Uma reunião para entender a situação dos municípios turísticos do Rio Grande do Sul foi organizada pela Secretaria de Turismo do Estado. O encontro virtual foi realizado na segunda-feira (6), e novos devem ocorrer ao longo dos próximos dias.
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Com o aeroporto de Porto Alegre fechado, com previsão de reabertura somente em 30 de maio, e a catástrofe encarada em praticamente todo o território gaúcho, hotéis estão tendo cancelamentos e o fluxo de turistas está quase zerado.
O secretário de Turismo de Gramado, Ricardo Bertolucci Reginato, o presidente do Sindtur Serra Gaúcha, Claudio Souza, e empresários do trade estiveram representando a região, levando alguns pleitos locais.
Entre as demandas, pedido para uma linha de crédito específica para empresas do turismo com articulação do governo federal, além da liberação das vias de acesso e acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) para que os voos do Salgado Filho sejam transferidos para Caxias do Sul e não para Florianópolis, como está acontecendo.
“Enquanto isso, por parte da Secretaria de Turismo de Gramado, temos procurado construir um plano de gestão pós-crise, com ações pontuais, sobretudo, imagéticas para demonstrar que nosso destino segue sendo seguro e que a Serra gaúcha segue sendo linda como sempre foi”, diz Ricardo.
Conforme o secretário, a estruturação dessa campanha ainda não foi feita, pois o momento atual é de preservação das vidas. “Mas, ao mesmo tempo, temos que entender que o turismo é o negócio fundamental da cidade e que sem ele teremos grandes dificuldades”, reforça.
A informação é endossada pelo prefeito de Gramado, Nestor Tissot. “Como gestor eu preciso pensar na nossa economia e no turismo. O momento é difícil e a gente compreende, mas eu preciso do turismo para movimentar os empregos, e lá no fim isso contribui para a arrecadação da cidade”, destaca, afirmando que esses impostos servirão para as obras que serão realizadas no município.
“No momento certo, a gente fará essa retomada. Estamos fazendo um levantamento das necessidades”, complementa Claudio, representando o setor hoteleiro. Pelas redes sociais, as operadoras e agências de viagens estão focadas em evitar cancelamentos, sugerindo remarcações.
Mudanças nos voos
Um grupo de Bebedouro, interior de São Paulo, chegou no Estado na quinta-feira, dia 2. O voo de volta estava marcado para o domingo, dia 5, mas foi remarcado para a quinta, dia 9. “A cidade é fantástica. A gente só tem a agradecer porque aqui nós estamos bem. A gente se sente até incomodado de estar passeando e o pessoal vivendo toda essa situação”, pondera a produtora rural Débora Piva, de 51 anos.
“Nós passamos perrengue para chegar”, reforça a biomédica Silvia Betanho, de 55 anos. As amigas contam que deveriam pousar em Porto Alegre, mas por causa da tempestade voaram até Caxias do Sul. Para chegar em Gramado, usaram a Rota do Sol. Foram cinco horas até o destino final.
Para o retorno, seguirão até Florianópolis, em uma viagem de quase sete horas. “A nossa companhia aérea nos deu o suporte e pagou a nossa hospedagem para esses dias a mais”, diz Silvia.
Apesar da condição climática, conseguiram aproveitar alguns parques e, principalmente, os restaurantes. Agora, já planejam o retorno. “Iremos voltar com certeza, essa cidade é maravilhosa”, conclui Débora.
Diálogo com o Gabinete de Crise
Com o objetivo de debater ideias e sugestões para a reconstrução das áreas afetadas e impulsionar a retomada do turismo, o Gabinete de Crise de Gramado se reuniu, na tarde de quarta-feira, dia 8, no Expogramado, com entidades, associações e sindicatos.
O grupo buscou compreender a situação do município e também conversou como o setor privado para auxiliar a Prefeitura. A procuradora-geral, Mariana Reis, solicitou auxílio na comunicação dos fatos que estão ocorrendo.
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“Precisamos tranquilizar nossa comunidade de que o Poder Executivo está agindo e, assim, tentar minimizar a desinformação. Juntos, podemos criar uma rede de apoio para garantir que informações reais e verdadeiras cheguem aos gramadenses e aos turistas, para que continuem vindo a Gramado, que aqui é um lugar seguro e acolhedor para todos”, afirma.
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