Sob forte chuva, o parque Olivas de Gramado, um dos empreendimentos pioneiros no olivoturismo no País, recebeu nesta sexta-feira (16) diversas autoridades para a abertura oficial da colheita da oliva no Rio Grande do Sul. O governador do Estado, Eduardo Leite, após inaugurar o viaduto da RS-115, no bairro Várzea Grande, esteve presente na cerimônia no interior do município da Serra gaúcha.
Infelizmente, devido ao mau tempo, a colheita simbólica que estava programada não pode ser realizada, assim como a visita a um novo atrativo do local turístico. Porém, uma chuva de azeitonas marcou o encerramento solene do evento.
O governador Eduardo Leite, em seu discurso, aproveitou para contar uma novidade que realizou no último final de semana, no Palácio das Hortênsias – o Parque do Palácio, em Canela. Junto do azeitólogo e diretor do Olivas, André Bertolucci, oito mudas de oliveiras foram plantadas.
“Estou entrando nesse mundo, depois vou precisar de um lagar (local onde extrai o azeite da oliva) para fazer o azeite do governador e distribuir nos eventos do governo do Estado”, brinca Leite.
A cerimônia ocorreu pela primeira vez na Região das Hortênsias em 12 edições. A programação conta com exposição e comercialização de produtores do Estado, degustação de azeites, assim como painéis com especialistas, que abordam temas factuais, como a sustentabilidade.
“Exalto fazer este evento da colheita em Gramado, na Serra gaúcha, por conta da origem da olivocultura no nosso Estado, pela entrada principalmente dos Campos de Cima da Serra. Esse evento, além de destacar o passado, projeta o futuro e apresenta a qualidade do que se produz”, justifica o governador.
O evento também contou com a presença dos secretários da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes, e do Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, do presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, do prefeito de Gramado, Nestor Tissot, do coordenador do Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura (Pró-Oliva), Paulo Lipp, do proprietário do Olivas de Gramado, André Bertolucci, entre outras autoridades.
Durante a abertura oficial do evento, houve a assinatura do termo de cooperação entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, através da Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária, e o Instituto Brasileiro de Olivocultura para fiscalização e pesquisa da qualidade e identidade do azeite de oliva que é comercializado de maneira comercial.
“Qualidade está garantida”
O produto que é consumido, as diferenças e, essencialmente, a qualidade e excelência foram debatidos pelas autoridades e produtores presentes no evento.
“Podemos ser um autor absolutamente fundamental nesse mercado, desse tipo de produto. Temos um terroir notadamente das melhores condições. Temos um frio de aproximadamente 500 horas, que nos dá excelência para bem produzir. Temos empreendedores que acumulam no ponto de vista da experiência e cientificidade um cultivar adequado no seu manejo e na extração”, coloca o secretário Giovani Feltes.
Plantações
O Rio Grande do Sul é o maior produtor de azeite de oliva do Brasil, concentrando 80% da produção nacional. São mais de 6 mil hectares de área plantada por 360 produtores. A maior parte dos olivais está no Sul do Estado, onde as condições climáticas e do solo favorecem o cultivo.
Conforme Feltes, titular da pasta da Agricultura, são 2,5 mil empregos diretos na atividade, 102 marcas no RS e 22 lagares instalados, dos mais variados portes – e a maioria, com capacidade para ampliação. “No ano passado nós chegamos a 580 mil litros de azeite extravirgem extraídos dos nossos olivais, neste ano talvez não cheguemos a um número próximo a isso, mas a qualidade está garantida e nós temos ilhas de excelência, como a própria região serrana, que não sofreu tanto”, fala.
O olivoturismo
Para André Bertolucci, é importante debater a vertente que chega para ficar: o olivoturismo. “Sabemos das dificuldades que diversos produtores têm em implantar esse viés turístico, principalmente nas regiões Sul e da Campanha, por não ter uma rede hoteleira estruturada, não haver uma acessibilidade boa, um centro de compras, restaurantes, sinalização turística que precisa ser fortalecida”, coloca.
“É difícil sobreviver do azeite de oliva, é um investimento a longo prazo, requer muita dedicação e esforço, não é um retorno que vem de imediato. E o olivoturismo vem para complementar isso, porque o azeite de oliva é um produto nobríssimo”, complementa o diretor do Olivas.
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“Gramado pode ser um grande palco”
Para o prefeito de Gramado, Nestor Tissot, o município tem potencial para abraçar ainda mais o setor.
“Gramado pode ser um grande palco, como já tem sido em muitas ocasiões e exposições de várias marcas de azeite. A cidade conta hoje com mais de 300 hotéis, mais de 300 restaurantes e os projetos não param de acontecer e talvez seja atualmente um dos principais polos consumidores do produto. O azeite de oliva é parte integrante desse trabalho que é desenvolvido junto ao turismo”, explica.