Madeiras trocadas, flores plantadas e tudo pronto para os fornos serem acesos com a lenha e os bolinhos de batata fritos. A partir da próxima quinta-feira, dia 25 de abril, inicia a 33ª edição da Festa da Colônia, no Expogramado.
Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial
Com entrada e estacionamento gratuitos, neste ano, o horário de funcionamento foi ampliado. Em dias de semana, a programação ocorre das 10 às 22 horas; já em sábados, domingos e feriados, das 10 às 23 horas. Serão 18 dias de evento, que celebra as tradições alemãs, italianas e portuguesas.
Entre as novidades deste ano, destacam-se especiais no 1º de maio, Dia do Trabalhador. Alé dos jogos rurais, haverá encontro de corais, apresentação do Coral Linha Bela, Musical Quantum, escolinha rural na Brizoleta e show com Felipe Moschem e Banda, são algumas das atividades.
Nova corte
A edição deste ano é marcada, ainda, pela despedida da rainha Júlia Brezolla Fritsch, e das princesas Manuela Cavichion e Ana Paula Thomaz. No dia 11 de maio, será escolhido o novo trio que representará a festa pelos próximos dois anos.
As inscrições permanecem abertas até 3 de maio, e, entre os requisitos, está ser descendente de colonizadores e ter vínculos com o interior.
Entre as dicas que as meninas dão para as próximas representantes, está serem elas mesmas. “Ter carisma, desinibição. Desenvoltura, disponibilidade. É lembrar que representa os colonos, muitos dependem dessa renda”, coloca Manuela.
“Cada uma vai ter o seu jeitinho, mas é animar cada vez mais a festa, trazer mais público. E ressaltar que não há hierarquia na corte, é preciso ser amiga e uma ajudar a outra”, diz a rainha.
“União é o mais importante, sem títulos, somos uma corte, representamos juntas. Precisamos trabalhar bastante para conseguir um público bom, porque os colonos esperam o ano todo para expor e vender seus produtos”, finaliza Ana.
A ideia, ainda, é que assim que as inscrições encerrem, a atual corte passe os conhecimentos adquiridos ao longo dos últimos 24 meses. “Queremos ter essa proximidade, passar o carinho dos colonos”, afirma Ana.
Mas antes, no dia 4 de maio, a corte participará da seleção das soberanas que representarão a região da Rota Romântica. A escolha ocorrerá na própria Festa da Colônia. “É um misto de sentimentos, onde terminamos um ciclo, mas ficamos felizes em concorrer e levar o nome de Gramado”, coloca Manuela.
São 14 cortes, de 14 cidades que disputarão o título. Como inscrição, um vídeo é gravado como apresentação para jurados. “Vamos dar o melhor de nós. Sabemos que podemos ganhar, perder. Mas o fato de participar e representar Gramado é um grande orgulho para a gente”, complementa Ana.
Eventos e desafios
A atual corte já deixa saudades por parte da comunidade. O carisma e a alta participação em eventos pelo Estado chama a atenção. “Foram mais de 25 eventos, com certeza, entre festas, encontros de soberanas. Fazíamos vínculos durante esses momentos, o que aumentava a divulgação”, justifica Júlia.
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Tanto a rainha, quanto a segunda princesa trabalham em comércio. Em meio à troca de horários e folgas para participar das ações da corte, durante o período do evento elas tiram férias. “A gente vai remanejando. Sabemos que fazemos falta nos trabalhos, mas são dois anos e combinamos previamente com as empresas”, relembra Ana.
Já a primeira princesa trabalha por conta própria, como confeiteira. Durante o evento, conciliará a arte dos bolos com o receber o público nos pavilhões do Expo. “Vou continuar trabalhando, madrugando”, brinca.
A caracterização das meninas é algo que chama atenção do público. São, pelo menos, três horas antes para se arrumarem. Na quarta-feira (17), com a agenda iniciando por volta das 7 horas, 4 horas já estavam iniciando os preparativos de cabelo, maquiagem e colocação das coroas.
Para quem quiser conversar e tirar fotografias com a corte, encontrará elas em turno integral aos finais de semana e feriado e, em dia de semana, a partir das 18 horas.
Para elas, o aprendizado desses dois anos é inegável. “Um aperto no coração. Foi um momento muito importante para as três, a realização de um grande sonho, nosso, da nossa família, muita gente torceu por nós. Quando ganhamos, fomos cumprimentar os colonos, então criamos um carinho muito grande. E a gente quis mostrar que éramos diferentes, que não tínhamos hierarquia, que eles podiam se ver em nós”, revela Júlia.
O que será levado para a vida, enfatizam, será a amizade e a história construída. “Vamos continuar indo à festa e será marcado que fomos rainha e princesas”, justifica Manuela.
“É conhecimento, superação de obstáculos, liberdade também de se expressar e não criar personagem. A palavra que define é gratidão”, afirma Ana. “Até perguntaram se não podia reeleger a corte, porque realmente nos dedicamos ao máximo, nos empenhamos e demos o melhor”, conclui.