Gramado in Concert completa uma década espalhando boa música pela cidade

Faz uma semana que a música clássica toca em diversos palcos de Gramado. Completando uma década em 2024, o Gramado in Concert apresenta ao público os jovens talentos do Brasil e de outros nove países. Desde a sexta-feira, dia 26, cerca de 500 músicos participam de aulas e apresentações - encantando e emocionando.

Desde a quinta-feira, dia 1º, passa a ser a vez dos concertos dos alunos do evento, que estão colocando em prática os conhecimentos adquiridos por aqui. Formada por 70 estudantes, a Orquestra B do festival internacional de música de Gramado se apresentou, tendo como maestros os alunos da classe de regência do professor Cláudio Cruz. O Coral do Festival, que conta com 40 cantores, participou do encontro, interpretando a Missa da Coroação, do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart.

Nesta sexta-feira, dia 2, às 20 horas, o show será com a Banda Sinfônica do festival. Sob regência do maestro Leandro Serafim, 70 alunos apresentarão um repertório de obras intensas, como a imponente Abertura Sinfônica - Sagres, de Gilson Santos. Os professores Radegundis Tavares e Raphael Paixão farão solos durante a apresentação.

Um dos momentos mais aguardados ocorrerá no sábado, dia 3, a partir das 18 horas, quando sobe ao palco do Expogramado a Orquestra Sinfônica A, que terá regência do maestro Cláudio Cruz. Será a oportunidade para mais de 80 alunos mostrarem o resultado de uma semana intensa de aulas e ensaios. O concerto abre com a estreia da obra "Vozes da Amazônia", de Fernando da Silva Britto, vencedora do concurso de composição do Gramado in Concert deste ano.

Após o concerto, às 22 horas, também no Expo, ocorre a festa de encerramento com a Big Band do evento.

Além desses grandes concertos, a programação ainda terá diversas atrações. O palco da Rua Coberta recebe apresentações diárias. Destaque para o concerto com a Camerata de Violões e o Coral do festival, às 11 horas do sábado.

“Está sendo uma experiência incrível”

Eles ficaram sabendo das inscrições quase que na data de encerramento. Precisaram correr para tentar uma vaga. André foi aprovado na primeira lista, depois as meninas também garantiram seus lugares. Envolvidos com música desde pequenos, através da igreja em que frequentam, os adolescentes começaram a ter aulas na época da pandemia. Em um momento de dor, as melodias se tornaram aliadas para enfrentar as dificuldades. Desde então, participam de projetos sociais e têm se destacado.

André tem como instrumento principal o trombone, Júlia toca saxofone, e Luíza flauta transversal, assim como a mãe. É a primeira vez que eles viajam para o Rio Grande do Sul e estão gostando da rotina intensa e imersiva que estão vivendo. Ainda assim, buscam um tempinho para visitar os pontos turísticos da cidade.

“Está sendo uma experiência incrível”, relata André. Júlia complementa o grande aprendizado. “Está sendo mágico ter as aulas, participar dos ensaios. Os professores são excelentes, o maestro Leandro Serafim nos ensina muito. O que a gente tem dificuldade eles explicam até a gente realmente entender”, ressalta Luíza.

Lilian está na categoria ouvinte do festival, tendo acesso às aulas e práticas de grupo como espectadora. “Mesmo assim, vale muito a pena. É uma troca de experiência com todos, além dos professores de renome do meio musical”, pondera. André é participante da Orquestra B do evento e diz que está gostando do estilo de música.

Os três jovens também integram a Big Band do festival. “Estamos tocando músicas diferentes. É mais difícil do que estou acostumada, mas estou tentando me adaptar para absorver tudo que está acontecendo ao meu redor. É muito bacana”, salienta Luíza.

A família mora em uma comunidade na cidade de Duque de Caxias e reforça as dificuldades para conseguir coisas simples, como sair de casa. “Já tivemos que passar por barricadas para ir para as aulas de música”, diz André. Mas tem valido a pena, pois eles já participaram de concertos com a Orquestra Sinfônica Brasileira.

“É importante que as pessoas saibam que não precisa de muito para começar. No início, os instrumentos eram emprestados. A gente ia a pé, porque não tinha o dinheiro da passagem para ir e voltar. Comecei a estudar para concurso e agora a gente pode estar aqui”, atesta Lilian, que é professora de séries iniciais. Para os adolescentes, que pretendem seguir carreira na música, uma oportunidade enriquecedora.

Grupo da Bahia viaja três dias de ônibus para participar do evento

Sem recursos para passagens aéreas, o grupo decidiu fazer o trajeto por ônibus de linha. A aventura de Felipe Pereira, flauta transversal, Gustavo Sucupira, violino, Adrian Rodrigues, violoncelo, Kevin Santos, viola, e Wesley Santana, percussão, começou na quarta-feira, dia 24.

Os músicos pegaram o primeiro ônibus com destino a Belo Horizonte, Minas Gerais. Depois, embarcaram para São Paulo. “Nossa chegada em São Paulo foi atrasada. Perdemos o ônibus de São Paulo para Curitiba e tivemos que comprar novas passagens. Ficamos desesperados e passamos o valor no cartão de crédito. Depois, vamos dar um jeito de pagar a fatura”, conta Kevin Santos. “Em função da troca das passagens, tivemos que ficar um dia inteiro em Curitiba para pegar o ônibus para Caxias”, completa o flautista.

Após desembarcarem na rodoviária de Caxias do Sul para pegar o último ônibus em direção a Gramado, mais um transtorno. Em função das obras, a BR-116 está interrompida em Nova Petrópolis. Foi necessário fazer o desvio, o que retardou a chegada do grupo. “Deu quase tudo certo, mas tivemos que pegar o desvio. Só para completar a história”, diz Kevin.

O quinteto fez diversas apresentações ao longo da semana no Gramado in Concert. “Apesar da longa viagem, está valendo muito a pena a experiência. No âmbito formativo e profissional, o evento não está deixando a desejar. Gramado é uma cidade maravilhosa. Gostaria de agradecer a toda equipe do festival, na pessoa do diretor Leandro Serafim, por ter escolhido o Quinteto Acauã por fazer parte desta emoção”, conclui Felipe Pereira.

Confira as atrações dos últimos dias do festival

Sexta-feira, dia 2
8 horas - Concertos itinerantes com o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará, em hotéis e pontos turísticos de Gramado
10 horas - Conhecendo o Festival, ação formativa para o público e visita guiada ao ensaio da Banda Sinfônica, no Expogramado
14 horas - Conhecendo o Festival, ação formativa para o público e visita guiada ao ensaio da Orquestra Sinfônica A e Camerata de Violões, na Escola Senador Salgado Filho
17 horas - Concerto com o grupo Nani Celloquartet, da Alemanha, na Rua Coberta
18 horas - Concerto com o Quarteto Zahir, de São Paulo, no Expogramado
19 horas - Intervalo musical com o Grupo NewChoro do Ceará, no Expogramado
20 horas - Concerto com a Banda Sinfônica do festival, no Expogramado

Sábado, dia 3
8 horas - Concertos itinerantes com o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará, em hotéis e pontos turísticos de Gramado
10 horas – Concerto itinerante com a Orquestra Amare, de Minas Gerais, no Lar de Idosas Maria de Nazaré
11 horas - Concerto com a Camerata de Violões e Coral do Festival, na Rua Coberta
14 horas - Recital com as Classes de Sopro e Percussão, na Rua Coberta
18 horas - Concerto de encerramento com a Orquestra Sinfônica A do festival, no Expogramado
22 horas - Festa de encerramento com a Big Band do festival, no Expogramado