Entenda como funciona o iluminador de faixa de segurança instalado no Centro de Gramado

Por que não semáforos?

O secretário destaca que percebe que a comunidade não tem uma aceitação favorável com os semáforos tradicionais e, por isso, o Executivo buscou uma alternativa. Além disso, Tiago pondera que as ruas da cidade não têm metragem adequada para essa instalação. “É uma questão técnica. O semáforo tradicional determina a parada dos veículos e as nossas ruas e quadras são curtas. Se ficarmos 45 segundos com o trânsito interrompido, teríamos que ter uma via de mais ou menos 180 metros. Teríamos que determinar 10 segundos de parada apenas, que é o tempo de parar a quantidade de carros antes de trancar as vias transversais”, explica.

“Acreditamos que o modelo que está em testes atualmente é o ideal. Não polui visualmente, é mais tecnológico. Só que para ter sucesso, a comunidade precisa nos apoiar. Se os próprios gramadenses não utilizarem, não vai ter êxito”, atesta.

Tiago comenta que a cidade institucionalizou que os veículos parem nas faixas de segurança e, dessa forma, quando um turista está passeando, ele se adapta e começa a parar, mesmo que não faça isso na cidade em que mora. “É isso que precisamos fazer com os pedestres. Se o turista ver que tem um morador utilizando o equipamento ele vai parar e, nas próximas vezes, vai utilizar também”, adianta. “Esse equipamento é uma forma de mediar o trânsito entre o condutor e pedestre e a comunidade é fundamental, pois é o pedestre do dia a dia na nossa cidade”, frisa.

Caminhões fora do Centro em 2024

Um dos projetos em estudo pela Secretaria de Trânsito para também melhorar a mobilidade urbana é o de evitar a circulação de veículos pesados nos finais de semana nas ruas centrais. A implementação deveria ter iniciado no segundo semestre de 2022, mas vai ficar para janeiro de 2024.

“A postura do Executivo é ouvir sempre a comunidade e entendemos que era um projeto muito amplo, que englobava praticamente todas as ruas do Centro, e que iria prejudicar empresas que têm sede na cidade”, conta Tiago, mencionando que a restrição iniciará com oito ruas, mas ainda sem dar detalhes.

Aumentar usuários do transporte público

Uma das metas da Secretaria de Trânsito é realizar a licitação para o transporte coletivo municipal.

No momento, a Gramado Turismo, empresa responsável pelo serviço, opera de forma precária por meio de uma medida judicial. “Nós precisamos que as pessoas voltem a utilizar o transporte público. Antes da pandemia, a empresa transportava cerca de 4,5 mil pessoas e agora não chega a 3 mil. Com os custos que se têm, não equilibra a balança”, comenta o secretário da pasta.

Para Tiago, após aumentar o número de passageiros será possível lançar o edital de licitação. “As empresas de transporte sofreram muito na pandemia. Não podemos lançar agora uma licitação que a gente sabe que será fracassada”, aponta.

O secretário assegura que está em tratativas constantes com a Gramado Turismo e que haverá o aumento da oferta de ônibus e de itinerários até junho deste ano. “A gente tinha 12 ônibus circulando na cidade no período da pandemia, hoje são 20 – o maior número que já se teve – e vamos aumentar para 26”, revela. Entre as rotas, Tiago diz que englobará a Linha Tapera, Vila do Sol até o Moreira e os bairros Jardim e Carniel.

Operando em déficit, a Prefeitura de Gramado fez aporte financeiro à empresa. O valor de R$ 709 mil foi autorizado pela Câmara de Vereadores.

“É importante que as pessoas saibam que é obrigação do Município oferecer transporte público. Como opera de forma precária, a empresa só pode receber dinheiro mediante a comprovação de déficit e isso foi feito. Neste ano, a Gramado Turismo também não fez pedido de readequação de valor da passagem. O que estamos fazendo é verificando maneiras de aumentar o número de passageiros para ano que vem fazer a licitação”, conclui.

170 pedidos de quebra-molas

Outra atribuição da Secretaria de Trânsito de Gramado é verificar os pedidos de instalação de quebra-molas nas vias da cidade. De acordo com Tiago, foram mais de 170 em um ano. Entretanto, o gestor da pasta salienta que houve uma nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a 973/2022, que determina uma série de regras.

“Todo o projeto para um quebra-molas precisa ser feito por um engenheiro de tráfego, que é contratado pela Prefeitura, e faz um projeto de viabilidade. Esse projeto tem um custo estimado de R$ 2 mil cada. Além disso, toda vez que um quebra-molas for colocado em uma via, precisamos alterar a velocidade dela, dependendo do modelo proposto”, diz, reforçando que é preciso, ainda, informar sobre os acidentes registrados naquele local. “Em aclives e declives também não podem mais ser instalados, e precisam estar 50 metros longe de curvas”, complementa.

Contudo, o secretário afirma que os veículos na cidade estão sim elevando a velocidade, principalmente nos bairros. “Neste mês de maio, virá um engenheiro para fazermos os estudos e acredito que devemos instalar mais uns 25 quebra-molas no município”, informa.

Para educar no trânsito desde pequeno, agentes da Secretaria estão indo nas escolas para ensinar para as crianças algumas regras básicas. “Estamos reativando esses projetos nas escolas de orientação para que as crianças auxiliem os pais. Elas aprendem e cobram dos adultos”, aponta.

Como funciona

O equipamento em teste possui um botão amarelo que deve ser pressionado pelo pedestre que deseja atravessar a rua. Assim que acionado, um relógio digital inicia uma contagem regressiva de 25 segundos e uma voz orienta para que se aguarde – isso de forma simultânea dos dois lados. Terminado esse tempo, a faixa de segurança é iluminada por luzes instaladas no aparelho e há um comando também por voz indicando que os pedestres podem iniciar a travessia.

Tiago explica que os estudos realizados apontam que, no período de 25 segundos, cerca de 45 pessoas podem atravessar a rua. A ideia é reunir essas pessoas para que façam a travessia em uma única vez, evitando muitas paradas dos carros que estão trafegando. “Queremos evitar que os pedestres atravessem de um por um, o que acaba atrapalhando a mobilidade dos veículos”, destaca o secretário.

Inicialmente, o equipamento ficará no local por 30 dias, mas o prazo pode ser prorrogado. Caso o teste seja aprovado, o objetivo é que mais equipamentos sejam instalados na área central do município.