Está em andamento nesta quinta-feira (26), no Salão do Júri de Novo Hamburgo, o julgamento de um homem denunciado por matar um vizinho após discussão durante uma partida de futebol no dia 2 de maio de 2021. O júri popular iniciou às 9 horas e deve se prolongar até o final da tarde.
Foto: Arquivo/GES-Especial
O acusado de 23 anos matou, com golpes de faca, a vítima Dionata Rafael da Conceição, 28 anos. Conforme a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o crime aconteceu em via pública, na Avenida Assis Brasil, bairro Canudos, às 19h30, momento em que a vítima deixou uma quadra esportiva após partida de futebol.
Acusado e vítima eram vizinhos, já haviam frequentado um a casa do outro, mas eram de equipes adversárias e se enfrentaram na noite dos fatos. Durante o duelo, Dionata Rafael da Conceição teria se envolvido em uma disputa de bola dura com o irmão do acusado, e isso teria motivado uma briga durante a partida, que foi apaziguada pelos demais.
Porém, inconformado com o lance, o acusado foi para casa e buscou uma faca. Com a ajuda dos irmãos, ele desferiu diversos golpes de faca contra a vítima, deixando-o com lesões no pescoço, no tórax e na virilha. Conceição chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na UPA Canudos.
A esposa de Dionata Rafael da Conceição presenciou tudo e é uma das principais testemunhas do caso. Em juízo, ela referiu que ajudou apartar a briga originada pela disputa de bola, mas não conseguiu evitar o ataque posterior, que restou seu marido esfaqueado. A mulher falou, ainda, que os sete filhos do casal presenciaram o crime e hoje vivem com medo.
Mãe e irmão também são réus
Um dos irmãos do réu e a mãe da dupla também são réus no mesmo processo. Contudo, como estão em local incerto, tiveram o processo dividido. O irmão participou do homicídio e foi o que se envolveu na confusão durante a partida de futebol. A mãe deles responde por fraude processual, pois, após o crime, ela sumiu com as facas usadas no delito e deu fim à camiseta de um dos filhos, que ficou ensanguentada.
Família fugiu para a fronteira
Após o crime, o acusado e sua família abandonaram a casa durante a noite com o objetivo de se ausentar da culpa. O proprietário de um caminhão de mudanças confirmou à Justiça que foi contratado e levou a mudança até um município do Alto Uruguai, na fronteira com a Argentina. Quando chegaram ao endereço, o réu teria dito que a mudança seria levada para o “outro lado”, referindo-se ao país vizinho.
Por cerca de um ano, o acusado ficou na condição de foragido. Entretanto, em fevereiro de 2022, ele foi preso pela polícia argentina atravessando drogas pela fronteira. Em juízo, o homem afirmou que a família fugiu de Novo Hamburgo com medo de represálias por parte de familiares da vítima.
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