CATÁSTROFER CLIMÁTICA
GRAMADO: Ações e resultados de estudos em locais com deslizamentos serão divulgados a partir da próxima semana
Prefeitura afirma que comunidade atingida será chamada
Última atualização: 30/05/2024 19:29
Maio está chegando ao fim e, com ele, encerra o mês mais trágico de toda a história. As chuvas incessantes causaram mortes, prejuízos milionários nas cidades da região, crise no turismo local e muitos transtornos. Em Gramado e Canela, segundos os dados oficiais, mais de 2,3 mil pessoas tiveram que sair de casa, por causa dos riscos de deslizamentos.
“É uma mudança simples, porém extremamente significativa, porque demonstra essa nova etapa que a gente começa”, conta a procuradora-geral do município, Mariana Reis.
Equipes técnicas atuam diariamente para vistoriar os locais afetados. Neste mês, foram 238 áreas atendidas, com 28 com necessidade de evacuação. Com o passar dos dias, estudos e projetos começam a ser apresentados para sanar os problemas.
“Como sempre fizemos, nós vamos reconstruir de novo. Fizemos isso em outras ocasiões. A Covid nos derrubou também, saímos mais fortes e agora essa chuvarada toda nos derrubou, nos nocauteou, mas vamos sair dessa”, declara o prefeito de Gramado, Nestor Tissot.
Intervenções começaram a ser realizadas
Um desses locais é o bairro Três Pinheiros. Somente em maio, os moradores tiveram que sair das residências em três diferentes datas, devido ao acúmulo de chuva. Na quarta, retornaram mais uma vez. Na última semana, muitos se recusaram a sair.
Com danos desde novembro do ano passado, o bairro é um dos pontos que já tem projeto para evitar o desabamento da encosta.
Nestor afirma que uma empresa de Santa Catarina está acertada para fazer a cortina de contenção na perimetral. “Estamos aguardando uma parte do valor vir de Brasília para a gente poder assinar o contrato. Esse recurso virá porque o município decretou situação de calamidade”, adianta.
Também com ocorrências de deslizamentos há seis meses, o Loteamento Orlandi vai receber intervenções de drenagem. O trabalho iniciou e, na próxima semana, o material necessário deve chegar ao município.
Nelson Dinnebier
Na Rua Nelson Dinnebier, no bairro Piratini, em que há casas interditadas desde o final do ano passado, o relatório dos estudos realizados no local será entregue na próxima semana. Então, será possível verificar quais medidas vão ser tomadas na localidade.
Bairro Piratini
A secretária do Meio Ambiente, Cristiane Bandeira, comenta que profissionais continuam vistoriando a área do bairro Piratini, que compreende as ruas Henrique Bertoluci, Guilherme Dal Ri e Getúlio Vargas.
“Estamos discutindo ações e intervenções. A ideia é que a gente execute junto com a comunidade, Assistência Social, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Na próxima semana, a gente vai explicar passo a passo o que vai acontecer ali”, garante Cristiane.
“Vai desde a possibilidade de as pessoas retirarem os seus pertences. A possibilidade, não digo semana que vem, mas talvez possa ocorrer de algumas famílias retornarem para casa. Não é uma promessa. Nós estamos trabalhando com essa possibilidade e provocando os estudos mais profundos e abrangentes das soluções que nós devemos adotar no bairro, seja para as famílias que poderão retornar em definitivo, seja às famílias que infelizmente não poderão mais retornar”, acrescenta Nestor.
RS-235
A RS-235 é outro ponto de atenção. A Secretaria de Obras e Agricultura está atuando para desobstrução da via, após dias de chuva que impossibilitaram o trabalho por causa do morro encharcado. A expectativa é que a pista seja liberada até esta sexta, dia 31.
“Vamos fazer uma contenção com pedra e drenagem, porque ainda desce muita água. Isso tem ocasionado o deslizamento”, avalia o prefeito.
Atingidos receberão auxílio
O primeiro benefício é o aluguel social calamidade. O aluguel social já é lei no município, entretanto, tinha uma limitação de renda que acabava não contemplando muitos dos moradores atingidos. Com o aluguel social calamidade, essa regra não é mais imposta.
Assim, quem teve o local em que morava evacuado e ainda não conseguiu retornar, pode agendar um atendimento junto à Secretaria da Cidadania e Assistência Social para receber o valor de R$ 1.375. Para atender a essa despesa, o Executivo abriu um crédito extraordinário no orçamento, no valor R$ 2,4 milhões.
O secretário da pasta, Ilton Gomes, destaca que o recurso é destinado apenas para aqueles que possuem somente um imóvel próprio e que estavam morando nele quando houve a interdição. Quem residia de aluguel e terá que se mudar, não ganha esse benefício.
O valor será concedido pelo prazo de até seis meses, podendo ser renovado por igual período. Para isso, é preciso apresentar um contrato de aluguel, reconhecido em cartório ou assinado por duas testemunhas.
A Prefeitura salienta que, quando houver o retorno da família ao imóvel, o benefício será suspenso. Ainda, caso o valor pago pelo aluguel ultrapasse o do benefício, a diferença fica como responsabilidade do locatário.
Parcela única
O outro benefício para os gramadenses é o auxílio financeiro calamidade, que será para as famílias que residiam de aluguel e que vão precisar buscar um novo lugar para morar. Dessa forma, haverá o pagamento de uma parcela única no valor de R$ 1.375 por unidade familiar.
Para o aporte, o beneficiário, nem qualquer membro da família, pode ser proprietário, promitente comprador e/ ou cessionário de imóvel. Para arcar com essa despesa, a Prefeitura de Gramado afirma que utilizará os recursos doados através do Pix “SOS Gramado”.
Nos dois benefícios, o Executivo prevê que, se alguém prestar informações falsas, deve ressarcir a importância recebida e com juros equivalentes a 1% ao mês.
O que fazer
Para quem se encaixa em todas as regras, os atendimentos serão realizados exclusivamente mediante agendamento através do telefone (54) 9 8418-5312. Após, os cidadãos devem se dirigir até o Expogramado.