GENEROSIDADE

CATÁSTROFE NO RS: Cozinha Solidária em Gramado inicia em momento de calamidade, mas ação deve se tornar permanente

Voluntários se unem na Recreio para preparar marmitas aos que foram atingidos pela chuva; saiba como ajudar

Publicado em: 17/05/2024 14:03
Última atualização: 17/05/2024 16:47

As ações de solidariedade não param. Mesmo com o tempo prolongado de ajuda, e que ainda não se sabe por quanto vai perdurar, voluntários continuam prestando auxílio a quem mais precisa. O momento segue sendo de união para mitigar o sofrimento de quem foi atingido pelas chuvas.

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Cozinha Solidária é uma das ações realizadas por voluntários de Gramado Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
A Sociedade Recreio Gramadense se tornou um centro de generosidade. Os dias têm sido de movimento intenso pelo local. São dezenas de pessoas que se reúnem para doar, além de itens materiais, tempo e afeto.

Uma dessas iniciativas é a Cozinha Solidária. Pela primeira vez na história do clube, que tem 109 anos, o espaço foi utilizado para um fim social, conforme conta a presidente Gabriela Michaelsen. São cerca de 1,6 mil marmitas produzidas por dia e distribuídas em Gramado e pela região. Tudo fruto da empatia de quem doa e de quem cozinha.

Jackson Souza Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

O chef Jackson Souza, 41 anos, está utilizando toda a experiência de seus 20 anos de profissão para organizar a produção e logística. “O intuito sempre é de estender a mão ao próximo, por isso que estamos aqui”, declara. No total, há um grupo de 80 pessoas que se dividem para preparar almoço, lanches e jantar.

“Qualquer ajuda é válida. A gente precisa de tudo. Quem perdeu, perdeu tudo. Nós precisamos repor o que eles perderam. E, no quesito de alimentação, eles não conseguem produzir agora, porque não têm fogão, mesa, prato, talher”, acrescenta.

Tentando continuar minimamente a rotina, ele atua como voluntário no período oposto ao trabalho. Os dias são tão intensos, que é até difícil contar há quanto tempo está ajudando na ação. “Eu vejo a necessidade. As pessoas estão precisando e é o momento da gente ajudar. A gente tem que cuidar do próximo que está mais frágil, porque se a gente não fornece esse amparo, eles sozinhos não vão conseguir, estão fragilizados”, reforça. “É levar uma palavra amiga, dar uma refeição. Isso aquece o coração”, complementa.

Cozinha Solidária é uma das ações realizadas por voluntários de Gramado Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

Jackson afirma que também está arrecadando valores em dinheiro para comprar os insumos. “Estamos conseguindo negociar com as empresas e comprar os produtos com preço de custo”, aponta. Para quem quiser ajudar, basta contatar o chef pelo telefone (82) 9 8820-3314. A Cozinha Solidária também recebe doações ao longo do dia, basta se dirigir aos fundos do clube, na Rua Madre Verônica.

Ação vai se tornar permanente

A presidente da Recreio aponta que a iniciativa começou neste período de dificuldade, mas que se tornará algo permanente na programação do clube. “Quero muito agradecer a todo mundo que está participando dessas lindas ações. Elas vão perdurar até que se estabilize essa situação. Depois, uma vez por mês faremos uma ação solidária e destinaremos as marmitas para alguma instituição”, garante Gabriela.

Ela relata que desde o dia 2 de maio, colocou a estrutura da sociedade e também do Hard Rock Café, restaurante que é proprietária, à disposição da comunidade e das autoridades. O estabelecimento gastronômico também se tornou uma cozinha solidária para preparação de alimentos. “É muito bom fazer o bem. E um dos lemas do Hard Rock Café é exatamente ‘tire um tempo para ser gentil’”, pontua.

Recreio realizou com a ajuda de voluntários a triagem e separação de roupas doadas Foto: Divulgação

No último final de semana, um caminhão carregado de doações de Chapecó, em Santa Catarina, foi destinado à Recreio. Toneladas de roupas, e diversos itens chegaram na cidade. “Foram inúmeros voluntários que passaram para organizar o material recebido. Contamos com ajuda do Rotary Club Gramado. Atendemos primeiro as necessidades dos gramadenses e agora estamos repassando aos municípios vizinhos”, conclui. 

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