“Cooperativa é um modelo de negócio atual.” A frase de Solon Stahl, diretor executivo da Sicredi Pioneira reflete o tema da palestra que faz parte da programação da sétima edição da Gramado Summit nesta quinta-feira (11). Denominada Coop é Pop, ele, em conjunto com César Saut, vice-presidente da Icatu Seguros, abordaram temas ligados a gestão, empreendedorismo, inovação, liderança e, claro, como o cooperativismo é atual e moderno.
Os dois representantes subiram ao palco principal às 15 horas, com grande plateia de ouvintes, em sua maioria, jovens.
Para Solon, o conceito de cooperativa é atual e está muito alinhado ao que se prega como modelo de negócio moderno. “O cooperativismo tem uma grande oportunidade e um grande desafio. A grande oportunidade é que nunca os modelos de negócio no mundo todo tiveram tão ligados com aquilo que a cooperativa acredita. Como, por exemplo, fazer construções coletivas, a economia criativa, a questão do cashback – que as cooperativas devolvem parte dos resultados aos seus associados -, o crowdfunding. Então tem muitos modismos hoje, bons inclusive, que as cooperativas fazem isso como princípios há muitos e muitos anos”, coloca.
César complementa o argumento do parceiro de negócios. “O cooperativismo é uma das coisas mais modernas, pode ser um antagonismo para quem ouve, por ser algo antigo. O cooperativismo nasce ESG, tem conceitos de crowdfunding desde a essência, tem conceitos entoados ao cashback desde sempre. Cooperativismo é um conceito muito antigo, que nasce em Nova Petrópolis com a Sicredi em 1904, mas que os princípios são extremamente modernos. E esse é o desafio que queremos mostrar”, afirma.
Segundo o diretor executivo da Sicredi, o grande desafio é conseguir comunicar melhor o cooperativismo. “As pessoas fazem conexão do cooperativismo com coisas antigas, que não funcionam. E na verdade as cooperativas funcionam muito bem e estão altamente alinhados ao que tem de mais moderno em gestão”, coloca.
As principais dificuldades em transparecer isso estão, essencialmente, no modo de se comunicar. Essa comunicação, assim, se daria por diferentes vertentes.
“Pela própria cooperativa, onde temos que adotar uma linguagem mais moderna, para nos aproximarmos do público que não nos conhece. Precisamos traduzir para uma língua que todo mundo entenda, que saiba os benefícios que uma cooperativa traz para uma sociedade, porque não é só uma instituição financeira, é uma instituição financeira guiada por um propósito e que gera impacto positivo nas comunidades que atua”, justifica Solon.
Ainda, fala em aumentar a abordagem do que é cooperativismo via academia e instituições de ensino e por próprios segmentos comunicacionais. “As escolas de negócios, faculdades, não explicam cooperativa, não ensinam que cooperativa é modelo de negócio, inclusive para fazer modelos coletivos. Cooperativa é uma empresa como qualquer outra”, reitera.
Inserção na Gramado Summit
A Sicredi Pioneira e a Icatu Seguros, além de estarem presentes como palestrantes, também são patrocinadores da conferência de inovação. De acordo com Stahl, diversos fatores levaram às empresas estarem inseridas dentro da programação.
“Tudo o que a cooperativa faz vem ao encontro de estar conectada ao propósito de construir comunidades melhores. E a gente vê que movimentos de inovação ajudam a construir comunidades melhores. Além disso, também tem o fato do Gramado Summit acontecer no Rio Grande do Sul, aqui na nossa terra, especialmente na área de atuação da Sicredi Pioneira, então, a gente sempre apoia eventos que trazem pessoas e dinheiro a nossa região. Esses eventos são uma forma de gerar mais economia, ampliar na região.
Outro aspecto é dar uma modernizada no Sicredi. “A Sicredi se conectar num evento tão legal como o Gramado Summit também deixa essa marca mais jovial. É um público jovem que participa do evento e que se conecta e conhece a marca, tendo a oportunidade de ver que não é uma marca velha, é até antiga, pois tem 121 anos, mas não é velho, é supermoderno e antenado”, frisa Solon.
Segundo Solon, a cooperativa conta com 52 agências e tem a cada mês, aproximadamente, 3 mil novos associados.
“Hoje temos mais de 250 mil associados. Não temos problema de crescimento na base de associados, porém, quando estratificamos, verificamos que o maior contingente não são os jovens, é o menor. Por isso que queremos trazer esse ar de modernidade, esse é o objetivo da palestra, mostrar que cooperativa é pop, apresentar que esse modelo de negócio é supermoderno, conversa com tudo o que essa geração acredita, de colaboração, economia criativa, inclusão. Isso tudo é cooperativa”, revela.
Para o vice-presidente da Icatu, a parceria com a Sicredi era praticamente óbvia na realização das inserções na Gramado Summit. “A parceria tem mais de 25 anos, temos praticamente uma junção de propósitos. Nada mais bacana. Passamos pelo South Summit, após estaremos no C-Level do Grupo Sinos. Estamos muito próximos ao desenvolvimento da comunidade”, pontua Cesar.
Mensagem ao público
Como intuito da palestra, Solon coloca que a mensagem que gostaria de deixar é, principalmente, que cooperativa é um modelo de negócio superatual. “Atende todas as necessidades das pessoas em relação a produtos e serviços e que gera impacto positivo nas comunidades, deixa recursos nas sociedades, como geralmente os bancos não fazem”, finaliza.
Para Cesar, o recado está atrelado à propósito. “Dizer para as pessoas acreditarem na potencialidade do Brasil, nos princípios e fundamentos. Faz o correto, atende a uma necessidade da sociedade, independente de qualquer coisa”, conclui.
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Palco Negócios Conscientes
Outro espaço que as duas empresas representam diz respeito ao palco Negócios Conscientes, que tem como objetivo levar ao debate as preocupações da maneira como os recursos naturais estão sendo conduzidos e a forma como as relações humanas são construídas, em meio a guerras.
“Precisamos mudar a forma como fazemos as coisas nesse planeta, de tratar as pessoas. E negócios conscientes tem essa pegada, o palco quer trazer exemplos de empresas, entidades e pessoas, que adotam práticas conscientes em suas vidas, respeitam o outro e o planeta. E ainda assim, aumentam a prosperidade, pensando no impacto que geram”, diz Solon Stahl.
A palco fala desde a quarta-feira sobre diversidade, empreendedorismo, empoderamento feminino, de economia criativa, capitalismo consciente, cooperativismo, entre outras temáticas.
Segundo Cesar, um negócio consciente é aquele que está baseado num propósito centralizado no indivíduo, que não é em um produto. “O produto é consequência de uma necessidade da sociedade, que é atendida por uma empresa que tem propósito a frente dele. É uma maneira diferente de se posicionar. É tratar individuais de forma individual e isso é um diferencial competitivo e uma forma de ser justo e correto”, lembra.
Nesta sexta-feira (12), entre os destaques do palco estão Gabriella Bordarsch, diretora criativa da Daterra Studio; Fábio Schmitz, head de Marketing da Criamigos; Jorge Hoelzel, facilitador de direção da Mercur S.A; Daiana Monzon, diretora de Inovação da Universidade Feevale; Cláudia de Salles, coordenadora do curso de Medicina da Unisinos; César Panisson, coordenador executivo do TecnoUCS; e Artur Gibbon, diretor da Oceantec.
Ainda, às 15h30, Solon Stahl, César Bocchi, diretor-presidente do banco cooperativo Sicredi e da Fundação Sicredi, Sherlei Zucchetti, diretor executivo do Sicredi Caminho das Águas, Fabrício Cambruzzi, diretor executivo da Sicredi Serrana, e Leandro Lima, diretor executivo na central Sicredi Sul Sudeste, estarão no palco com o tema Histórias que impactam.