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ALERTA NA SAÚDE

GRIPE: Número de mortes por Influenza aumenta no RS

Dados são em comparativo com o mesmo período de 2023; veja informações da região e como prevenir

Susete Mello
Publicado em: 24/04/2024 às 16h:33 Última atualização: 24/04/2024 às 16h:33
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Pouco mais de um mês após o começo do outono, o Rio Grande do Sul registra 33 mortes por Influenza (Gripe A), um aumento de 12 óbitos em comparativo com o mesmo período de 2023.

Número de mortes por Influenza cresce no RS | abc+



Número de mortes por Influenza cresce no RS

Foto: Freepik

Conforme dados da 16ª Semana Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, 21 municípios registraram óbitos pela doença este ano, dos quais nove são em cidades de abrangência dos jornais do Grupo Sinos. São elas: Cachoeirinha, Canoas, Estância Velha, Gravataí, Imbé, Ivoti, Nova Petrópolis, Portão e Rolante.

Segundo a especialista em saúde da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Cevs/Vigilância de Vírus Respiratórios de Interesse em Saúde Pública, Carolina Nunes Port, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) segue apontando o crescimento de circulação do vírus Influenza desde o início de 2024 em um padrão diferente ao mesmo período de 2023.

Surto em lar

No Estado, Nova Petrópolis teve quatro mortes, ficando atrás somente da capital gaúcha, que registrou sete óbitos. Conforme a prefeitura da cidade da Região das Hortênsias, os óbitos ocorreram entre os dias 20 e 29 de março. 

Todas as vítimas eram idosas, com idades entre 84 a 100 anos, que moravam em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) onde ocorreu um surto de Influenza. Após, a Secretaria de Saúde da cidade realizou ações extras de verificação de cuidados sanitários nesta casa, cuidados estes que permanecem constantes.

Casos na região

Além dos óbitos em Porto Alegre e Nova Petrópolis, Canoas fica em terceiro lugar, com três vítimas. Os demais municípios gaúchos têm uma morte cada.

Em Ivoti, a morte de um homem de 49 anos foi divulgada neste mês sem detalhes sobre a data exata do falecimento e possíveis comorbidades. A primeira suspeita foi de Covid-19, porém o diagnóstico apontou Gripe A.

Coordenadora de Saúde de Ivoti, Makele Mayer frisa que as equipes estão orientadas e sensibilizadas para acolhimento e orientação à população sobre os cuidados para evitar vírus respiratório. Além disso, foi ampliada a equipe médica na emergência do Hospital São José e também do PAMV, com um clinico geral a mais e aumento na carga horária do pediatra.

Em vacinação, o público-alvo de Ivoti é 7.683 pessoas, porém, até quarta-feira (24), 2.312 procuraram os postos. “A procura pela vacina contra Influenza ainda está baixa e há vacinas disponíveis para todos os grupos prioritários nas salas de vacinas”, explica Makele, acrescentando que horário da sala de vacinas da UBS Central foi ampliado até as 18 horas.

Dados de Estado

No Estado, até a 16ª semana deste ano foram 3.523 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) geral, inclusive por outros agentes etiológicos, contra 4.027 das mesmas semanas do ano anterior. Em 2024 houve 398 notificações de SRAG por Influenza e 33 óbitos.

Além disso, a Vigilância Epidemiológica do Rio Grande do Sul reforça que monitora a circulação e os padrões de ocorrência dos vírus respiratórios de importância em saúde pública para conhecer os períodos de maior circulação viral, possível padrão sazonal e adotar medidas de prevenção e controle específicas, orientando os gestores no planejamento e implementação de ações.

Controle

Diante da situação atual, na qual foi identificada uma antecipação da sazonalidade do vírus Influenza, com aumento das internações hospitalares, a SES tem reiteradamente orientado as medidas de prevenção e controle. Confira:

– Manutenção de ambientes arejados;

– uso de máscaras por parte de sintomáticos respiratórios;

– higienização das mãos;

– e principalmente a vacinação dos grupos elegíveis tanto para Influenza como para Covid-19, sendo esta a melhor estratégia de prevenção contra estes vírus, reduzindo agravamento da doença, internações e óbitos.

Mortes por Influenza em 2024

– Porto Alegre (7)

– Nova Petrópolis (4)

– Canoas (3)

– Caxias do Sul (2)

– Bagé (1)

 – Balneário Pinhal (1)

– Boqueirão do Leão (1)

– Cachoeirinha (1)

– Carazinho (1)

– Charqueadas (1)

– Estância Velha (1)

– Gravataí (1)

– Imbé (1)

– Ivoti (1)

– Lajeado (1)

– Passo Fundo (1)

– Pelotas (1)

– Portão (1)

– Rolante (1)

– São Luiz Gonzaga (1)

– Tunas (1)

Vacina reduz complicações

A SES vem reforçando que a vacinação é uma estratégia para reduzir complicações, internações e óbitos. A campanha de vacinação contra a Influenza iniciou em 25 de março e tem término previsto para 31 de maio.

O público-alvo total do Estado representa 5.003.749 pessoas. A meta é vacinar 90% dos grupos de crianças, gestantes, puérperas, idosos com 60 anos ou mais e povos indígenas vivendo em terras indígenas. Até o momento, o Estado apresenta a cobertura vacinal de 30,83%. As crianças (18,68%), gestantes (12,69%) e puérperas (13,57%) apresentam coberturas vacinais muito baixas.

Concomitantemente ao aumento da circulação de vírus respiratórios, o RS está vivenciando a epidemia de dengue, com a maior taxa de incidência acumulada já apresentada, o que também contribuiu para a sobrecarga nos serviços de saúde de forma geral.

Mais perto da comunidade de Novo Hamburgo

Até segunda-feira (22), Novo Hamburgo tinha aplicado 20.519 doses, representando cerca de 28% do público-alvo. Além da imunização em todas as unidades de saúde, a Secretaria Municipal de Saúde desenvolveu uma ação para levar a vacina até a casa das pessoas. Por isso, nesta quinta-feira (25) será a vez do bairro Operário, das 13 às 16 horas, e na sexta-feira (26) no bairro Guarani, das 9 horas ao meio-dia, e das 13 às 16 horas.

Na prática, a equipe de vacinadores irá passar nas ruas, acompanhada por um carro de som, convidando os moradores a se vacinarem. Serão respeitados os grupos prioritários estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pelo governo do Estado.

O secretário de Saúde, Marcelo Reidel, diz que houve um aumento no número de internações por Influenza. De janeiro até segunda-feira (22) eram 82 contra as 62 internações do mesmo período do ano passado, o que serve de alerta para a população, que ainda não responde aos apelos para a imunização.

Reidel salienta que a primeira coisa é a imunização, o que garante que a doença não se agrave, evitando a internação e a ocupação posterior de leito de UTI. “Faço um apelo para que [a população] procure as unidades de saúde. Já fizemos um drive de vacinação e vamos repetir, estamos com ação de vacina em casa e a Casa da Vacina está aberta aos sábados. Não tem motivo para as pessoas não procurarem a vacinação”, destaca. “Também é importante falar às pessoas que mantenham cuidados semelhantes ao período de Covid-19, como a lavagem das mãos, o uso de máscaras e evitar aglomerações, o que ajuda na não circulação do vírus.”

Dengue causa maior impacto nas emergências

O infectologista da Unimed Vale dos Sinos, Marcelo Bitelo, frisa que as doenças respiratórias são mais frequentes no inverno gaúcho devido ao frio. Locais pouco ventilados, além do agrupamento de pessoas, favorece a disseminação de vírus através da tosse e secreções de vias aéreas.

O que vem causando impacto nas emergências são os casos de dengue, que influenciam nas internações de adultos e pediatria. “O aumento da transmissão de vírus respiratórios, principalmente nas épocas mais frias do ano, impactam nas internações hospitalares, principalmente dos pacientes portadores de doenças crônicas, descompensadas por essas infecções virais, que muitas vezes complicam com uma infecção bacteriana sobreposta como, por exemplo, uma pneumonia.”

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