Com direito a muita emoção e suspense no ar. O final da tarde desta quarta-feira (16) teve raios de sol abrilhantando a estrutura do Festival de Cultura e Gastronomia de Gramado, para o anúncio dos vencedores do concurso Melhor Chef.
Quem levou para a casa o troféu Concha de Cristal, produzido pelo empreendimento gramadense Cristais de Gramado, foi o carioca Diogo Menezes. O chef é o responsável pelo cardápio e pelas delícias produzidas no Restaurante Dom Milo, no Buona Vitta Resort, da Gramado Parks.
Em segundo lugar teve dobradinha da Gramado Parks: o chef Alex Thomas, do Restaurante Opiano, localizado no Hotel Exclusive, garantiu lugar no pódio. Na terceira colocação ficou João Guilherme Rodrigues, do Catherine Gramado.
Além do troféu, os ganhadores receberam kits especiais da Tramontina.
“É uma honra realizar o concurso, todos os concorrentes são vencedores, simplesmente por terem aceitado o desafio e apresentado os pratos. Eles conseguiram valorizar nossa gastronomia local. Além deles, toda equipe que trabalha com eles merece ser valorizada. E quem sai ganhando é o setor”, afirma a diretora do Senac Gramado, uma das promotoras da ação, Daniela Barbosa.
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O presidente da Abrasel Hortênsias, Marcelo Wazlawick reitera a importância do evento. “Hoje celebramos o talento dos nossos chefs, aqueles que transformam ingredientes em obras de arte. Esse aqui é um evento que é nosso, do gramadense”, frisa.
A competição
O trio disputou com mais 10 participantes. Neste ano, eles precisaram cumprir a tarefa de preparar um prato com pelo menos um ingrediente que tenha sido produzido em Gramado. O objetivo era enaltecer o tema do evento “É tempo de saborear nossas origens”.
Além da escolha de receitas, foram avaliados por diversos segmentos, como montagem, valorização dos insumos, boas práticas, organização e, claro, a qualidade do sabor.
“Estou muito emocionado”
Essa é a primeira edição do Festival de Gastronomia e do concurso Melhor Chef que Diogo Menezes está presente. Em julho, o chef completou um ano que mora em Gramado. Na bagagem em sua terra natal, acumula experiências profissionais de destaque, como o estrelado Ristorante Cipriani no Copacabana Palace.
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“Povo gaúcho me recebeu de uma maneira muito agradável, não sou gaúcho, mas me senti muito acolhido, povo que me amou e já me sinto parte desse Estado também”, conta.
Sobre a vitória, afirma que estava até sem palavras e reação. “Estou muito emocionado, pois é uma tensão, estar numa cozinha disputando um concurso, ter a responsabilidade de representar a minha equipe, que acho que sem eles, não estaria onde estou, nessa confraternização, alegria”, revela. “Só tenho a agradecer”, complementa.
Para a competição, lembra dos ingredientes pensados. “Minha ideia inicial era remeter às raízes de Gramado, então procurei os insumos da colônia, o pinhão que é muito utilizado na alimentação do gramadense, das pessoas do Estado, também as passas brancas. Usei uma carne de caça que é pato, que fiz glaceada com mel e depois temperei com especiarias”, explica.
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A receita escolhida tinha um preparo desafiador, principalmente, em virtude do tempo de prova. “Fiz uma cocção lenta em 90°, mas o tempo era meu pior inimigo, porque tinha que ter o controle exato para fazer com que a carne descansasse, não tivesse cru e tivesse no ponto certo de servir. Foi muito processo, técnica, muito desafio, consegui entrar e fiquei muito feliz com o resultado final”, relembra.
Para o profissional, estar entre tantos cozinheiros de destaque o faz aumentar ainda mais o sentimento pela área escolhida. “Tinha muita gente boa, meus colegas de competição eram muito talentosos, me sinto honrado em estar no meio dessas pessoas que amam gastronomia. E a gastronomia é isso, tem o poder de elevar uma cidade e me sinto muito grato e feliz em fazer parte”, pontua.
Durante a faculdade de Gastronomia, Diogo participou de uma disputa no Rio de Janeiro, onde ficou em terceiro lugar. Mas o Melhor Chef foi a primeira competição profissional de Diogo já no comando das panelas. E agora, deseja não parar mais. “Tem um gostinho a mais, saber a responsabilidade que é de carregar isso, como uma glória. E pretendo continuar, quero manter, campeão né. Depois que sente o gostinho da vitória, quer mais”, brinca.
Para o futuro, o pensamento, na verdade, é para o jantar de sábado (19), quando ocorre no Dom Milo o Festim do Festival. Ele cozinhará junto do chef mineiro Felipe Rameh. “Vai ser um jantar incrível, estou com várias demandas até para fazer. O Felipe é um chef de referência, que já passou por lugares maravilhosos e ter essa conexão vai ser única”, finaliza.