LITERATURA

Histórias e incentivo para lembrar e celebrar o livro infantil

No Dia Nacional do Livro Infantil, professora e escritora, Vera Hoffmann conta sua relação com a literatura para crianças

Publicado em: 18/04/2024 11:14
Última atualização: 18/04/2024 11:14

Milhares de histórias de variados temas e para todas as idades. Com mais de três mil livros em casa, a professora e escritora Vera Hoffmann, 71 anos, é uma amante da literatura e busca continuamente capacitar-se dentro do universo literário. Mas, são nas obras para crianças e nos contos que ela tem seu maior foco e, por isso, é uma das que celebra, nesta quinta-feira (18), um dia importante dentro do mundo da leitura: o Dia Nacional do Livro Infantil.

Vera com os livros que já escreveu e participou; na mão esquerda, os de literatura infantil Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

A trajetória de Vera com as histórias começou ainda criança, quando ouvia contos em família, especialmente os do avô materno. Já adulta, a paixão pelos livros aumentou e, depois de formada em Pedagogia, passou a utilizá-los ainda mais, lendo para seus pequenos alunos.

Hora do Conto

Natural de Novo Hamburgo e moradora de São Leopoldo, Vera atuou em escolas de ambas as cidades, e nas redes municipais desenvolveu alguns dos projetos que contemplam os livros infantis. Em 2007, ela se tornou professora bibliotecária e responsável pela Hora do Conto na Escola Municipal Maria Edila Schmidt, desenvolvendo projeto específico para a prática também na comunidade, a Hora do Conto: Sacola Ambulante. O projeto foi levado a outros educandários e, atualmente, permanece ativo na Biblioteca Pública Municipal leopoldense.

Nas contações que fazia aos pequenos, ela destaca que os livros não serviam apenas de base para trabalhos posteriores. “Sempre procurei não didatizar, mas contar histórias por fruição, para que eles ouvissem e pegassem gosto. O contar pelo prazer e para motivá-los, gerar neles a curiosidade de um próximo livro”.

Obras publicadas

O primeiro livro escrito por Vera, porém, não foi infantil e veio pelo trabalho feito para uma pós-graduação. O artigo científico surgiu a partir de projeto de leitura realizado pela professora com alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Emef Maria Edila.

Em 2020, quando veio a pandemia, participou de um congresso on-line como palestrante na mediação de uma leitura. Para tal, ela adaptou o livro O Sapo Com Medo da Água e fez o reconto Sapo Cururu, sua primeira obra infantil, publicada de forma independente em setembro daquele ano. “Desde que comecei a contar histórias, sempre peguei textos da tradição oral e adaptei para contação, então escrevia outro texto em cima daquele conto”, comentou.

Nos anos seguintes, Vera participou com seus textos, contos e adaptações em livros que reúnem escritores diversos do Brasil. Em maio de 2023, surgiu a sua segunda obra infantil, desta vez, autoral: Ornito, uma história sensível sobre um menino que ama os passarinhos.

À reportagem ela revela: uma nova publicação está sendo preparada para breve.

Vera Hoffmann mostra sua paixão pela literatura para crianças no Dia do Livro InfantilPriscila Carvalho/GES-Especial
Vera Hoffmann mostra sua paixão pela literatura para crianças no Dia do Livro InfantilPriscila Carvalho/GES-Especial

Falta incentivo à leitura

Pós-graduada em A Arte de Contar Histórias, pela Faculdade do Distrito Federal (FACDF), e escritora homenageada em várias em diversos eventos, inclusive no Prêmio Baobá, hoje, Vera está aposentada das escolas, mas segue sua trajetória como exímia contadora de histórias, levando seus contos, com recheios lúdicos e brincadeiras, em muitos educandários, entidades, feiras, festivais, entre outros.

Relembrando a importância da função de professora, dos livros e da contação em sua vida, ela comenta que o pai, na verdade, sugeria que ela devia fazer contabilidade. “Ele dizia ‘Vai ser contadora. Ninguém valoriza professor’. Ele não sabia que eu queria mesmo ser contadora, mas de histórias”.

Fã e entusiasta dos livros infantis, ela considera que, infelizmente, o incentivo à leitura pelos pequenos ainda é pouco e falta até por parte da família. “A escola tem essa grande responsabilidade, mas na família a gente vê que a criança muito cedo está com o celular na mão. Não que ela não possa ter, mas ela se prende só naquilo, porque às vezes não há o incentivo”.

Romaria das Histórias começa hoje

Nesta quinta-feira (18), tem início a 5ª Edição Virtual - Nacional e Internacional - da Romaria das Histórias, uma realização do Grupo Gwaya Contadores de Histórias UFG e o apoio da Adufg Sindicato, entre outros.

Pelo quarto ano consecutivo, o Rio Grande do Sul participará, junto a outros 25 estados brasileiros, e mais seis países, sendo: Argentina, Cuba, Colômbia, Peru, Portugal e Moçambique. Vera é uma das coordenadoras da ação no RS, além de ser um dos 16 contadores gaúchos no evento. O dia dedicado ao Estado será 18 de maio. Interessados podem acompanhar a Romaria pelo canal Tertúlia das Histórias, no YouTube, ou pela página Grupo Gwaya Contadores de Histórias UFG, no Facebook.

 

 

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