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LUTA

Grupo de mães canoenses pede apoio para melhorar inclusão dos filhos

Prefeitura diz que está chamando estagiários em escolas e tem edital aberto para contratar neurologista e psiquiatra

Taís Forgearini
Publicado em: 15/05/2023 às 14h:10 Última atualização: 26/03/2024 às 21h:26
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Nos últimos anos, houve um salto no número de diagnósticos de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O mais recente Censo escolar do Brasil, de 2022, revela que em cinco anos ocorreu um aumento expressivo na quantidade de alunos autistas matriculados nas redes pública e privada de todo o País. Em2017, a pesquisa registrou 77 mil estudantes (no ensino infantil, fundamental e médio). No ano passado, esse número passou para 429 mil alunos.

Mães batalham por maior qualidade de vida dos filhos



Mães batalham por maior qualidade de vida dos filhos

Foto: Arquivo pessoal

Em Canoas, segundo a Secretaria de Educação, a rede municipal de ensino possui 700 alunos com laudo de autismo e 138 em situação de investigação. Em todas as escolas da rede, há estudantes com TEA. A inclusão social e a aprendizagem são os principais desafios encontrados, aponta Sabrina Lima, de 33 anos, mãe de um aluno autista, o Cássio, de 9 anos.

Sabrina faz parte de um grupo de mães canoenses com filhos com necessidades educacionais especiais. O grupo luta por mais inclusão na área da educação e da saúde, reivindicando aumento do quadro de profissionais nas escolas e acesso regular de consultas médicas e medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Meu filho possui nível dois [moderado] de autismo, ele estuda na Emef Castelo Branco, considero uma escola inclusiva, mas considero que não há profissionais o suficiente para acompanhar os alunos em sala de aula. Na sala de Cássio tem mais três crianças autistas. Fora a professora, existe apenas uma pessoa para auxiliar quatro alunos que necessitam de atenção especial. Os níveis dos estudantes são diferentes e quando o profissional vai atender um, o outro fica sem supervisão especial”, afirma a mãe.

Atendimento e aprendizagem escolar

Deise Paim, de 46 anos, mãe da Laura, de 9 anos, conta que decidiu tirar a filha com síndrome de Down da escola regular.

“Agora minha filha está sendo atendida na Associação Pestalozzi. Ela não estava se desenvolvendo. A Laura precisava de um monitor exclusivo e isso não foi ofertado para ela e nem para os demais que precisam”, desabafa.

Conforme a chefe de Unidade de Inclusão na Secretaria de Educação, Scheila Tatiane dos Santos Fucks, ao todo, a rede municipal de ensino possui 3.005 alunos com necessidades educacionais especiais.

“Todos os alunos possuem plano de metas individualizado, porém não há como se ter um monitor para cada um. Estamos com um edital aberto para o chamamento de 80 estagiários e mais técnicos para a ampliação”, diz Scheila.

Ausência de profissionais na área da saúde

Dulce de Lima é mãe de um rapaz de 25 anos que possui deficiência mental e síndrome Treacher Collins (que afeta o desenvolvimento facial do rosto).

“Pela falta de neurologista para atender no Certea – Centro de Referência em Transtorno do Espectro Autista -, o laudo dele está desatualizado e o benefício das passagens de ônibus foi suspenso.”

Segundo a diretora de Atenção em Saúde Mental, Liliane Veiga, a falta de neurologista ocorre desde março deste ano.

“Estamos com um edital de chamamento em caráter de urgência aberto, abrimos vaga para dois neurologistas e um psiquiatra, profissionais que no momento não temos no Certea”, admite.

A diretora diz que não há previsão para regularizar os atendimentos, mas que a Fundação Municipal de Saúde trabalha para normalizar a situação.

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