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DISCUSSÃO SOBRE FUTURO

Audiência pública debate corte de árvores e preservação após derrubada de araucária em Gramado

Encontro na Câmara de Vereadores contou com a presença da comunidade, Secretaria do Meio Ambiente, Ministério Público e entidades ambientalistas

Fernanda Steigleder Fauth
Publicado em: 19/04/2024 às 10h:08 Última atualização: 19/04/2024 às 12h:38
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Desmatamento, proteção, regras para o corte de árvores e a fiscalização em obras de empreendimentos foram temas de audiência pública na Câmara de Vereadores de Gramado na terça-feira (16).

Câmara debateu corte de árvores em Gramado



Câmara debateu corte de árvores em Gramado

Foto: Laura Silveira/Especial

O encontro teve duração de quase quatro horas. Contou com a presença da secretária do Meio Ambiente, Cristiane Bandeira, do promotor do Ministério Público, Max Guazzelli, do coordenador da Defesa Civil, Cassio Júnior, e da presidente do Movimento Ambientalista da Região das Hortênsias (Marh), Isabel Scheid.

Ainda, compôs a mesa o morador Marcelo Caruccio, que protocolou o pedido da discussão e representa o grupo SOS Verde. O intuito do debate foi após a comoção de parte da comunidade, quando um vídeo, que viralizou nas redes sociais, mostra uma araucária centenária sendo derrubada na área central, em local que abrigará um novo hotel.

“A araucária em frente ao mercado não é única. Ano após ano vemos árvores que levaram 10, 15 anos, para crescerem, serem assassinadas em nome do progresso, da modernidade, das novas construções. O processo econômico e arquitetônico da cidade são bem-vindos e necessários, mas não ao preço que estamos pagando. A população não está satisfeita”, manifestou-se Marcelo.

Exploração dos recursos

“Queremos que as leis sejam cumpridas, não adiantar derrubar uma araucária de 20 anos, para depois plantar mudas de ipê nos confins da cidade”, complementou Marcelo.

Entre os pedidos do grupo, estão evitar ao máximo a supressão das araucárias e árvores exóticas e que as autorizações sejam mais rígidas.

Conforme Isabel, o Marh está atento a todas as modificações que ocorrem na cidade, assim como a nível Brasil e mundo.

“Nós falamos de sustentabilidade, mas ainda estamos muito longe. E esse cenário atenta de forma negativa na qualidade de vida e manutenção do ambiente que nos rodeia. O Marh sempre pregou por uma exploração racional dos recursos existentes na região, a fim de obter adequado equilíbrio entre preservação e desenvolvimento econômico, mas infelizmente, não é isso que vemos nos últimos anos e de forma acelerada”, diz.

Conhecimento técnico

Cassio trouxe os casos em que a Defesa Civil precisa atender prontamente e efetuar o corte de árvores. São espécies que têm risco iminente de queda e que oferecem perigo à vida.

Já a secretária Cristiane trouxe informações sobre a política ambiental de preservação e conservação de vegetação. “Em Gramado temos uma legislação em relação à vegetação mais restritiva que os padrões federais e estaduais”, afirma. Ainda, reitera que antes da emissão da licença do empreendimento, o assunto foi abordado no Condema. “Achamos legítima todas as manifestações, mas se torna ainda mais legítima quando a comunidade conhece o procedimento técnico”, finaliza.

O promotor de Justiça ressalta que a pasta evoluiu muito no quesito técnico. “Eu recebo imagens de satélite e qualquer corte maior aparece. Em regra geral, na zona rural, vemos uma recuperação da Mata Atlântica”, comenta.

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