Gramado poderá ter colheita recorde de morangos em 2024

Expectativas positivas. Os produtores do interior de Gramado estão com esperanças de colher uma safra recorde de morangos, devido ao tempo favorável e equilibrado das últimas semanas. Para este ano, espera-se que atinja a marca de quase 400 toneladas da fruta, considerada um dos principais cultivos no município.

"A expectativa de produção é de voltar a atingir os níveis normais, pois entre setembro e dezembro se concentra o período de melhor produção do ano e, com as melhorias das condições climáticas, observamos que a produção está em sua situação normal", explica a chefe do escritório da Emater/RS-Ascar em Gramado, Janete Basso.

Em 2023, a safra foi duramente atingida, com as chuvas excessivas. No ano passado, da expectativa de colher 350 toneladas, houve uma perda de aproximadamente 50%. "Até agosto praticamente não tínhamos oferta de morango produzido em Gramado. As plantações foram muito prejudicadas, não apenas pelo excesso de chuva, mas pelos inúmeros dias sem sol", explica a engenheira agrônoma.

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Impactos

Além de ficar sem a oferta da fruta, os produtores ainda sofreram com o alto custo de manutenção, pois muitas doenças, especialmente as fúngicas, demandavam constantes cuidados e tratamentos fitossanitários.

Conforme Janete, o município costuma absorver toda a colheita. "A rede gastronômica é o maior cliente dos produtores. Com o impacto do fenômeno climático e a redução de turistas, os agricultores estão buscando outras formas de venda, especialmente a direta a consumidores", justifica.

Atualmente, são 37 propriedades que cultivam o morango na cidade e que ocupam uma área de três hectares. São 400 mil plantas, que abastecem mercados, fruteiras, restaurantes e, até mesmo, tornam-se produtos da agroindústria familiar, como geleias e doces.

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Da plantação para a merenda escolar

Dezenas de produtores de morango participam do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Através da iniciativa, a fruta é colhida e entregue para o consumo de estudantes da rede municipal de ensino. Atualmente, há uma demanda crescente do produto nas instituições.

"São mais de 60 produtores que fornecem para a merenda e é o pai, mãe, alimentando o filho na própria escola. Esse trânsito entre propriedade e escola é muito curto e faz com que as crianças consumam alimentos locais, da estação, frescos", relata o secretário da Agricultura, Eliézer de Lima.

"Dos últimos 5 anos, está sendo a melhor"

Alécio Ecker é produtor na Linha Bonita. Ele e a esposa deixaram a plantação de fumo há mais de 20 anos, para se dedicar a outros cultivos, como uva e os morangos. "Trabalhamos agora apenas com três variedades de morango, em sistema hidropônico", conta. São 10 mil mudas cultivadas ao longo do ano.

No ano passado, sofreu com perdas, assim como os demais agricultores. "Ela é uma planta que precisa de sol, no mínimo umas cinco a seis horas por dia. E passamos por mais de 40 dias sem".

Para esta safra, está positivo. "Está sendo muito bom, uma safra boa, fruta bonita, de bom calibre e doce. Acho que dos últimos cinco anos, está sendo a melhor", reitera.

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“Será uma safra importante, que vai suprir as perdas que tiveram no ano, ter um retorno e poder viabilizar a produção. E é o que queremos, que ele esteja na vitrine e seja valorizado. O nosso trabalho é em prol dos produtores”, argumenta o secretário Eliézer. Transporte de mudas, substrato, estruturas de acesso e preparo de terra são alguns processos que agricultores possuem auxílio da pasta.

Ecker comercializa para mercados e frutas, além de participar do programa da merenda escolar. “É gratificante. Saber também que os meus filhos, de 4 e 9 anos, também comem e vão receber meus morangos”, diz.