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ANIVERSÁRIO

Há 39 anos, Acadef atende pessoas com deficiência

Entidade presta serviço de reabilitação física, auditiva e intelectual

Taís Forgearini
Publicado em: 18/05/2023 às 09h:41 Última atualização: 26/03/2024 às 20h:10
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No próximo sábado (20), a Associação Canoense de Deficientes Físicos (Acadef) completa 39 anos. A organização não governamental presta atendimento gratuito de reabilitação física, auditiva e intelectual. A entidade também atua na inclusão social e socioprofissional de pessoas com deficiência. Embora a data seja comemorativa, a associação permanece na luta para manter os serviços e todos os atendimentos de forma regular. A defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) é a principal dificuldade.

Leandro Charão recebe atedimento pela Acadef desde janeiro deste ano



Leandro Charão recebe atedimento pela Acadef desde janeiro deste ano

Foto: PAULO PIRES/GES

Segundo o fisioterapeuta e gestor dos serviços de reabilitação da Acadef, Jivago Di Napoli, a cada mês, ingressam para avaliação de atendimento, 155 pessoas. “Diariamente [de segunda a sexta-feira] são feitos cerca de 180 atendimentos. Os atendimentos mensais oscilam entre 3 mil e 3,5 mil”, contabiliza.

Sem previsão para que a atualização na tabela que contempla mais de 300 itens (entre insumos e procedimentos) ocorra, a entidade está apreensiva. “Parabenizo e desejo vida longa para Acadef. É importante dizer que seguimos mobilizados para defender e para cobrar. A tabela está desatualizada desde 2008. Os valores são outros, os materiais de alguns itens também”, relata Jivago.

A compra de órteses, próteses e materiais especiais está comprometida. Medidas paliativas para manter os serviços, na prática tem pouco efeito, conforme esclarece o fisioterapeuta. “Sem estoque e com recursos insuficientes para aquisição de órteses e próteses necessárias, a situação se aproxima do insustentável.”

O gestor da Acadef considera essencial o auxílio do governo municipal e estadual para cobrar ações urgentes do governo federal. “Nosso trabalho de serviços e atendimentos depende do SUS.”

Problema vascular, prótese e reabilitação

Leandro Gustavo Charão dos Santos, de 50 anos, precisou amputar uma das pernas por causa de complicações no sistema vascular. Uma vez por semana, o morador do bairro Guajuviras é atendido na Acadef. “Toda quarta-feira faço fisioterapia e na sexta-feira, musculação”, conta.

Charão começou os atendimentos na entidade no início do ano. “Fui encaminhado pela Secretaria de Saúde, pois não teria condições financeiras de para o tratamento”, detalha.

O canoense ressalta que o serviço é indispensável para a reabilitação. “Aqui posso até chegar meio triste, mas depois que passo pelo atendimento é impossível não sair mais alegre. A minha evolução é por causa das sessões.”.

Charão utiliza cadeira de rodas e andador. Nesta semana, ele fez o molde para a prótese da perna. “Estou em processo de adaptação para utilizar. O trabalho [treinamento] é de marcha, na barra, com o andador e por fim, com a muleta. Até que eu não necessite de nenhum dispositivo móvel para fazer uso da prótese”, explica. “Desejo que a Acadef siga por muitos e muitos anos”, conclui.

Começo dos trabalhos e inclusão social

A Acadef surgiu da reivindicação e luta por rampas de acesso nas estações da Trensurb, em 1984. “Foi o impulso necessário para a busca pelos direitos das pessoas com deficiência. Era uma época em que não se tinha direitos”, gestora de inclusão da entidade, Lucia Vargas da Cunha.


Lucia, Paola e Antonio prestam serviços para a Acadef



Lucia, Paola e Antonio prestam serviços para a Acadef

Foto: PAULO PIRES/GES


Em 2005, Antonio Marcos Rubim, de 47 anos, ficou paraplégico após ser baleado. “Foi violência urbana, uma briga de bar. Fiz fisioterapia na Acadef. Hoje atuo como voluntário aqui”, conta. Até 2009, a associação não tinha os serviços de reabilitação. Os atendimentos eram somente de fisioterapia, explica Lucia.

Paola Silveira da Silva, de 24 anos, tem paralisia cerebral, ela faz estágio na comunicação da Acadef. “Estou no primeiro ano de jornalismo. Fiquei muito feliz de conseguir a vaga aqui. A inclusão é fundamental, sem ela nada é possível. Futuramente, quero me especializar na área esportiva. É meu sonho”, conclui.

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