47ª EDIÇÃO DO EVENTO
Agroindústrias locais vão levar os sabores de Gramado para a Expointer
Feira inicia no sábado (24) e é expectativa de incremento nas vendas; veja mais
Última atualização: 23/08/2024 12:08
“Superar é da nossa natureza”. É com esse slogan que a Expointer vai ser realizada neste ano. Buscando demonstrar a força do povo gaúcho em um momento de reconstrução, a maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina será realizada a partir do sábado, dia 24, seguindo até 1º de setembro.
Realizado no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, o evento chega na 47ª edição. Aberta diariamente, das 8 horas às 20h30, a feira tem programação cultural, espaço para agricultura familiar, exposição de animais e máquinas, palestras, entre outras atrações. Os ingressos para o público em geral custam a partir de R$ 18, com opções de meia-entrada.
Negócios locais
E claro que vai ter representação e sabores gramadenses na Expointer. Três agroindústrias da cidade estarão expondo e vendendo produtos no local: Laticínios Ruppenthal, Mel Apis Gramado e Patês Nossa Versão. Além deles, as cabanhas Hortências e Pôr do Sol e a Facas SG também marcam presença. É mostrando a união e a força do trabalho em família que a Laticínios Ruppenthal participará da Expointer por mais um ano. Com produtos que são preparados artesanalmente, a expectativa é incrementar as vendas e minimizar os prejuízos dos últimos meses.
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Forma para agregar valor ao insumo
A história da agroindústria iniciou há sete anos. Os irmãos Rafael e Everson Ruppenthal, de 33 e 27 anos, começaram a investir na produção dos queijos, doce de leite e iogurtes para diversificar a renda da família, que era basicamente da produção de leite. Como eles queriam continuar no interior, na Linha Marcondes, criaram os produtos para agregar valor à matéria-prima. E deu certo.
Com o passar do tempo, as esposas Romaica Ruppenthal e Stéfani Barbosa, de 31 e 25 anos, entraram no negócio. Atualmente, os quatro dividem todas as tarefas, que vão desde a fabricação até a parte administrativa. Assim, foi possível expandir. De 200 litros de leite por dia, hoje, conseguem processar cerca de 1,5 mil litros.
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A produção de leite faz parte da vida da família Ruppenthal desde a década de 1990 e foi com ela que Romeu, de 57 anos, e Silvani, de 51, conseguiram criar os três filhos, incluindo o caçula Oto, de 17 anos. Ao longo dos anos, saíram de quatro vacas leiteiras para 52. Eles reforçam o apoio e ajuda que tiveram do poder público e entidades.
Compromisso diário com o trabalho
Em um trabalho de várias horas por dia, é preciso aliar múltiplas tarefas. “No meu dia de folga, eu trabalho oito horas. Normalmente, são 13”, conta Romeu em tom bem-humorado. Apesar do desgaste, afirma que é muito mais fácil fazer a ordenha do que há anos atrás, devido à automatização do processo. As vacas precisam ser ordenhadas duas vezes por dia e sempre no mesmo horário.
No restante do tempo, tem os cuidados com os animais e parte da alimentação. O milho e pasto são plantados por eles.
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Romeu destaca que se não fosse pelo fomento da empresa dos filhos já teria mudado de ramo. A produção diária é de cerca de 1,5 mil litros. Quando o produto não é utilizado pela agroindústria, vende para cooperativa. “Eles pagam uns R$ 2,85 o litro, mas o custo que a gente tem chega a R$ 2”, ressalta.
Produtos premiados e reconhecidos nacionalmente
Quando o leite chega na indústria, também na Linha Marcondes, se transforma. O catálogo conta com seis tipos de queijos, o colonial e os temperados, além do coalho, bem como o doce de leite e os iogurtes.
E tudo é basicamente manual. Há máquinas para agitar, aquecer o leite e misturar os ingredientes. “Mas a parte de colocar nos potes, retirar, higienizar, colocar na câmara fria, virar todos os dias. Isso é com a gente”, brinca Romaica. “Preferimos assim, é um diferencial que a gente tem”, completa. Todos os produtos já receberam alguma premiação.
Para Romaica, o amor e a dedicação estão entre os segredos. “A gente preza muito pela qualidade, são produtos que a gente oferece à nossa família. Buscamos fornecer produtos mais naturais, diferentes do que encontramos normalmente”, destaca.
A mais recente distinção foi a do Selo Arte, que é uma identificação nacional do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Com ele, os produtos podem ser vendidos em qualquer lugar do País, reconhecidos pela artesanalidade.
“As pessoas procuram por produtos artesanais. Isso vai nos ajudar bastante, acho que vai aumentar as vendas”, prospecta Everson. “A gente sabe o quanto nos dedicamos. Ter o reconhecimento é muito gratificante e sinal que estamos no caminho certo”, acrescenta Stéfani.