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EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

Grupo de ex-alunos da Liberato une forças para ajudar maior escola técnica da região

Dentre as demandas trazidas pela instituição, estão a falta de professores e falta de recursos financeiros para melhorias

Débora Ertel
Publicado em: 07/11/2024 às 15h:11
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Buscar alternativas para garantir o protagonismo e o desenvolvimento da maior escola técnica da região. Essa é a missão que um grupo de ex-alunos, convocados pela direção da Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha, recebeu durante a 39ª Mostratec-Liberato.

O encontro já surtiu resultados e um levantamento sobre as possibilidades legais de buscar recursos é realizado. Além disso, outros nomes devem ser convidados a participar do grupo que deve atuar como um conselho consultivo.

Reunião de grupo de ex-alunos da Fundação Liberato realizada na Mostratec | abc+



Reunião de grupo de ex-alunos da Fundação Liberato realizada na Mostratec

Foto: Divulgação

Dentre as situações que a instituição de ensino enfrenta estão a falta de professores ocasionado pela não realização de concurso público, solicitação já entregue ao governo do Estado, e falta de recursos financeiros para melhorias.

Do encontro participaram André da Rocha, Luciano Enzweiler, Georgio Raphaelli, Gustavo J. Weyh, Gustavo Semensatto, João Pedro Barbosa, Robinson Klein e Giuliano Hoffmann, que dialogaram com o diretor-executivo José de Souza, o secretário-executivo Josimar Dias da Silva e o ex-diretor Leo Weber.

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Conforme o ex-aluno e vencedor da 1ª Mostratec realizada em 1985, Robinson Klein, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI) de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos, o objetivo de todos é auxiliar a Liberato nos seus pleitos.

Robison Klein, presidente da ACI, integra o grupo de ex-alunos  | abc+



Robison Klein, presidente da ACI, integra o grupo de ex-alunos

Foto: Divulgação

Em especial, encontrar mecanismos de financiamento e a contratação de professores. Inclusive, Klein encaminhou por meio da ACI uma pesquisa sobre o arcabouço jurídico, ou seja, quais são as leis, decretos e outros atos normativos que impactam na administração de uma fundação de educação.

“Queremos saber quais são os benefícios que podem ser concedidos para a educação, as leis de incentivo”, explica, lembrando que na cultura, por exemplo, tem a Lei Rouanet.

Segundo Klein, a Liberato precisa de um apoio contínuo e não algo pontual. “Precisamos impulsionar a inovação e o desafio da inovação é a educação. Nada mais justo que se faça um trabalho conjunto, com reforço político e de financiamentos”, defende.

Fundação Liberato  | abc+



Fundação Liberato

Foto: Divulgação

Em 2023, por questões burocráticas, a emenda parlamentar conquistada pela Fundação no valor de R$ 3,7 milhões acabou sendo empenhado pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) para aquisição de nove ônibus escolares. Com isso, a instituição não conseguiu realizar melhorias em uma subestação de energia.

O empresário Gustavo Semensatto, 40 anos, formou-se em 2004, ganhou três Mostratec e participou de feiras internacionais levando o nome da Liberato. Hoje é proprietário de uma empresa voltada à inovação tecnológica e já ministrou palestrar para os alunos da Liberato.

“Fui honrado com este convite deles. Entendi como um pedido ajuda de matéria humana para pensar fora de caixa”, avalia.

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De acordo com ele, essa comissão, que deverá receber mais integrantes, tem a missão de devolver o prestígio que a escola sempre teve. “Resgatar o passado e visar o futuro”, diz. Além da busca de parcerias, o ex-aluno destaca também a necessidade de um novo concurso para contratação de professores, de modo a suprir as vagas em aberto e também permitir que docentes antigos possam se aposentar.

“Eu sou muito grato pela instituição. A educação é um instrumento de transformação dos problemas sociais e para formar bons cidadãos”, declara.

Já o empresário Giulano Hoffmann, 46 anos, conta que ganhou a Mostratec em 1997 e foi para Isef em 1998, Feira Internacional de Ciências e Engenharia realizada nos Estados Unidos. “Isso pesou quando, com a minha empresa, no ano de 2000, assinei um contrato de parceria com uma multinacional americana”, comenta.

Hoffmann salienta que o grupo de ex-alunos convidados para o movimento em prol da Liberato são prova de que a escola foi um diferencial em suas trajetórias.

Estado não se manifesta sobre concurso público

O diretor José de Souza confirma que o grupo tem o objetivo fomentar o diálogo e buscar parcerias e apoio que contribuam para o desenvolvimento da fundação e dos estudantes.

Diretor da Fundação Liberato José de Souza | abc+



Diretor da Fundação Liberato José de Souza

Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Souza lembra que os professores atuam nos dois turnos, o que demanda muito esforço para manter a qualidade e a continuidade do ensino em todos os períodos. “Contudo, a falta de docentes tem se agravado com a saída de alguns profissionais devido a aposentadorias e outras circunstâncias. Nesse sentido, a realização de um concurso público é imprescindível”, afirma.

A reportagem fez contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), questionando sobre quando será publicado o edital de um novo concurso, já que o último ocorreu em 2014, mas não recebeu retorno.

Recuperação de alunos para os cursos noturnos

Souza destaca que a renovação da mão de obra docente é que vai garantir a continuidade do projeto de revitalização dos cursos noturnos.

No final de outubro, a ocupação de vagas da formação noturna da Liberato foi assunto na Câmara de Vereadores. Kurt Joaquim Luft, membro do Conselho Técnico Deliberativo da Fundação Liberato, ocupou a tribuna e pediu que os parlamentares divulguem e incentivem os jovens a se inscreverem nos cursos noturnos da instituição.

De acordo com ele, em algumas modalidades ofertadas a realidade é de um professor para 12 alunos no período da noite, o que torna difícil a continuidade da opção de horário.

A cada semestre, a Liberato oferta 306 vagas para cursos noturnos em Design de Interiores, Eletrônica, Eletrotécnica, Informática para Internet, Manutenção Automotiva, Mecânica, Química e Segurança do Trabalho.

Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha  | abc+



Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha

Foto: Divulgação

Conforme o diretor-executivo, atualmente há 724 alunos matriculados nos cursos noturnos, que tem duração mais curta, entre dois e três anos. O perfil destes estudantes inclui trabalhadores de diversas áreas, muitos casados e responsáveis pelo núcleo familiar, e residentes em 28 municípios próximos.

A maioria dos matriculados já está inserida no mercado profissional e biscar qualificação técnica para melhorar de carreira.

“Após os impactos da pandemia, observamos um desafio na recuperação do número de alunos, principalmente no período noturno”, pondera.

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Desde 2020, a média de inscritos nestes cursos é de aproximadamente 320 por semestre, o que reduziu o tamanho médio das turmas, que fica em torno de 12 alunos.

No entanto, Souza garante que a situação tem apresentado melhora, sendo que para o edital do segundo semestre deste ano, foram 672 inscrições. “Estamos otimistas para o processo de 2025/1, que já mostra indícios de uma retomada gradual”, projeta.

Além disso, ele informa que para garantir a qualidade e a continuidade dos cursos noturnos, há um projeto de revitalização dos cursos noturnos em andamento.

Apesar das dificuldades, ele garante que nenhum curso será encerrado. “Os cursos noturnos são importantes e estratégicos para a formação de mão de obra qualificada e continuarão a ter seu espaço na Fundação”, finaliza.

Quem quiser saber mais informações sobre as inscrições, basta consultar no site da fundação

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