GRAMADO
CATÁSTROFE NO RS: Com novo pedido de evacuação, moradores do Três Pinheiros se recusam a deixar o bairro
Com uma chamada volta precária, local foi evacuado em três diferentes datas neste mês
Última atualização: 24/05/2024 14:34
“Estamos cansados desse entra e sai. Precisamos de soluções”. O desabafo é de um dos moradores do bairro Três Pinheiros, em Gramado. Pedindo para não ser identificado, ele afirma que está complicado ter que deixar a casa para buscar um abrigo a cada vez que chove.
Durante a quinta-feira, dia 23, houve um novo pedido de evacuação do local. O terceiro do mês. Prefeitura, Defesa Civil e órgãos de segurança visitaram o bairro e orientaram que os moradores deixassem as casas. Muitos se recusaram a sair.
Conforme relatos desses residentes, a revolta é em função do problema de desmoronamento ter aparecido em novembro do ano passado e, seis meses depois, ainda não foram realizadas obras para conter esses deslizamentos.
De acordo com o projeto técnico que foi elaborado para o bairro, o limite estipulado de chuva é de 51 mm. Quando supera a marca, o local é evacuado. A primeira interdição aconteceu no dia 1º de maio, com autorização de retorno no dia 6. Depois, no dia 10, houve uma nova evacuação, com os moradores voltando no dia 20. Agora, após três dias, há um novo pedido para deixar as casas. As aulas na escola Pedro Zucolotto também foram suspensas.
“Eles tinham retornado de uma forma precária no começo da semana. Quando anunciamos o retorno, dissemos que era precário, porque as casas continuam interditadas”, atesta a procuradora-geral de Gramado, Mariana Reis.
A secretária do Meio Ambiente, Cristiane Bandeira, ressalta que o sol do início da semana permitiu a volta para casa, mas que a cidade como um todo ainda sofre o efeito das movimentações de massa. Por precaução, o Três Pinheiro tem a recomendação de evacuação, por causa do volume de chuva em um curto período.
Sobre a recursa dos moradores em sair, o Gabinete de Crise aponta que houve a orientação, mas que quem não acatou assumiu a responsabilidade sobre os riscos de continuar no local.
Nesta semana, o prefeito Nestor Tissot adiantou que as obras no bairro iniciarão em breve e que ele aguarda retorno do governo federal sobre a aprovação do projeto para construção de uma cortina de contenção, que tem custo estimado de R$ 4,7 milhões. Na oportunidade, o prefeito reiterou que iniciará a obra com recursos próprios do Município, caso não tenha resposta da União.