É em 2022 que a Casa do Major completa 100 anos. Após quase dois anos de obras, o projeto de restauro da residência está concluído e o local abrigará um museu que vai contar a história da cidade e também sobre a vida do major José Nicoletti Filho, o primeiro subintendente do município.
A inauguração oficial está marcada para a quarta-feira (7). Depois, o museu ficará aberto de terça a domingo, das 9 às 17 horas. O secretário da Cultura de Gramado, Ricardo Bertolucci Reginato, aponta que, neste primeiro momento, não será cobrado ingresso para acessar o museu. A visitação acontecerá em horários determinados, que ainda estão sendo organizados pela equipe. Apesar de ser um circuito autoguiado, haverá monitores que poderão explicar sobre as obras.
Na área que abriga o patrimônio histórico e cultural, um café foi instalado. A operação será feita pela Lugano, com venda de lanches e chocolate. A Prefeitura e a empresa assinaram o contrato de concessão que prevê outorga de R$ 200 mil e um aluguel mensal de R$ 8 mil, pelos primeiros dois anos, passando para R$ 12 mil, depois desse período. Os recursos serão empregados no caixa livre do Executivo e também no Fundo de Cultura, para custeio de despesas do museu e também para desenvolver projetos que fomentem a cultura local.
Inicialmente, a gestão do museu ficará a cargo da Prefeitura, contudo, a ideia é constituir uma associação para que haja um poder dividido com o Executivo. “Poderíamos ter feito uma concessão compartilhada da casa e do café, mas queremos que o espaço seja para contar a história da cidade e deixar com quem de fato quer preservar essa história”, avalia Ricardo.
Acervo
Os cômodos da casa foram transformados em recortes da história, retratando o desenvolvimento de Gramado. Itens arqueológicos, que fazem parte do acervo da Univates, fauna e flora representativa, réplica da estação férrea e outros objetos têm a missão de mostrar o decorrer dos anos no município, com os portugueses, alemães, italianos e indígenas.
Enquanto que a história de Gramado é mostrada em ordem crescente, a do major inicia com a morte do oficial, passando por seus feitos, até o nascimento. Uma série de vídeos foi gravada para exibição.
O último ambiente de visitação retratará o escritório em que o major costumava fazer os despachos. A escrivaninha original foi doada pela família, assim como documentos e objetos de José Nicoletti Filho.
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Mundo do trabalho
Para o museólogo da Prefeitura, Márcio Carvalho, o mundo do trabalho é uma das características mais fortes dessa primeira mostra. “A gente sabe da importância do major, mas se não fosse o trabalho comum das pessoas que não são nomeadas, a gente não teria a Gramado de hoje. Então, pontuamos nos objetos a atuação dos agricultores, produtores de vinho, costureiras, sapateiros”, reforça.
O museólogo adianta que pretende elaborar um projeto para 2023 para que um arqueólogo busque materiais que possam fazer parte do local, como pedras utilizadas pelos indígenas para caçar e objetos de cerâmica, que já foram identificados na cidade. A proposta do museu é também receber exposições temporárias e ser espaço para atividades das escolas.
“O museu tem que estar vivo e o acervo vai se modificando”, frisa Márcio.
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