Desde segunda-feira, dia 1º de abril, quem passa pela RS-115 e pela RS-235, antes dos pórticos de entrada em Gramado, via Taquara e Nova Petrópolis, encontra a comercialização do pinhão. A colheita e venda a partir dessa data são permitidas através de lei estadual.
São 11 bancas que funcionarão durante a temporada, até junho. A semente é encontrada tanto crua, para ser feita em casa, quanto já cozida nos fornos a lenha.
Toda a colheita é feita de forma manual. As pinhas, neste ano, apresentam boa qualidade e os pinhões tamanho médio. Na região, estima-se que 104 toneladas sejam vendidas.
Conforme a presidente da Associação dos Extrativistas e Comerciantes de Pinhão de Gramado e Canela, Rosângela da Silva, a semente “graúda” deve estar pronta em junho. “Na minha banquinha, a gente pretende vender uns 30 a 40 sacos”, revela. Cada saco tem 50 quilos.
Safra
A Serra gaúcha é a região com maior produção de pinhão no Estado, especialmente a área do Campos de Cima da Serra e Hortênsias. “Nesses locais, o produto é importante na formação da renda ou mesmo do sustento das unidades de produção familiares que trabalham com o extrativismo da semente”, pontua a engenheira florestal e extensionista da Emater/RS-Ascar, Adelaide Ramos.
Conforme levantamento realizado pela entidade, neste ano, novamente, deve haver variação na quantidade de produção entre os municípios.
A safra deve ser semelhante a de 2023, porém, nos Campos de Cima da Serra pode haver um crescimento de 10 a 20%.
“São Francisco de Paula, que é o maior produtor do RS, tem uma produção em anos normais estimada em 120 toneladas. Neste ano, estima-se uma produção de aproximadamente 84 toneladas, o que representa um aumento de 20% em relação à safra anterior [70 toneladas], mas ainda inferior ao valor de referência”, pontua.
Em São Chico são 170 famílias envolvidas na atividade.
Produção nas Hortênsias
Já nas Hortênsias, que envolve Gramado e Canela, observa-se uma redução entre 15% e 30%. O motivo, conforme a engenheira florestal, envolve, principalmente, as condições climáticas que afetaram a reprodução e o desenvolvimento do pinhão.
“Especialmente as estiagens que vêm se repetindo nos últimos anos e as chuvas excessivas no final do inverno e primavera”, diz Adelaide.
De acordo com a extensionista da Emater Gramado, Janete Basso, a expectativa é que sejam colhidas e vendidas entre 18 a 20 toneladas. “A safra também sofreu com a falta de frio na produção deste ano”, relata.
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