UMA NOVA VIDA
Cão que foi estrela de campanha de adoção em Gramado ganha um novo lar
O Zuco ficou por quatro anos no abrigo municipal; mais de 150 animais estão esperando para serem adotados na cidade
Última atualização: 18/10/2023 21:19
Billy, Zuco, Athor. Vários nomes para descrever um cãozinho que levou quatro anos para receber um novo lar e uma nova família. Morador do abrigo municipal de Gramado, ele participou, no início deste ano, de uma campanha institucional do Programa de Posse Responsável, da Vigilância em Saúde do município.
Apesar da história com final feliz, foi apenas neste mês de setembro que ele finalmente ganhou uma casa e o seu "felizes para sempre". Dos aproximados seis anos de idade, mais da metade de sua vida ele morou no abrigo. Agora, tem uma caminha para chamar de sua, sachê no horário do jantar, passeios na rua, um irmão gato chamado Mimo Calvin e até mesmo música clássica quando precisa ficar sozinho dentro de casa.
Uma nova história
Muito carinhoso, há cerca de 20 dias o diretor da escola municipal Vicente Casagrande, Francisco Silva, viu uma foto do vira-lata. "Faz tempo que a gente acompanha as redes da Posse Responsável. Tínhamos o Fred, um Schnauzer, há 13 anos. Mas ano passado ele começou a adoecer e faleceu", relembra Chico, como é conhecido o servidor público.
"Quando passou o luto, este ano minha enteada foi fazer Biologia Marinha, em Imbé, quis levar o Mimo, e foi embora. Ficamos nós três, minha mãe, eu e esposa, e aí fomos olhando os filhotes e, de repente, me aparece essa figura. E o que me chamou foi a carinha dele, ele merecia uma vida tranquila. E então encasquetei nele", justifica.
Zuco, então, passou a se chamar Athor. "Eu fui numa veterinária e eles que me disseram depois que o Zuco era o cão ator do filme. Mas quando adotamos não tínhamos feito essa conexão. É muito legal né, se tornou famoso", brinca Francisco. Assim, o nome atual foi pensado por ele ter atuado na produção do Executivo municipal.
Primeira experiência
A adoção iniciou no dia 20 de setembro e foi super-rápida. Já na noite do dia 21, ele foi para sua casa em Canela. "Fui buscar ele com a minha filha. E ela foi a pessoa que mais deu atenção no primeiro momento. Então quando ela está aqui, ele vai onde ela vai. Minha filha brinca que ele é o seguidor mais fiel", conta.
E ainda nos primeiros dias, foi, inclusive, para a praia. "É muito tranquilo, ele adora andar de carro, vai dormindo até lá", conta.
Muito amor
Francisco relembra dos primeiros dias de adaptação. “É diferente de um filhote, então fomos nos conhecendo. Fomos descobrindo as coisas. Ele tem uma tendência a mexer no lixo, então trancamos as sacolas para ele não ter acesso. Subir na mesa, às vezes quer roubar algo do prato. Mas são cuidados que fomos nos adaptando”, conta.
Para a família, adotar é uma oportunidade de dar e receber muito amor e felicidade. “É um sentimento muito legal de poder contribuir, com um cãozinho que passou, daqui a pouco, por maldade, sofrimento, a gente não sabe, e ele traz o inverso para ti, carinho, afeto. São carentes e no momento que cria o vínculo, ele te dá esse retorno.
E tem que ter paciência, pelo tempo de adaptação. Mas é muito recomendável e para a gente faz bem”, finaliza o servidor da Educação.
Processo
Durante e após o processo de adoção, a Vigilância acompanha de perto o bem-estar do animal. Através de questionários, visitas e com a assinatura de termo de responsabilidade, as equipes solicitam informações e verificam a saúde dos cães e gatos. “Tem que ter responsabilidade, esse acompanhamento é muito importante. Infelizmente tem muitos cães na rua, soltos, e não sabemos se foram abandonados, se fugiram”, reforça Francisco
Quase 200 animais disponíveis e preocupação com abandonos
Athor ganhou uma oportunidade e uma família, mas outros 180 animais estão no abrigo municipal e em hotelarias credenciadas pela Prefeitura aguardando uma chance de receber carinho e proteção. Conforme a diretora da Vigilância em Saúde, Flávia Oliveira, mais de 200 cães e gatos foram adotados neste ano. Outros 1,6 mil foram castrados.
“Gostaríamos de incentivar a comunidade para a possibilidade de tirar os cães do abrigo, zerar, onde 130 famílias escolhessem um cão de forma comunitária, dando amor, carinho. Os demais atendimentos permanecem pelo programa”, conta.
Uma situação, inclusive, preocupa a Vigilância. “Verificamos um aumento no número de abandonos, o que nos deixa muito preocupados, pois se trata da conscientização dos seres humanos. A causa animal é uma causa de todos, cada um tem o dever de respeitar e cuidar dos animais”, complementa Flávia. O programa realiza ações em escolas, feiras de adoções e divulgação dos bichinhos disponíveis para adoção nas redes sociais.
“Em função dos condições climáticas, muitas feiras foram canceladas. Mas o trabalho permanece contínuo e o pessoal pode ver, inclusive, os filhotes abandonados em nossas redes.