abc+

ATRATIVO

Com experiência sensorial, bebida milenar é tema de novo museu em Gramado

Museu do Vinho foi inaugurado neste mês de dezembro e conta a história, curiosidades e possui objetos e ferramentas de fabricação antigos

Fernanda Steigleder Fauth
Publicado em: 27/12/2024 às 13h:17 Última atualização: 27/12/2024 às 13h:18
Publicidade

Um espaço em que a ideia é trazer um museu com conteúdo histórico, mas com interação e experiências sensoriais. Essa é a proposta do novo empreendimento turístico de Gramado, o Museu do Vinho, que abriu as portas na última semana, na Av. das Hortênsias, número 5365.

Experiências sensoriais e degustação estão disponíveis



Experiências sensoriais e degustação estão disponíveis

Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

Localizado no subsolo, o público tem a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a história da bebida feita a partir da uva, desde sua criação, na antiguidade. Também pode passar por sensações olfativas e sentir cheiros de espumante, suco de uva e vinho tinto, criados para o estabelecimento. Ainda há maquinários e ferramentas, obras de arte feitas a partir das rolhas e o visitante ainda é convidado para uma degustação de rótulos.

LEIA TAMBÉM: Conhecida por ações sociais, voluntária de Gramado descobre tumor e precisa de ajuda

“A proposta do museu surgiu justamente por ser gramadense e amar o acolhimento ao público e também em sonhar e proporcionar boas experiências. A marca Museu do Vinho já faz algum tempo que eu buscava e consegui o registro neste ano. E aí celebrei e decidi que era hora de tirar esse projeto do papel, que existia há mais de um ano”, relembra o proprietário, Jonas Lüdck.

O espaço tem 200 m². Mas futuramente, a ideia é expandir. Foram três meses de trabalho para montar o acervo existente, que contou com apoio de museóloga e enólogos, que fizeram a revisão do projeto. “O enoturismo faz parte da minha vida há algum tempo, tenho trabalhado com o segmento, é uma paixão”, afirma o responsável, que também é sommelier internacional formado pela UCS em parceria com a ONA.

Experiências e acervo

A visitação tem a proposta autoguiada, ou seja, onde o próprio cliente consegue ir se apropriando dos conhecimentos, a partir das informações expostas. A duração prevista para o percurso dependerá do interesse do visitante.

VEJA AINDA: CANELA: Capital Nacional dos Parques Temáticos completa 80 anos; relembre fatos históricos

As experiências olfativas e visuais, assim como as cores, sensações e descrições vieram a partir da própria degustação do vinho. “Ela é multissensorial, porque o vinho tem o buquê aromático, tem a textura do paladar, que pode ser denso, líquido, tem suas cores que divergem do branco ao rosé, tinto, e aí pensei nisso, precisamos dessas sensações”, explica.

Experiências sensoriais fazem parte da visitação



Experiências sensoriais fazem parte da visitação

Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

O processo de pesquisa histórico foi uma “junção de peças”. “Temos contribuições do Círcolo Trentino do Bento Gonçalves, da Aprovale, que é a Associação de Vinícolas do Vale dos Vinhedos, temos algumas referências a livros que fazem parte do enoturismo, da cultura do vinho. Materiais da UCS, tem uma pesquisa extensa através de várias obras que compõe o roteiro hoje”, frisa.

SAIBA MAIS: As frutas que prometem boas safras e preço baixo durante o verão

Na história do Brasil, é relatada a vinda do vinho, nos últimos 500 anos. “Desde que Brás Cubas trouxe a uva para o Brasil, pela corte portuguesa, pelos primeiros imigrantes. Nossos corredores são dedicados aos 150 anos da Imigração Italiana e ao legado que eles deixaram. Queremos preservar e ressignificar a memória do imigrante no Brasil.”

Em relação ao objetos, conta com máquinas utilizadas pela terceira geração de imigrantes italianos na região de Flores da Cunha, Caxias do Sul e vinícolas locais familiares. “Temos desde o biguncho, o barril mais comprido, que servia para transportar as uvas da parreira até a vinícola, em cima de burros. Temos ainda a moedora manual, colocada sobre a mastela, que era utilizada para fermentação de vinho”, coloca.



Itens mais modernos também estão presentes, como a bomba de pistão. “Ainda temos os barris feitos de grápia e araucária, que eram as árvores que os colonos tinham na região”, explica.

ENTENDA: EGR projeta movimentação nas estradas da Região das Hortênsias para o Réveillon 2025; confira

Uma mini representação da Capela de Nossa Senhora das Neves, que fica localizada no interior de Bento Gonçalves, também tem sua história curiosa contada. “Existe até os dias de hoje. Em 1907 houve um enxame de abelhas numa missa durante a reunião da comunidade, o padre deu basta e fez uma grande reforma. Só que naquele ano também teve uma estiagem muito forte, seca extensa. E como ano teve safra próspera, eles tinham grandes estoques de vinho em suas casas e eles concluíram toda reforma da igreja com vinho, a argamassa foi feita com vinho ao invés de água”, conta Jonas.

Representação da igreja em Bento, finalizada com vinho



Representação da igreja em Bento, finalizada com vinho

Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

O empreendimento ainda conta com uma enoteca, onde estão à venda acessórios e artigos relacionados à enologia e ao consumo de vinhos. A loja conta com uma adega composta por rótulos nacionais produzidos por 12 vinícolas, em especial vinhos finos: Del Piero, Ravanello, Valduga, Salton, Laurentis, Luiz Argenta, Salvatore, Aurora, Giaretta, Santa Augusta, Jolimont e Halberth.

O Museu do Vinho funciona diariamente, das 9 às 17 horas. A venda de ingressos ocorre pelo museudovinhogramado.com.br e na bilheteria. Os valores são de R$ 99 adulto. Crianças, idosos, estudantes, gramadenses e canelenses pagam meia-entrada. No site, há desconto para compra antecipada.

Museu do Vinho inaugurou em Gramado



Museu do Vinho inaugurou em Gramado

Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

Publicidade

Matérias Relacionadas

Publicidade
Publicidade