PORTO ALEGRE

Guaíba tem novo aumento e segue acima da cota de inundação; confira os números

Nova cotas de inundação é de 3,60 metros, considerando a nova régua de medição instalada na Usina do Gasômetro

Publicado em: 29/05/2024 09:16
Última atualização: 29/05/2024 09:16

O Lago Guaíba voltou a subir entre a noite de terça e manhã desta quarta-feira (29). Às 7 horas, estava em 3,87 metros. 12 horas antes, estava em 3,81m.


Pontos de Porto Alegre alagados na madrugada desta quarta-feira (29) Foto: MetSul/Reprodução

Entre as 19 horas e as 20 horas, o Guaíba subiu 6 centímetros. Às 21 horas, mais 1cm. Às 23 horas chegou a 3,93m, depois voltou a cair. O motivo da alta são os fortes ventos relacionados ao ciclone que está na costa do RS e que represa a água, que permanece na área do Centro Histórico de Porto Alegre. 

Novas cotas de inundação e de alerta

O governo estadual atualizou nesta terça-feira as cotas de inundação e de alerta na estação telemétrica emergencial instalada na Usina do Gasômetro para medir o Lago Guaíba em Porto Alegre. Neste ponto, instalado no local desde o dia 3 de maio em caráter emergencial, a cota de alerta é de 3,15 metros, e a de inundação, de 3,60 metros.

Entre a medição da Usina do Gasômetro e a localizada no Cais Mauá, há uma diferença de 60 centímetros em ambas as cotas, sendo 2,55 metros o nível de alerta, e 3 metros de inundação no Cais Mauá.

Mas, por que há essa diferenciação entre os pontos? Conforme a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, a diferença de níveis de referência para inundação se dá porque as estações telemétricas encontram-se em locais diferentes da orla e com diferentes relevos.

"É importante ressaltar que não há alteração na medição do nível do lago, visto que o nível do Guaíba só muda com o aumento da afluência de vazões ou com represamento do escoamento. Os níveis históricos seguem os mesmos, o que foi restabelecida é a referência do nível de alerta e de inundação", explica a secretária.

Por que foi instalado mais um ponto de medição na capital?

O sistema de medição no Cais Mauá funcionou adequadamente até as 23 horas do dia 2 de maio, quando registrou a cota 3,70 metros, conforme o governo do RS. Naquele momento, os níveis de alerta e de inundação já tinham sido atingidos em Porto Alegre. Por isso, no dia seguinte, a instalação de estação de monitoramento emergencial Usina do Gasômetro começou a ser providenciada.

O local levou em consideração três requisitos: fácil acesso, transparência, e capacidade de assimilação automatizada dos dados pelas equipes de monitoramento e previsão.

O monitoramento emergencial na Usina do Gasômetro tem sido acompanhado por profissionais da Sala de Situação do Estado e por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS), que emitem previsões a partir de modelos matemáticos.

Na quinta-feira da semana passada (23), pesquisadores da universidade emitiram uma nota afirmando que uma possível diferença na referência de níveis não afeta o resultado das previsões e acrescentaram que, a cada rodada do modelo de previsão, é adotada a referência oficial atual da Sema, do SGB e da ANA. Segundo os pesquisadores, todas as variações relativas de subida e de descida do Guaíba foram bem representadas.

As referências de alerta e de inundação foram estabelecidas por técnicos do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (DRHS/Sema) e IPH/UFRGS, a partir de vistoria no Cais Mauá realizada no sábado (25), quando a região apresentou condições seguras de acesso. A ação teve o acompanhamento do Serviço Geológico Brasileiro (SGB).

É comum que pontos dos lagos e rios tenham cotas diferentes?

As diferenças entre cotas de inundação em diferentes pontos são comuns na medição dos níveis de rios. O governo estadual explica que, na enchente de 1941, por exemplo, bibliografias apontam cinco picos diferentes do nível do Lago Guaíba, sendo todas possibilidades consideradas para fins históricos. A intenção é que as duas estações telemétricas sejam mantidas, ampliando a capacidade de monitoramento do Estado.

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