DIAGNÓSTICO

CATÁSTROFE NO RS: Gramado estuda indenizar famílias que não poderão voltar para casa por causa dos deslizamentos

Prefeitura aguarda laudos para fazer um levantamento dessas residências

Publicado em: 17/05/2024 15:06
Última atualização: 17/05/2024 15:07

Gramado tem mais de 1,5 mil pessoas fora de casa. Residências foram evacuadas em, ao menos, 24 pontos da cidade por riscos de deslizamentos. A Prefeitura afirma que aguarda a melhora no tempo para que as equipes consigam fazer um diagnóstico dessas áreas. O que se sabe é que algumas não poderão retornar – ou por estarem em locais que não será possível recuperação ou porque já tiveram a estrutura destruída.

Moradores do bairro Piratini, em Gramado, perderam as casas, após um deslizamento de terra Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
O prefeito de Gramado, Nestor Tissot, estima que mais de R$ 100 milhões serão gastos somente para reconstrução das áreas atingidas. Segundo ele, é momento de olhar para as necessidades das pessoas que tiveram que evacuar os espaços onde moravam, mas, ao mesmo tempo, é preciso pensar no turismo, a principal atividade econômica do município. “Não posso deixar para pensar nisso quando não tivermos mais emprego para a comunidade”, completa.

“Nós temos duas realidades. Nunca deixamos de atender a comunidade. Claro que todo mundo que está fora de casa está descontente, mas não falta assistência de alimentação, roupas, medicamentos, as crianças estão na escola”, frisa.

Aguardando os relatórios técnicos, o prefeito aponta que não é possível estimar o número de famílias que não conseguirão voltar a seus lares. Para elas, contudo, o Executivo está estudando uma indenização dos terrenos que foram atingidos. A maneira que isso vai funcionar, ainda é analisada de forma jurídica.

“Vamos fazer um levantamento. A gente ainda não sabe quem não vai poder voltar para casa. O que a Prefeitura tem legalidade para fazer? As informações que eu tenho é que eu posso indenizar os terrenos que estão legalizados, desapropriando as áreas”, salienta.

Nestor ainda enfatiza que não há nenhum projeto tramitando no momento para auxílio-moradia. “Eu tenho acompanhado todas as ações. Estamos trabalhando em tudo o que podemos neste momento. Tudo vai ter uma solução, no seu tempo”, diz.

“O intuito de tudo o que estamos fazendo é preservar vidas. Lamentamos muito as mortes que tivemos na nossa cidade. Uma semana antes do que aconteceu, estivemos lá na Sociedade da Linhas Pedras Brancas, projetando reformar o local, a igreja. Os sonhos daquelas pessoas, as vidas que se foram”, reforça.

O orçamento municipal está sendo revisto para conseguir recursos para as ações emergenciais. A Prefeitura também espera ajuda financeira do governo do Estado e da União.

Por outro lado, Nestor conta que vai postergar obras que não tenham verba federal. Entretanto, as que possuem, precisam ser iniciadas, como as pavimentações da Estrada José Bergamo Filho, no bairro Várzea Grande, e na Linha 15, no interior. “A gente vai precisar iniciar, pois o valor já tem um destino e um prazo. Não temos como mudar. Vamos segurar a contrapartida do município”, alega.

O prefeito explica também que encaminhou o pedido de R$ 12 milhões em verbas para o Ministério do Turismo para consertos de ruas na zona rural, que tenham apelo turístico. 

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