Direto de Porto Alegre para Gramado. Thiago Yuuki Kajiwara, Ananda Maciel Oliveira e Diego Flamia, da Ocre Arquitetura, foram os vencedores do concurso público nacional de Arquitetura da Paisagem para Requalificação do entorno do Lago Joaquina Rita Bier.
Eles assinaram o contrato, na quarta-feira, dia 10, no auditório da Prefeitura de Gramado, para elaborar o projeto executivo, que promete dar uma nova cara ao espaço público. Além de ganhar R$ 50 mil, o trio terá aporte de R$ 550 mil para desenvolver a nova arquitetura do espaço. Os recursos utilizados nesse processo fazem parte da Operação Consorciada Planalto, após aporte financeiro em acordo firmado entre um empreendimento, Ministério Público e administração municipal.
O concurso foi promovido de forma conjunta ao Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RS), que realizou a avaliação dos candidatos. Entre os fatores positivos destacados pelo júri nos croquis do grupo, estavam a integração, a relação com a vegetação, a singularidade com a praça Silvia Zorzanello e a inserção de elementos compositivos.
“Diferentemente de uma licitação, onde a proposta muitas vezes é escolhida pelo menor preço, neste caso, o concurso traz um critério de qualidade, onde as propostas precisaram ser avaliadas e seguir solicitações do Executivo”, pontua o coordenador do concurso e representante do IAB-RS, Marcelo Heck.
Próximos passos
“Meu professor Manoel Morales dizia que o mais essencial que a arquitetura tem atualmente a dar ao cidadão é o sentimento de pertencimento, coletivo. Nesse sentido, os espaços públicos de qualidade são peças fundamentais”, afirma o secretário de Planejamento, Rafael Bazzan, durante a cerimônia de apresentação.
Para o promotor de Justiça, Max Guazzelli, Gramado ficará na frente, como modelo no Brasil, pelos resultados do trabalho. “Eu acredito num papel importantíssimo do urbanismo, fundamental para a cidadania, para a segurança das pessoas. Sabemos que cidades que tiveram uma revolução urbanística diminuíram índices de violência e aumentaram a cidadania. Vamos resgatar esse espaço, que ficava anualmente prejudicado por ter um evento do Natal, onde por mais de 4 a 5 meses a comunidade não podia utilizá-lo. É com imensa alegria esse resultado”, parabeniza.
A partir de agora, o grupo da Ocre Arquitetura irá trabalhar de forma conjunta com as secretarias do Planejamento, Meio Ambiente e Cultura na construção do anteprojeto e projeto executivo. O intuito é que, num prazo de nove meses, as propostas estejam prontas para que, então, seja aberto um processo licitatório, até o início de 2025.
Primeira apresentação do estudo preliminar
A Ocre apresentou o estudo preliminar. A ideia é reconectar o espaço à comunidade. Um grande percurso que segue todo o trajeto, alargado em determinadas áreas para caminhadas, foi projetado. Há ideia de colocação de arquibancadas. Elementos característicos da cidade, como hortênsias, devem estar presentes.
A Praça Sílvia Zorzanello terá uma conexão maior com o lago, com a diminuição de cercamentos e vegetação. “Identificamos duas coisas que foram consenso. A primeira consideramos que o parque tem diversas barreiras físicas, que são limitadoras. Então ampliamos pontos possíveis de ingresso, para que o público possa atravessar o local para fazer os seus trajetos. E a segunda constatação, uma divisão territorial, um relacionado às edificações do território e outro da água. Entendemos que essa pista de caminhada, se circulasse ao máximo o terreno, conseguiríamos romper com essa segmentação”, conta Diego.
Mais detalhes
Entre outros itens colocados no estudo, estão a renovação e reforma de edificações existentes. O atelier, por exemplo, deverá ganhar um café. No centro da Praça Zorzanello, haverá um superbalanço, destinado ao público infantil.
Um estacionamento será mantido, com acesso pela F.G Bier, com guarita para limitar acessos. Espaço para festivais será pavimentado e a relação com a água deve ser ampliada.
Uma nova estrutura poderá ser construída, com uma passarela circular, que passará por cima do lago e aumentará a proximidade das pessoas com o chafariz.
Ao redor do lago, as cercas devem ser eliminadas e colocadas vegetações em diferentes níveis, para trazer amplitude.
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