TRADICIONALISMO

CTG Manotaço volta a ter participação de prendas no Ciranda Cultural após 21 anos

Sofia Block dos Santos, de 13 anos, e Maria Cecília Ferreira Rodrigues, de 14, disputaram as categorias mirim e juvenil, respectivamente

Publicado em: 26/07/2024 11:53
Última atualização: 26/07/2024 11:54

 Depois de 21 anos sem ter uma representante de Gramado no Ciranda Cultural do Rio Grande do Sul, no último final de semana, duas jovens prendas do CTG Manotaço participaram do concurso, que ocorreu em Porto Alegre, no Clube Professor Gaúcho.

Prendas do CTG Manotaço, Maria Cecília e Sofia Block Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

Sofia Block dos Santos, de 13 anos, e Maria Cecília Ferreira Rodrigues, de 14, disputaram as categorias mirim e juvenil, respectivamente. Apesar de não terem ficado nas primeiras colocações de suas categorias, sentem-se orgulhosas de ter chegado até essa etapa. Elas disputaram, em cada categoria, com quase 30 meninas.

“É uma sensação, uma mistura indescritível. Teve um pouco de medo, ansiedade. Mas é algo que vou levar para a vida toda”, coloca Maria Cecília. “A gente leva conhecimento, novas amizades. A experiência influencia em quem nós somos. E o CTG diz muito sobre mim. Quem sabe não participo de novo”, reitera Sofia.

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Para o patrão do CTG, Fernando Gusen, o final de semana foi de alegrias. “Ficamos muito satisfeitos, foi muito incrível. Naturalmente estavam nervosas com microfone, jurados e salas cheias de pessoas desconhecidas. Mas enfrentaram com coragem, empenho e dedicação as provas”, coloca o patrão Fernando Gusen.

“É um vestibular de Medicina, tamanha a dificuldade e concorrência. Representaram muito bem a cidade e o CTG”, complementa.

Fernando Gusen é o atual patrão do CTG Manotaço Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

Diversas avaliações

A participação das meninas iniciou ainda em 2022, quando elas venceram a etapa municipal e conquistaram as faixas de 1ª Prenda Mirim e 1ª Prenda Juvenil do CTG Manotaço.

No ano passado, na etapa regional, Sofia ficou com a faixa de 2ª Prenda Mirim e Cecília ganhou o título de 1ª Prenda Juvenil da região.

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No Estadual, precisaram passar por provas escritas - que envolvem história, tradicionalismo, geografia e folclore -, montar uma mostra folclórica a partir de tema surpresa, prova oral, entregar relatório e pesquisa com entrevistas de campo, além de provas artísticas e dança.

Meses de preparo

Para participar de cada etapa dos concursos, as meninas precisam de muita preparação, tanto teórica, quanto prática. “Precisamos fazer pesquisas em casa, em livros”, diz Sofia. “Tanto no CTG, quanto em casa a gente estuda. Tivemos encontros culturais também que nos apresentaram história do CTG, do Rio Grande do Sul”, complementa Maria.

Na mostra folclórica, por exemplo, ganham um tema, onde precisam apresentar algo relacionado. “No Regional, ganhamos fios e fibras no legado histórico do Rio Grande do Sul, onde precisávamos mostrar o artesanato, por exemplo”, coloca Cecília, que fez um ponto cruz e, para o estadual, deve levar diferentes meios manuais, como bordados, como crochês e até tapeçaria.

“Para o Estadual, também é preciso entregar uma pesquisa, que fala o que é fio, o que é fibra, como são feitos os artesanatos. E também fiz entrevista de campo, com mulheres de São Chico, Jaquirana, aqui de Gramado”, explica.

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“No meu caiu brinquedos e brincadeiras, que foi quando eu decidi fazer uma boneca de pano”, explica Sofia, que levou, também, um mês para produzir.

Prenda do CTG Manotaço, Sofia Block dos Santos com a boneca de pano Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

A prova artística exibe passos e diferentes talentos. Além de um tipo de dança que precisa ser apresentada, como de salão ou tradicionalista, elas também precisam ou cantar, ou declarar, ou tocar algum instrumento. Enquanto Sofia declamou poesia do CTG, poesia própria e dançou Bugio, Tatu com volta no meio, Cecília também declamou e dançou quatro passe e valsa.

A prova oral também teme as participantes. Enquanto que no juvenil o assunto é sorteado, no mirim já é revelado anteriormente.

As prendas chegaram na quinta-feira, dia 18, e ficaram na capital até domingo, 21. Enquanto Sofia levou três vestidos, Cecília quatro. Cada uma, em sua categoria, deve seguir as regras de vestimenta necessárias, como maquiagem, bordado, tamanho de vestido e salto de sapato, assim como o penteado do cabelo são vistos. “O patrão comentou com a gente: desde que entrarmos lá, somos avaliadas. Nossa postura, jeito, modo de falar”, finaliza Sofia.

Início das histórias no tradicionalismo

Maria Cecília entrou no CTG em 2017, com 7 anos. Apesar de não ter familiares na época que frequentasse o centro de tradições, acompanhou um ensaio e achou interessante. Atualmente, faz parte da Invernada e atua no Departamento Jovem.

Prenda do CTG Manotaço, Maria Cecília Ferreira Rodrigues Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

Já Sofia faz parte do estabelecimento desde 2022 e também faz invernada. Eventualmente, participa de atividades campeiras, como cavalgadas. Ela adentrou no CTG após vir morar em Gramado, vinda de uma cidade do interior de Santa Catarina, onde, em sua rotina, tinha lida no campo.

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As duas participaram pela primeira vez de todas as etapas. “Fazia apenas quatro meses que eu estava aqui, entrei na brincadeira. E aconteceu o inesperado, venci e fui para o regional”, relembra Sofia.

Ao saberem dos consequentes resultados até o Estadual, a surpresa foi inevitável. “Foi um choque no início”, disse Cecília. “Eu decidi de última hora, quase não participei, porque não gosto de ficar ansiosa”, relembra Sofia.

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