e o crescimento da cadeia em Gramado. Uma das proposições é a rota pedagógica. “Transformar os pontos turísticos e adaptar, com placa, QRCode, com informações”, conta Luciano. Além de ajudar entidades, também quer fazer a entrega de materiais para guias não regularizados. Ainda, quer implantar o guia-aprendiz, em escolas.

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